quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Os norte-americanos são arrogantes? Are americans arrogant?

Vejam só os problemas causados pela falta de humildade:



Paquistão tem intimidado diplomatas americanos, diz 'NYT'

Segundo jornal, funcionários do governo não conseguem obter vistos; paquistaneses criticam 'arrogância'

estadao.com.br


SÃO PAULO - Autoridades do Exército e do Serviço Secreto do Paquistão têm intimidado diplomatas americanos no país, diz uma reportagem do jornal americano "The New York Times" publicada nesta quinta-feira, 17. De acordo com o diário, funcionários do departamento de Estado no país relatam uma 'campanha de assédio' por parte das autoridades paquistanesas.

Veja também:

link Oposição paquistanesa pede renúncia de presidente

Os problemas afetam adidos militares, agentes da CIA e diplomatas, segundo um alto membro da embaixada americana em Islamabad citado pelo "Times".

Helicópteros americanos usados pelo Paquistão para combater militantes islâmicos estão parados porque o visto dos mecânicos não foram aprovados, disse o diplomata. O financiamento para o programa antiterrorismo paquistanês também está congelado por causa de falta de visto para as autoridades responsáveis.

"Há um descompasso incrível entre o que eles querem de nós e o fato de nós não obtermos estes vistos", disse o diplomata.

Agentes paquistaneses reconhecem o problema, mas dizem que ele resulta de uma postura arrogante dos americanos. Um oficial paquistanês disse ao jornal que os americanos só trazem problemas. "Infelizmente, os americanos são arrogantes. Pensam que são onipotentes", disse.

O problema acontece depois de meses de aumento do sentimento antiamericano no país e de reclamações em setores do Exército, uma das instituições mais poderosas do país, que o governo do presidente Asif Ali Zardari é muito dependente do plano de ajuda americano que prevê US$ 7,5 bilhões ao país em cinco anos.


(do Estadão)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A Ilha (de Santa Catarina) Vai Ao Fundo...

Deu no Diario Catarinense de hoje:

A Câmara Municipal de Florianópolis rejeitou, por 11 votos a 4, o projeto do prefeito Dário Berger que fixava moratória por dois anos na construção de edifícios residenciais e comerciais na chamada Bacia do Itacorubi (Trindade, Itacorubi, Agronômica, Parque São Jorge, Córrego Grade e Jardim Itália). Encerrou-se uma triste novela que estava para completar dois anos de tramitação na dinâmica e eficiente Câmara de Vereadores. Uma novela que teve de tudo um pouco: teatro de Ionesco, lobby escancarado, circo político, manobras partidárias e jogadas de esperteza. Tudo movido por múltiplos interesses, menos o público.

Uniram-se contra a proposta progressistas, peemedebistas, comunistas, socialistas e todos os “istas” do Legislativo. Arquivando o projeto, sem oferecer qualquer alternativa de um substitutivo que o aprimorasse, para proteger os cidadãos desta escandalosa e avassaladora ação imobiliária, muitas vezes predatória e descontrolada. E que avança, oxigenada pelo lucro, desconsiderando os prejuízos irrecuperáveis na vida da população.

O prefeito Dário Berger e o vice João Batista Nunes criticam os vereadores que sepultaram a matéria. Mas, nas internas, a rigor, não se sentem derrotados. Detêm maioria tranquila na Câmara para autorizar o governo a construir mais duas torres de prédios no Centro Administrativo, em área supercongestionada. Mas não conseguem sensibilizar os mesmos aliados e correligionários na moratória. Dário e João Batista contam com maioria para autorizar a venda da penitenciária, onde subirá uma nova selva de concreto e tijolo, mas não revelam o mesmo poder para aprovar o defeso. Os opositores dizem que montaram uma encenação. Dário defende-se:

– A indústria da construção civil é mais poderosa do que se imagina.

A Ilha de Santa Catarina está afundando. Não submergindo pelas águas do Atlântico. Mas na falta de mobilidade, no crescimento desordenado, na falta de áreas verdes e de lazer nos bairros e distritos, no esfriamento das relações humanas e, sobretudo, nos engarrafamentos que engolem o precioso tempo de todos. O que aconteceu no João Paulo, anos atrás, foi um escândalo. Estão lá vários edifícios, formando uma barreira de concreto. O que ocorre no Córrego Grande é um atentado ao bom senso. O saudoso prefeito Bulcão Vianna asfaltou o trecho entre o Morro da Lagoa e o campus da UFSC. Na imensa área do Córrego Grande não tinha um único edifício. Decorridos 19 anos, centenas de prédios vão se amontoando, com aquela mesma estrada estreita de acesso. A água está faltando em vários condomínios. Não existe saneamento básico. Parques infantis? Parecem luxo do passado. Conchas acústicas, empreendimentos públicos para atividades culturais e comunitárias? Deixa pra lá! Na estrada antiga do Itacorubi, que desemboca perto da sede da Fiesc, é de chorar. Uma via estrangulada, atolada de prédios construídos. E, pior, outras dezenas em construção. Sem mínimo planejamento, com sistema viário estrangulado.

A Ilha está afundando, e a plateia a tudo assiste passiva e alienada, onde os espectadores se transformam em palhaços. Com risco de morrerem afogados. Não nas águas do oceano. Mas sufocados pelas limitações do espaço físico, pelo gás carbônico dos congestionamentos, pela falta d’água, de planejamento e pela imprevidência.

(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2738273.xml&template=3916.dwt&edition=13653§ion=1328)