quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O México e as drogas...

Enquanto os conservadores não permitem que  descriminalizem as drogas os traficantes vão aumentando seu poder... Resulta no que aí está. Como no tempo da "lei-seca", (bebidas alcoólicas proibidas nos EUA), quando o Sindicato do Crime e os gangsters se tornaram milionários...

Os maiores consumidores de drogas não são os norte-americanos dos EUA?


México - Olhe o que a polícia encontrou na casa de (mega) narcotraficante!
 
 













 
 




 






 
 

 

Um momento de paciência pode evitar um grande desastre.
Um momento de impaciência pode arruinar toda uma vida. 

 
 


















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"Aquele que não sabe, e pensa que sabe. Ele é tolo. Evite-o.
Aquele que sabe e não sabe que sabe. Ele está adormecido. Desperte-o.
Aquele que sabe e não admite o que sabe. Ele é humilde .Guie-o.
Aquele que sabe e sabe que sabe. Ele é sabio. Siga-o."
(Bruce Lee)




segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Se proibirem o álcool, faço minha cerveja...

...e já que a maconha é proibida... Vejam a solução dos consumidores:


Crise na classe média britânica impulsiona criação doméstica de maconha

DA BBC BRASIL
Traficantes de drogas estão alugando quartos em residências de classe média em bairros de subúrbio nas cidades britânicas, onde instalam pequenas plantações de maconha, já que estas localidades despertam menos suspeitas por parte da polícia.
Mas, a tendência tem se verificado também entre pessoas da classe média, e as razões alegadas vão desde segurança em não precisar se expor no contato com criminosos para adquirir a droga, até a uma forma de tornar o consumo mais barato.
Amy é uma alta executiva da região de Cheshire, no norte da Inglaterra, que também cultiva maconha no sótão de sua casa.
''Perto de onde eu vivo, há uns tipos suspeitos que estão traficando drogas. Mas nas vezes em que foram feitas buscas na casa deles, eu sorria e pensava: 'Vocês estão no lugar errado. Vocês deveriam estar aqui, esta é que é a casa em que as drogas estão', mas ninguém sabe disso'', afirma Amy, que não quis revelar seu nome verdadeiro.
Ela passou a cultivar a planta após um colega de trabalho tê-la ensinado como fazer. Ela vinha comprando a droga para seu companheiro, que sofre de esclerose múltipla, mas não se sentia à vontade em encontrar com traficantes em estacionamentos desertos.
Poucas semanas após ter aprendido a fazer uma colheita de qualidade em sua própria casa, Amy se tornou a mais recente agricultora de luxo do cultivo doméstico de maconha. Agora, ela usa os lucros gerados pelo cultivo com forma de incrementar a sua já considerável renda.
Casos levantados pela BBC sugerem que há diversos casos parecidos com o dela no Reino Unido.
Em uma época em que pessoas relativamente afluentes estão sentindo o peso da crise econômica, a oportunidade de ter um lucro rápido é algo que está se mostrando atraente para a classe média britânica.
'VIDA CONFORTÁVEL'
Amy afirma que o dinheiro livre de impostos ajuda-a a manter um estilo de vida confortável em uma parte do país conhecida por abrigar mansões ostentosas de jogadores de futebol.
''Não foi essa a minha motivação no início. Mas depois percebi quanto dinheiro eu conseguiria fazer com isso se eu levasse a coisa bem mais a sério'', afirma.
Usando jeans de grife e portando óculos escuros sobre a cabeça, Amy parece alguém que estaria mais à vontade em uma estação de esqui do que com traficantes de rua.
Mas, a despeito dos riscos associados ao uso frequente de maconha, ela não se sente pouco à vontade de fazer parte desta longa cadeia de comércio ilegal.
''Não estou forçando ninguém a consumir essas drogas. No final das contas, isso é algo que cabe a cada um. Todo mundo tem acesso à internet, todo mundo tem conhecimento dos efeitos que essas coisas têm, seja de primeira mão ou por ter lido a respeito. Cabe a cada pessoa e, penso eu, em pequenas quantidades, não é nada demais para a maior parte das pessoas'', afirma, com convicção.
Amy afirma que a o equipamento básico para o cultivo hidropônico de maconha custou cerca de 2.000 libras (cerca de R$ 5.500) e foi adquirido facilmente em lojas e pela internet. O cultivo hidropônico é uma técnica que não faz uso do solo, na qual as raízes das plantas recebem um solução contendo água e nutrientes essenciais ao desenvolvimento.
Ela vende drogas para um traficante local e seu lucro é de 5.000 libras (R$ 14 mil) a cada dez semanas, uma recompensa pela qual Amy acredita que justifica o risco de ser presa.
Não que ela ache que vai ser pega. Amy está confiante de que sua origem faz dela alguém acima de suspeitas:
''Vivo em uma casa muito bonita, com um imenso jardim e estou cercada de pessoas em situação semelhante à minha. Casais com filhos, profissionais. Acredito que meus vizinhos ficariam muito chocados se soubessem o que eu faço.''
Para Jas, um traficante da cidade de Wolverhampton, pessoas como Amy são os fornecedores ideais para alguém como ele, porque também acredita que pode evitar com mais facilidade ser rastreado pela polícia do que cultivadores que atuam em regiões mais pobres.
Jas explica que como a criação hidropônica de maconha envolve o uso de luz e de aquecimento, a polícia passou a saber identificar 'fazendas' de grande porte --onde a maconha é cultivada em cada cômodo de uma casa --por meio de helicópteros que sobrevoam as regiões suspeitas com sensores de calor.
É por isso que ele e outros traficantes deixaram de alugar casas inteiras para cultivar maconha e em vez disso estão buscando quartos individuais em bairros de subúrbio.
''De maneira geral, tenho muitos clientes para quem vendo maconha que são de classe média. Se digo para eles que eles podem faturar entre 2 a 3 mil em dez semanas, eles perguntam: 'como?' e eu respondo que 'eu preciso de um quarto emprestado'. A maior parte das pessoas que fazem isso para mim tem empregos. São pessoas genuinamente de bem.''
A polícia da região de West Midlands, na Inglaterra, afirma que o cultivo de maconha ainda é dominado por gangues de traficantes, mas contam já ter se deparado com ocorrências em apartamentos de luxo.
O traficante Jas cita o exemplo de seus forncedores, uma consultor de informática, que cultiva maconha em um quarto vago de sua casa.
''Se você o visse na rua, jamais pensaria que ele teria qualquer envolvimento com algo ilegal. Não creio que ele tenha sido preso ou feito algo errado em toda a sua vida. Ele me passou o contato de algumas outras pessoas que também estão interessadas.''
Frank, que também não quis divulgar seu nome verdadeiro, é outro criador de maconha dos sofisticados subúrbios de cidades britânicas.
Ele perdeu o emprego no ano passado e passou a alugar um quarto para um traficante de maconha de modo a enfrentar a pior fase da recessão. A oferta que ele recebeu foi de 2.000 libras (cerca de R$ 5.500) por entre 8 a 10 semanas.
''Eu precisava do dinheiro na época. Ele (o traficante) era quieto, nunca incomodou ninguém, nunca fazia barulho. A minha mulher sabia disso e tolerou a coisa por seis meses, até que nossas finanças voltaram ao normal. E ele se retirou.''
''Nós estávamos preocupados em sermos pegos, mas, vivendo em uma casa de família, a polícia e os vizinhos não suspeitavam de nada. Eles pensavam que ele só estava vindo à nossa casa para tomar uma xícara de chá.''
Frank admite que se a situação ficar difícil novamente, vai retomar o cultivo de maconha sem hesitar, apesar de ter duas crianças em casa.
Mas a polícia afirma que pessoas como Frank e Amy não devem ser complacentes. ''Há muita ignorância a respeito disso. Proprietários que têm total controle sobre o local em que vivem, ou parte do local e que têm ciência de que atividades criminosas estão sendo realizadas ali não serão tratados de forma branda pelos tribunais. Eles correm o risco de pegar penas de até 14 anos de prisão.''

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Era do Medo... Início em um 11/09.

Sou cristão, mas não tenho religião. Aprendi que o Amor é maior. Mas nos acontecimentos, o ódio venceu... E dominou aqueles que se dizem cristãos... Quem sabe se o são?


11 DE SETEMBRO, 10 ANOS

A era do medo

Por Alberto Dines em 12/09/2011 na edição 659
Reproduzido do Diário de S.Paulo, 11/9/2011, intertítulos do OI

Três aviões tinham alvos definidos – as Torres Gêmeas em Manhattan e o Pentágono, em Washington – o quarto deveria atingir a Casa Branca ou o Capitólio, também na capital americana. O objetivo da operação terrorista, a maior de todos os tempos, era claro: ferir o coração da única super-potência, dona do mundo, exibir a sua vulnerabilidade ante uma nova arma de destruição em massa: o suicídio.
Missão cumprida com 75% de êxito material. Sob o ponto de vista psicológico e moral, triunfo absoluto. Graças à repercussão: sem a maciça cobertura da mídia global a intimidação ficaria restrita, o terror para ser efetivo precisa ser compartilhado.
Duas guerras
Começava um novo capítulo na história das guerras, o da guerra total, sem estados nem fronteiras. A partir de 11 de Setembro de 2001, as guerras passaram a travar-se em painéis e monitores, à distância, sem frentes de combate, sem sangue. Mas também sem inocentes, todos passaram a ser culpados e, por isso, devem pagar.
Impossível saber se Osama bin Laden e o comando da al-Qaida, pretendiam ultrapassar o aspecto estratégico e, além de provocar a desmoralização militar americana com as inevitáveis intervenções terrestres, explorar todas as contradições no campo político, social e econômico.
Quem acompanhou o debate da quarta-feira (7/9) entre os oito pré-candidatos republicanos dispostos a enfrentar Barack Obama em 2012, pôde perceber o poder de destruição do golpe perpetrado pela al-Qaida em 11 de Setembro. Os mais bem situados, Rick Perry, governador do Texas, gabou-se das 234 execuções aprovadas por ele em seus mandatos – um recorde nacional –, enquanto o concorrente Mitt Romney tentava suplantar suas façanhas exibindo garbosamente a plataforma anarco-fascista do Tea Party: Estado Zero, economia livre, mercados sem controle, imigração suspensa, isolacionismo máximo, ciência controlada e o Todo Poderoso nas alturas – pelo rito protestante, diga-se.
A verdade é que uma década depois, as Torres Gêmeas estão sepultadas e os EUA à beira de um abismo aterrador: derrotados militarmente no Afeganistão e Iraque, seus princípios republicanos estão esfrangalhados, sua economia incapacitada de produzir novos milagres e seu trunfo maior – a aura de sonho, o American Dream– seriamente ameaçada por um golpe eleitoral não muito diferente daquele que levou Hitler ao poder em 31 de janeiro de 1933.
Historiadores e analistas da extrema-direita tentam hoje minimizar a devastação provocada pelo 11-S. Não querem associar os trilhões de dólares gastos com as duas guerras iniciadas pela dupla George W. Bush-Dick Cheney com a paralisia financeira dos EUA, nem deter-se na vinculação da crise imobiliária de 2008 com as doutrinas do mercado livre hoje pregadas pelo Tea Party.
Década perdida
Outros presidentes americanos cometeram graves equívocos – John Kennedy inclusive – todos conseguiram algum tipo de reversão, nenhum produziu um conjunto de ações e dogmas fundamentalistas tão espesso e tão abjeto como este do octênio 2001-2009. Somado aos dois anos da satanização de Obama desde a sua posse até hoje, temos uma Década Infame, irremediavelmente perdida.
Apesar de tantos avanços estamos em plena era do medo.///

Bin Laden e Bush...

O Jabor não é muito estimado por certos jornalistas... Mas escreve bem...

Vejam este texto dele no OESP:


Memórias póstumas de Bin Laden

13 de setembro de 2011 | 0h 00
Arnaldo Jabor - O Estado de S.Paulo
"Dedico estes pensamentos ao primeiro peixe que mordeu as frias carnes de meu cadáver, aqui, a 3 mil metros de profundidade neste oceano. Algum tempo hesitei se devia abrir minhas memórias pelo princípio ou pelo fim. Escolhi o fim. Dito isso, expirei no dia 1.º de maio de 2011, baleado na cabeça e no peito por um soldado americano que tremia de emoção por estar à minha frente. Depois, me lavaram, me envolveram num lençol como manda o Islã, e desci suavemente entre águas-vivas fosforescentes e tubarões curiosos, desci bafejado pelas asas de imensas arraias azuis que me rondaram. Agora, no fundo do mar, penso na minha vida e concluo que sou um grande vitorioso. Minha morte foi súbita e quase indolor, ao contrário dos cães infiéis que caíram como frutos podres dos 200 andares do WTC. Sou um vitorioso, tenho orgulho de meus feitos porque poucos influenciaram a história humana como eu. Claro, houve Alexandre, Napoleão, Hitler, mas garanto que, em velocidade, eu sou o recordista: em meia hora, o Ocidente mudou para sempre.
Mas, não foi apenas a queda das torres infiéis; eu tive dois grandes auxiliares, muito melhores que o Muhammad Atta: George W. Bush e Dick Cheney - um imbecil e um demônio. Eles me obedeceram e fizeram tudo que eu queria - se concentraram em duas guerras erradas para roubar petróleo e ganhar prestígio (eu forneci um programa de governo à besta do Bush) e abriram caminho para um gasto de US$ 4 trilhões só nas guerras. Nunca se errou tanto na América.
Depois, arrebentaram as finanças públicas do país e abriram caminho para o verdadeiro golpe importante que eu dei: 15 de setembro de 2008, com a queda da torre do Lehman Brothers... Ali, sim, foi traçado o destino do Ocidente; com o capitalismo desmoralizado, os moleques do mundo financeiro deitaram e rolaram na roubalheira de hipotecas e alavancas e mostraram que são um cassino de papéis abstratos, com dinheiro vendendo dinheiro. Hoje, graças a Alá, o Ocidente está à beira de moratória.
Modestamente (oh, Alá, perdoa meu orgulho!), eu ajudei Wall Street a fazer seu terrorismo de derivativos e índices. Eu sou a musa dos tea parties que continuam a me obedecer sem saber... Aliás, espero que ganhem a eleição para banir aquele negão comunista.
A América achava que chegaria a um futuro de paz e progresso. Ianques idiotas. Nós, islâmicos, já estamos no futuro. Nosso futuro é hoje. Não há passado. Aliás, eu não estou no passado. Nunca estive tão presente como agora. Presente na mídia, presente no medo, no desassossego.
Arrebentei com o tempo ocidental, que "movia" a História. Ilusão. Não há este "tempo" ocidental. Nós, islâmicos, moramos na história imóvel, dentro da verdade incontestável. Eles acham que têm a beleza da democracia; mas nós temos a teocracia. Eles têm a ilusão da liberdade. Nós nem sabemos o que é isso, graças a Alá - Islã é submissão.
Eu acabei com a ideia de "projeto", de "finalidade". O "projeto" agora é procurar bombinhas em aviões, localizar bueiros com bombas e cartas venenosas.
Eu acabei com a insuportável "razão" ocidental, aquela invenção de cães infiéis europeus do século 18.
Acabei também com o conceito de "vitória". Não há mais vitória contra inimigos invisíveis. O homem-bomba não existe - ele se volatiliza em segundos. Sua força está em "não existir". A única arma possível para os miseráveis é o ataque suicida. Eu fiz os miseráveis do meu povo amar a própria miséria, que agora é orgulhosa, vingativa e temida.
Eu trouxe a peste para o Ocidente - agora, a paz será uma ameaça permanente. Eu acabei com o tédio do mundo ocidental, que clamava por um acontecimento que lhes libertasse do fatalismo capitalista. Nada acontecia mais. Tudo era igual, normal, tudo que fosse diferente era sugado pelo buraco negro da pax americana.
Um dos dramas de hoje é que não há mais "fatos". Só expectativas. Havia uma fome de fatos no ar; eu trouxe não apenas a desgraça redentora, mas o "acontecimento". Eu vos brindei com o primeiro acontecimento do século 21.
Alá perdoe meu orgulho, mas criei o primeiro filme catástrofe ao vivo. Eu via aqueles filmes no meu DVD da caverna: Godzilla, Independence Day e pensava: Os americanos têm um reprimido desejo de autodestruição. Viviam destruindo Nova York nos filmes. Que obsessão suicida... As agulhas góticas da cidade pareciam pedir a ruína. O que pode acontecer a prédios de 200 andares, arranhando os céus de Deus? Só a queda. Em Godzilla há uma imagem igual àquela das pessoas fugindo da torre caindo ao fundo. Mas eu, como cinéfilo, rs, rs, eu prefiro Deep Impact.
Impressionou-me como tudo foi fácil. Em 30 minutos eu tinha jogado o mundo de volta à Idade Média, ao século 8.º. E essa viagem no tempo só foi possível pelo meu passado, digamos, "ocidental", pois sou milionário saudita, estudei e pude vencer os americanos; eu sou um triunfo da iniciativa privada.
Eu repeti na prática um ensinamento leninista: "As armas da crítica não podem substituir a crítica das armas".
E mais, vejo que estou muito feliz aqui ao fundo do oceano. Um belo cardume de peixes luminosos me cerca. Creio que adivinham minha grande vitória, pois me fitam com suas lamparinas na cabeça, brilhantes como safiras na água escura, me envolvendo numa nuvem colorida que talvez me leve agora para o céu de Alá... Considero-me um vitorioso. Tão grande é meu triunfo, que mesmo os cães infiéis deviam me agradecer, porque eu trouxe o medo de volta, porque eu trouxe a dúvida, melhor que a certeza burra, agradecer-me porque eu trouxe a pulsão de morte que andava escondida dentro da América, sublimada nos filmes, nos hambúrgueres, na gargalhada infinita do entertainment, na liberdade narcisista, na euforia dos mercados. Deviam me agradecer, porque eu devolvi ao mundo o "legado de nossa miséria"."

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Como nos livraremos da Proibição? (artigo copiado da Veja)

Como nos livraremos da Proibição?

De uma coisa nenhum pesquisador sério de política pública tem dúvidas: a proibição das drogas deu errado. Três coisas estão absolutamente cristalinas:
  1. Proibir não funciona. Proibir não diminui o consumo. Países que proibiram as drogas viram os índices de consumo de droga evoluírem de forma muito parecida com países que escolheram o caminho da regulação.
  2. Proibir é fantasticamente caro. Colocar um sujeito na cadeia por usar drogas é muito mais caro do que tratá-lo, com a diferença de que colocá-lo na cadeia faz com que seu consumo de drogas aumente e tratamento realmente funciona em uma porcentagem alta dos casos.
  3. Proibir causa mais problemas que as próprias drogas. A proibição aumenta o preço das drogas e cria um mercado gigantesco e bilionário que financia o crime e corrompe o estado. Não é inteligente dar dinheiro para bandidos. Sempre haverá criminosos no mundo, mas eles não precisam ser milionários. Além disso, a proibição fez com que os usuários trocassem o ópio pela heroína, a folha de coca pelo crack, a maconha por drogas sintéticas. É fácil entender por quê: diante da necessidade de drogar-se escondido, os usuários tendem a escolher drogas mais potentes, mais concentradas, mais perigosas. E os traficantes, que não têm nenhum compromisso com o público, também, já que essas são as que dão mais lucro.
Enfim, para resumir: temos uma política cara que não resolve nenhum problema e que cria vários outros. É o pior dos mundos. Óbvio que o correto seria mudar. Por que não muda então?
O principal motivo é que os políticos adoram a Proibição. É como disse muito bem a juíza americana Nancy Gertner: “a guerra contra as drogas dá aos políticos uma bandeira que não ofende ninguém, não requer que eles façam nada difícil e permite que eles adiem, talvez indefinidamente, as questões mais urgentes sobre o estado das escolas, da moradia, do emprego para jovens negros.” “A guerra contra as drogas é a guerra perfeita para quem prefere não lutar. Os políticos podem posar destemidamente ao lado do bem, da verdade, do belo, sem precisar fazer nada.”
É um fato da vida que nosso sistema político está cheio de incentivos para perpetuar os políticos covardes: aqueles que não enfrentam os problemas, apenas fingem que são durões para aparecer bem na propaganda gratuita eleitoral. A Proibição não vai acabar enquanto esses políticos se safarem com essa picaretagem. Só uma mudança de atitude do eleitorado vai mudar essa situação. E os eleitores só vão mudar de atitude quando entenderem que defender a Proibição é igual a defender o tráfico. Políticos proibicionistas são aliados do tráfico ilegal.
Estou em Londres, e tenho conversado muito com especialistas em política pública. Semana passada almocei glamourosamente num jardim formal inglês em frente a um velho castelo de tijolos vermelhos em Oxford, na propriedade de Amanda Feilding, a Condessa de Wemyss, uma das principais estrategistas do movimento mundial pelo fim da Proibição.
Amanda acha que, além da picaretagem dos políticos, outro obstáculo gigantesco a transpor são as convenções da ONU, que foram feitas por políticos picaretas desde os anos 1960 e não deixam espaço algum para que cada país cuide dos seus problemas de um jeito racional, porque obriga o mundo inteiro a continuar cegamente combatendo o “diabo”.
Ela me contou que derrubar uma convenção da ONU é praticamente impossível, porque exige um consenso de todos os países signatários e as chances dos países comunistas e dos fundamentalistas islâmicos (que são os maiores fãs da Proibição) concordarem com mudanças bruscas são minúsculas. Mas resta uma opção: “podemos criar uma nova convenção, que permitiria que os países signatários regulassem o mercado de uma droga, desde que eles continuassem impedindo o tráfico internacional”. E essa primeira droga a ser regulada seria naturalmente a maconha, pelo risco relativamente baixo que ela oferece. “Se a proibição da maconha acabar, toda a Proibição entra em colapso, porque a grande maioria dos usuários de drogas do mundo usa apenas maconha.” Ela acha que, com o fim da proibição da maconha, os gastos estatais vão encolher drasticamente e vão sobrar recursos para cuidar dos usuários problemáticos de outras drogas como doentes, não como bandidos.
“São tempos empolgantes”, disse ela, animada com a adesão crescente de figurões da política internacional cansados de compactuar com a hipocrisia, como Fernando Henrique Cardoso. Aliás, não deixe de assistir ao bom documentário Quebrando o Tabu. Leve sua mãe e aquela sua tia que costuma votar em picaretas. Passou da hora da notícia se espalhar.


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Se o álcool é considerado uma droga mais perigosa que o crack e a heroína, porque não é criminalizado seu consumo?

(de http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2010/11/01/especialistas-dizem-que-alcool-pior-que-crack-heroina-922919740.asp):

Especialistas dizem que álcool é pior que crack e heroína

Reuters/Brasil Online
    Por Kate Kelland
LONDRES (Reuters) - O álcool é uma droga mais perigosa do que o crack e a heroína, quando são levados em conta os danos causados aos usuários e a terceiros, disseram cientistas britânicos nesta segunda-feira.
Apresentando uma nova escala relacionada aos danos para os usuários e para a sociedade, o álcool aparece como a droga mais nociva, quase três vezes mais perniciosa do que a cocaína e o tabaco.
Segundo essa escala, a heroína e o crack são a segunda e a terceira drogas mais nocivas.
David Nutt, presidente do Comitê Científico Independente para Drogas da Grã-Bretanha, que participou do trabalho publicado na revista Lancet, disse que as conclusões mostram que "tratar agressivamente os danos do álcool é uma estratégia válida e necessária de saúde pública".
Ele afirmou também que a nova escala mostra que as classificações dadas às drogas têm pouca relação com os danos causados.
O álcool e o tabaco, por exemplo, são legais para os adultos na maioria dos países, enquanto drogas como ecstasy, maconha e LSD costumam ser ilegais.
"É intrigante notar que as duas drogas legais avaliadas - álcool e tabaco - aparecem no segmento superior do ranking, indicando que as drogas legais causam pelo menos tanto dano quanto as substâncias ilegais", disse Nutt em nota.
Há um ano, o pesquisador foi obrigado a deixar a direção do influente Conselho Consultivo sobre o Abuso de Drogas por ter criticado ministros por ignorarem as evidências científicas de que a maconha faz menos mal que o álcool.
A Organização Mundial da Saúde estima que os riscos associados ao álcool - acidentes, doenças do coração e fígado, suicídios e câncer - causem 2,5 milhões de mortes por ano, ou 3,8 por cento do total. Seria o terceiro principal fator de risco para mortes prematuras e incapacitações em nível global.
Na nova escala, os danos para o usuário incluem mortes causadas direta ou indiretamente pelas drogas, além de dependência e perda de relacionamentos. Os danos para os demais incluem criminalidade, dano ambiental, conflitos familiares, danos internacionais, custos econômicos e prejuízos à coesão comunitária.
Numa escala de 0 a 100, o álcool aparece com 72 pontos, seguido pela heroína (55) e o crack (54). Algumas outras drogas avaliadas foram as metanfetaminas (33), cocaína (27), tabaco (26), anfetaminas (23), maconha (20), benzodiazepinoicos (como Valium) (15), ketamina (15), metadona (14), mefedrona (13), ecstasy (9), esteroides anabolizantes (9), LSD (7) e cogumelos alucinógenos (5).

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Cultivo de maconha é mais rentável que de uvas na Califórnia, dizem democratas

A descriminalização da maconha acabaria com a figura do traficante. Se ela é proibida deveriam proibir também o alcool e o tabaco, drogas mais perigosas e que causam mais mortes!

(de http://oglobo.globo.com/economia/mat/2010/10/21/cultivo-de-maconha-mais-rentavel-que-de-uvas-na-california-dizem-democratas-922835918.asp)

Cultivo de maconha é mais rentável que de uvas na Califórnia, dizem democratas

Plantão | Publicada em 21/10/2010 às 13h11m
O Globo
    RIO - O argumento mais persuasivo para legalizar a maconha pode ser apenas um cifrão. Cultivo de maconha da Califórnia atinge US$ 14 bilhões, segundo relatório divulgado pelo estado. A imprensa democrata salienta que o cultivo de cannabis sativa - no estado americano permitido para fins medicinais - ultrapassa em rentabilidade a cultura do vinho que rende US$ 2 bilhões, como mostra matéria publicada no site da rede de TV americana NBC.
Torná-la legal, como sustenta a Proposição 19 que irá à votação em 2 de novembro, pode permitir que bancos emprestem dinheiro, negócios contratem pessoas e criem uma rede de distribuição e de varejo para o negócio.
No condado de Mendocino, estima-se que ao menos a metade da economia dependa do cultivo da erva. De acordo com cálculos de partidários da legalização, o Estado da Califórnia poderia arrecadar US$ 1,4 bilhão em impostos, caso a legislação mudasse.
No entanto, aponta a reportagem, existe sempre a ameaça de que o governo venha a reprimir o comércio, o que pode afastar investidores avessos a riscos.
COMPARTILHE!
    1. Julia Giometti
      21/10/2010 - 13h 44m
      Quem é o estado para dizer o que se pode ou nao usar?
      A erva ja e usada para muitos tratamentos e porque nao legaliza-la, como se faz na Holanda?
      La nao se ve nenhum problema, os unicos que fazem alguma baderna sao os consumidores de alcool que comprovadamente faz muito mais mal.....nao estamos mais na epoca de pedir permissao para nossa liberdade.
    2. Plus 
      21/10/2010 - 12h 57m
      If you're going
      To San Francisco
      Be sure to wear
      Some flowers in your hair

      Terei muito prazer em voltar à Califórnia após 2 de novembro:-)