segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Allah

Importante.

PUBLIFOLHA: Entenda os preceitos do islamismo e os mitos e generalizações que envolvem o Islã; leia capítulo

da Folha Online

O número de católicos e muçulmanos no mundo está quase em empate. Isso, de acordo com dados do Vaticano, que pesquisou os números em 2005.

Divulgação
Livro fala de origens, fontes, profetas e divisões do islamismo
Livro fala de origens, fontes, profetas e divisões do islamismo

Na Europa, o Islã é uma das religiões do dia-a-dia de um grande número de imigrantes e convertidos, ao mesmo tempo a expansão da religião vem acompanhada de dúvidas e sofre com preconceitos e estigmas. Para compreender o mundo hoje, é necessário entender o islamismo. Leia a seguir a introdução do livro.

O "O Islã", da série Folha Explica esclarece de forma sintética as origens do islamismo, suas fontes sagradas, seus profetas e suas divisões ao longo da história. Escrito por Paulo Daniel Farah, o volume discute também os conflitos atuais e dedica um capítulo à presença muçulmana no Brasil.

-Leia resenha "O diálogo desarmando o choque de civilizações", de Jaime Spitzcovsky, publicada à época do lançamento do livro.

Farah é professor doutor para graduação e pós-graduação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Escreveu também "Glossário de Termos Islâmicos" e "ABC do Mundo Árabe", entre outras obras.

Viveu no Oriente Médio e na África durante vários anos e dirige o Centro de Estudos Árabes da USP e o Centro de Pesquisa América do Sul / Países Árabes, do qual participam acadêmicos de 34 países.

*

Confira o capítulo de "Folha Explica O Islã":

No dia 11 de setembro de 2001, três aviões norte-americanos mudaram o rumo da história. Os atentados contra o World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, nos arredores de Washington, provocaram a morte de aproximadamente 3.700 pessoas e reforçaram o cerco de preconceitos e mal-entendidos em torno da segunda maior religião do mundo: o Islã.

Todos os países muçulmanos e seus principais líderes religiosos condenaram as ações terroristas. "Matar homens, mulheres e crianças inocentes é um ato horrível que nenhuma religião monoteísta aprova e que é rejeitado por todo espírito humano são", afirmou o xeque Muhammad Sayyd Tantawi, da Universidade de Al Azhar (fundada no século 10, no Egito), a mais prestigiosa instituição teológica sunita.

Apesar disso, o saudita Ussama bin Laden, acusado de orquestrar os ataques, e defensores da confusa e frágil teoria do "choque de civilizações" anunciaram tratar-se de um embate entre o Islã e o Ocidente, como se fosse possível reduzir conceitos complexos --e, por isso, temas de divergências-- a dois campos excludentes. As tentativas de polarizar o conflito logo renderam resultados. O discurso maniqueísta do presidente George W. Bush, que anunciou uma "luta do bem contra o mal", a aprovação em Washington de leis que permitem a detenção de estrangeiros com base em critérios puramente étnicos ou religiosos e as declarações do premiê da Itália, Silvio Berlusconi, sobre a "superioridade da civilização ocidental" serviram de pretexto para ações de xenofobia e intolerância religiosa.

Nos Estados Unidos, estrangeiros confundidos com muçulmanos foram assassinados porque tinham feições árabes ou usavam turbante --entre eles, um indiano sikh e um egípcio copta (cristão). A ignorância sobre o islamismo nesse caso foi fatal. Vinte e cinco dias após os atentados, o Conselho de Relações Americano-Islâmicas já registrava 1.500 atos de hostilidade contra muçulmanos. As vítimas islâmicas dos atentados à Costa Leste norte-americana --entre 600 e 1.400, segundo estimativas-- praticamente não foram citadas. Rahma Salie, de 28 anos, grávida de sete meses, estava no vôo da American Airlines que ia de Los Angeles a Boston no dia 11. Salie morreu no atentado, e o FBI --a polícia federal dos EUA - incluiu seu nome, que soa islâmico, numa "lista de observação" de pessoas com possíveis conexões terroristas. Mais tarde, ela foi retirada da listagem, mas não antes de que vários de seus parentes tivessem sido impedidos de tomar um avião quando tentavam viajar para Boston a fim de participar das cerimônias fúnebres.

Questionado por um jornalista norte-americano sobre como se sentia ao compartilhar da religião dos terroristas que atacaram o World Trade Center, o pugilista Muhammad Ali - nome adotado por Cassius Marcelus Clay após sua conversão - respondeu: "E você, como se sente professando a mesma fé que Hitler?"

Generalizações indevidas caracterizam, na maior parte das vezes, a visão que o Ocidente tem do islamismo; e vice-versa. Supostos especialistas, que nunca estiveram nas sociedades que analisam nem jamais abriram o Alcorão, contribuem para uma interpretação quase sempre enviesada dos vários mundos muçulmanos. Quem foi a dois ou três países dessa órbita compreende que eles são bastante diversos.

O Islã não é um bloco monolítico, nem muito menos estanque. Religião predominante no Oriente Médio e em vastas porções da África e da Ásia, reúne hoje cerca de 1,3 bilhão de pessoas, de diferentes origens étnicas, culturais e sociais. São árabes, iranianos, afegãos, paquistaneses, turcos, chineses, indonésios (89% dos 204 milhões de habitantes do maior país muçulmano), africanos, europeus e americanos. Participam da Organização da Conferência Islâmica, que pretende "assegurar o progresso e o bem-estar de todos os muçulmanos do mundo", 56 Estados 1. A presença dos muçulmanos se faz notar cada vez mais na Europa, onde são por volta de 15 milhões, sobretudo na França (5 milhões). Nos Estados Unidos, com seus 7 milhões de muçulmanos, o Pentágono permite aos soldados jejuar no mês sagrado do Ramadã, libera os praticantes para rezar as cinco orações diárias e põe à disposição alimentos em concordância com os preceitos islâmicos.

No Brasil, muçulmanos organizaram o principal levante urbano contra a escravidão na América --a Revolta dos Malês, em 1835. Atualmente, o país possui cerca de 1,5 milhão de adeptos, muitos sem ascendência árabe.

A palavra "islamismo", ou "Islã", vem de Islam, que significa "submissão [a Deus]". A raiz (slm, em árabe) é a mesma que originou "muçulmano" (de muslim, "aquele que se submete a Deus") e salâm ("paz"). A doutrina islâmica se baseia no livro sagrado Alcorão e nos atos, ditos e ensinamentos de Muhammad 2, considerado o último mensageiro enviado por Deus. Os muçulmanos acreditam nos profetas anteriores a ele, inclusive Jesus Cristo. O islamismo não nega o judaísmo nem o cristianismo, mas se considera a religião que completa as mensagens anteriores e sela o período das profecias numa síntese final.

Os muçulmanos crêem num único Deus (Allah, termo usado também por árabes cristãos), onipotente, que criou a natureza por meio de um ato de misericórdia. Consciente da debilidade moral da humanidade, Deus enviou profetas à Terra. Adão foi o primeiro e recebeu o perdão divino --o islamismo não aceita a doutrina do pecado original.

A visão que países como França, Reino Unido e, mais recentemente, Estados Unidos apresentam do Oriente Médio --berço do Islã - muitas vezes visa referendar práticas político-econômicas de cunho colonialista. Conceitos difundidos por orientalistas, como "mentalidade árabe" e "caráter tipicamente islâmico", por exemplo, são fruto de ignorância, ingenuidade ou má-fé deliberada, além de um complexo de superioridade que está no cerne de historiografias infelizes. Essa mistificação também serve de base, com freqüência, para intervenções militares que poderiam ser evitadas com uma análise mais profunda.

A absoluta maioria das escolas da Europa e da América - Brasil incluso - não dedica nem sequer uma aula ao Islã. Quando o presidente George W. Bush deu um rosto árabe e islâmico ao terrorismo, ao incluir exclusivamente muçulmanos em sua lista de "procurados", e anunciou uma nova "cruzada", reproduziu o que Hollywood mostrava bem antes do trágico 11 de Setembro. Em filmes norte-americanos como Nova York Sitiada (The Siege, em que a comunidade árabe da cidade é aprisionada em campos de concentração para evitar atentados) e centenas de outros, os muçulmanos são retratados como seres irracionais que precisam ser domesticados e podem ser facilmente exterminados.

É fato que alguns países de maioria islâmica possuem grupos extremistas, em geral com uma motivação de fundo político, especialmente a ocupação israelense de territórios palestinos, que "inspira" movimentos no mundo inteiro. Basta, porém, espelhar-se no multiculturalismo que floresceu na península Ibérica durante os quase nove séculos de influência árabe e muçulmana (a partir de 711), entre outros exemplos, para compreender que tolerância e islamismo são compatíveis.

O fundamentalismo, conceito surgido entre protestantes norte-americanos (em algumas cidades do sul dos EUA, o ensino do darwinismo ainda é proibido), e o extremismo não são exclusividade de muçulmanos. Envolvem também cristãos, judeus, hindus e budistas.

A Europa e os Estados Unidos podem optar por uma permanente paz armada, sob a égide da "justiça infinita" preconizada por Bush e da inevitável ressuscitação da Guerra Fria, ou por uma revisão completa das relações com os muçulmanos que priorize o co-desenvolvimento econômico, o respeito aos direitos humanos e a liberdade de expressão. Não se pode permitir que a globalização, a geopolítica ou o petróleo passem por cima desses pré-requisitos. Oxalá prevaleça o dito atribuído a Muhammad: "a tinta do sábio vale mais que o sangue do mártir".

Nesse sentido, esta obra se propõe a lançar luz sobre as origens do islamismo, suas fontes sagradas, profetas e divisões políticas. Os avanços científicos e culturais que acompanharam sua evolução histórica, os conflitos atuais, inclusive a questão palestina e a crise no Afeganistão, além da presença muçulmana no Brasil, explicam-se em capítulos específicos. A intenção é despertar o interesse do leitor, como um primeiro passo para compreender o Islã e evitar discriminações, não críticas.


1 Ver o site: www.oic-oci.org
2 Em geral transliterado incorretamente como "Maomé".

"Folha Explica o Islã"
Autor: Paulo Daniel Farah
Editora: Publifolha
Páginas: 112
Quanto: R$ 17,90
Onde comprar: nas principais livrarias, pelo televendas 0800-140090 ou pelo site da Publifolha

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u338745.shtml)

George W. Bush: Mission Complete II./ Mission Accomplished II

Yes! George W. Bush is the man!

EUA retrocederam sob governo Bush, diz ex-assessor do governo

ANDREA MURTA
da Folha de S. Paulo, em Nova York

Após três anos como chefe-de-gabinete do ex-secretário de Estado dos EUA Colin Powell, o coronel Lawrence Wilkerson, um republicano conservador, chegou à conclusão de que o governo de George W. Bush estava errado. Em quase tudo. Em 2005, Wilkerson, 63, não só abandonou postos públicos como se tornou um dos maiores críticos da administração e da Guerra do Iraque.

"Sob Bush, os EUA retrocederam mais do que em qualquer outra época na história, em todos os sentidos", afirma. "Ele e o 'co-presidente' Dick Cheney são os mais incompetentes que já tivemos, e já houve muita gente incompetente no poder nos EUA."

Para o general, o Partido Republicano está tomado por uma liderança "neo-jacobina" que está levando o país a um caminho radical. Ele favorece a retirada das tropas americanas do Iraque em até 30 meses, e crê que "mesmo [o candidato republicano à Casa Branca, John] McCain será forçado a entender isso".

Em entrevista à Folha, Wilkerson ainda denuncia a falência do Paquistão e explica porque um ditador no Afeganistão pode ser a melhor opção. Leia os principais trechos a seguir.

Folha - Nos últimos momentos do governo Bush, como o sr. avalia seus oito anos em termos de suas conseqüências para a posição dos EUA no mundo?

Lawrence Wilkerson - Os EUA retrocederam mais do que em qualquer outra época na história. George W. Bush e Richard [Dick] Bruce Cheney, nosso co-presidente (ao menos nos primeiros quatro anos) entrarão para a história como o presidente e o vice mais incompetentes que já tivemos. E olha que já tivemos muita gente incompetente no poder. Eles andaram para trás internacionalmente, nacionalmente, em quase todas as áreas possíveis. O único campo em que fizeram algo de bom foi quando Bush apoiou em discursos e com dinheiro fundos contra o HIV e a Aids pelo planeta, mais do que outros presidentes. Mas é muito pouco para desculpar todo o mal que causaram.

Folha - O fim do governo Bush será o fim da doutrina Bush (de ataques preventivos)?

Wilkerson - Sim. Certamente espero que ela seja rechaçada por completo. Nossa reputação está manchada e continuará assim por muito tempo, porque esse governo não só desafia a lei como declara leis como se fosse um rei francês dizendo "l'Etat, c'est moi" [o Estado sou Eu, símbolo do absolutismo].

A república democrática que são os EUA não é radical, mas seus líderes sim. Eu gosto de chamá-los de "neo-jacobinos", em alusão ao grupo que poluiu a Revolução Francesa e levou à ascensão de Napoleão Bonaparte. Eu sou conservador, mas o governo americano é radical. Esse pessoal é messiânico em seu desejo de trazer liberdade e democracia para o mundo, mesmo à bala. Essa não é a política externa tradicional americana e é errada.

Folha - O sr. é republicano. Como vê a atuação de seu partido nesta eleição?

Wilkerson - É terrível. O Partido Republicano vai ficar moribundo, se não morto, por uma década. Talvez nesse período ganhe a Casa Branca de novo, mas se isso ocorrer será por causa de algum candidato que assim como John McCain inicialmente repudia valores neoconservadores fundamentais. Acho que Barack Obama vai ganhar a Presidência e o Senado e a Câmara vão ter enormes maiorias democratas.

Folha - O que o sr. estabeleceria como prioridades para o próximo presidente?

Wilkerson - No primeiro dia eu fecharia a prisão de Guantánamo e assinaria uma ordem executiva banindo a tortura por qualquer pessoa em qualquer lugar dos EUA. Aí começaria a abordar a crise econômica, que não acho que vai acabar durante a próxima década.

Folha - A crise poderá afetar as Forças Armadas?

Wilkerson - Se o tamanho das Forças Armadas diminuir, esse poderá ser um desenvolvimento muito positivo para os EUA. Estamos dependentes demais de nosso braço militar. Apesar de achar que temos menos força militar hoje do que já tivemos no passado, foi criado nos EUA um desequilíbrio muito grande entre o "soft power" e o "hard power", com o Exército sendo o último ponto do "hard power". É preciso trazer esse equilíbrio de volta, usar a diplomacia, nosso poder econômico, cultural, nossa liderança política, muito mais do que o Exército.

Folha - Um dos pontos de desacordo de McCain e Obama é sobre o Iraque. O sr. favorece um prazo rápido de retirada?

Wilkerson - Obama está provavelmente certo. Em 24 ou 30 meses, os americanos podem sair do Iraque e servir de juiz, ficando entre sunitas e curdos e etc. Podemos ter quase todos os nossos soldados fora do país nesse prazo. Não faz nenhum sentido estratégico manter a ocupação de um país árabe, e tenho certeza que o general [David] Petraeus [que assume como líder do Comando Central dos EUA, responsável pelas forças no Oriente Médio, em 31 de outubro], vai chegar a essa conclusão, se é que não chegou ainda.

Folha - O sr. acha que ele se cala por pressão política?

Wilkerson - Ele é um general que entende a política. A política é a arte do possível, você faz o que pode, e seria impossível dizer sob o governo atual [que é preciso sair do Iraque]. Mas não será impossível fazer isso no próximo regime, particularmente se o presidente for Obama. Mas mesmo McCain perceberia, estando no governo, que é a coisa a fazer. Não posso garantir, mas conheço o processo de informação bem o suficiente para entender que McCain ouviria pessoas e provavelmente seria forçado a rever suas opiniões, ainda que o faça de maneira bastante política. Agora, Obama já está predisposto a isso, e na questão do Iraque prefiro Obama a McCain.

Folha - O foco da "guerra ao terror" deveria estar no Afeganistão, como Obama diz?

Wilkerson - O foco da chamada "guerra ao terror" deveria ser mudar a idéia de que isso é uma guerra. Como declarar guerra contra algo que não pode ser derrotado completamente? É tão estúpido quanto declarar guerra às drogas ou à pobreza.

Precisamos nos focar na Al Qaeda, e é preciso em parte ter tropas no Afeganistão, mas é muito mais importante recrutarmos o máximo possível do mundo muçulmano, gastando retórica e o dinheiro necessário, e convencê-los de que Bin Laden e organizações como a dele não são o futuro.

O Afeganistão é um problema que está presente há anos e anos, possivelmente desde Alexandre, o Grande, e no final sempre resolve seus problemas políticos, econômicos e etc. sozinho. Temos que ajudar tanto quando pudermos, a Otan [aliança militar ocidental] também, mas a resposta não é militar. A resposta é liderança. E [o presidente afegão] Hamid Karzai não é a liderança que o país precisa. Ele é chamado de prefeito da cidade.

Há quatro revisões da estratégia americana no país em curso atualmente --por parte de Petraeus, do Pentágono, do Conselho Nacional de Segurança e do comando da Otan na Europa. Com sorte, vão chegar a essas conclusões. Mas vai ser algo demorado, difícil e caro, e estou muito preocupado com a chance de os parceiros da Otan não apoiarem uma estratégia de longo prazo.

Folha - O comandante militar das tropas britânicas no país disse que a melhor solução pode ser um "ditador aceitável". O que o sr. acha disso?

Wilkerson - Não discordo necessariamente. Certamente não é uma solução sustentável. Mas se houvesse uma liderança em Cabul que fizesse as coisas acontecerem... Poderia haver uma pessoa como Pervez Musharraf [ex-ditador do Paquistão] em um momento de crise, e não sei se teria muita objeção a isso. Mas depois, como tirar depois o ditador e trazer instituições, leis, uma sociedade civil, educação... todo tipo de coisa que vai consertar o Afeganistão ao longo prazo? É uma transição muito difícil de ser feita. Eu preferia ver uma solução sustentável.

Folha - Seria difícil vender essa idéia internacionalmente?

Wilkerson - Você ficaria surpresa com o que se pode vender se for seguro e funcionar. Não estou defendendo isso, só estou dizendo que é possível.

Folha - Quanto ao Paquistão, o sr. acha que os EUA contribuem para sua instabilidade?

Wilkerson - Acho que o Paquistão é mais problemático e perigoso que o Afeganistão. O Paquistão tem interesses em manter o vizinho instável, sem uma liderança forte em Cabul, porque Islamabad considera a Índia seu maior inimigo e quer ter o Afeganistão como apoio estratégico e militar contra eles. A situação é crítica, estão falindo, tem uma liderança civil sem energia, um movimento islâmico crescente e cada vez mais radical etc. A existência do Paquistão como Estado viável está ameaçada. Mas espero que Petraeus, quando estiver no Comando Central, entenda como todo o Leste Asiático está conectado e crie estratégias para lidar com Paquistão, Afeganistão, Iraque, Síria e etc. simultaneamente.



(from http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u457906.shtml)

George W. Bush: Mission Complete/Mission Accomplished.

Hello, people from USA! Are you happy? George W. Bush is a very good president, hum?

Bush: missão cumprida


WASHINGTON - Entre a eleição americana em 4 de novembro e a posse do novo presidente, o mundo ainda terá 77 dias de George W. Bush.

Felizmente, Bush não vai escapar tão fácil da História: no mundo das imagens, ou da "indústria cultural", como inventaram Horkheimer e Adorno, Bush acaba de ser escancarado para o grande público no ótimo "W.", novo filme do diretor Oliver Stone ("JFK", "Doors", entre outros). Com uma espetacular e comovente atuação de Josh Brolin no papel do presidente.

Presidência dos EUA
Bush a bordo de porta-avião em maio de 2003, quando declarou "missão cumprida" no Iraque; o país árabe vive em meio ao caos até hoje
Bush a bordo de porta-avião em 2003, quando declarou "missão cumprida" no Iraque; o país árabe vive em meio ao caos até hoje

Mesmo sem ser antipático a Bush (ao contrário), o filme acaba funcionando como mais um prego no caixão do presidente e de sua família, há 200 anos ciscando ao redor do poder nos EUA.

É também um tapa na cara dos americanos que o elegeram duas vezes. Na segunda, por sinal, Bush e os republicanos tiveram uma vitória completa em 2004: no voto popular, no Colégio Eleitoral, na Câmara e no Senado e na maioria dos Estados.

Entre a reeleição de Bush e o final de seu segundo termo agora, os EUA passaram do auge do unilateralismo, da arrogância e do uso da força para um apelo para a cooperação internacional sem precedentes. Se países falissem, a América de Bush seria o mais espetacular caso de quebra da história contemporânea.

Em quatro anos, a sorte dos EUA e de Bush mudaram da água para o vinho, com forte impulso negativo dado pelo comando presidencial e seu pequeno e obtuso núcleo de poder.

Em 2003 e 2004, tive o privilégio de acompanhar em Washington tanto os fatos que precederam a Guerra do Iraque quanto, mais à frente, a reeleição de Bush.

Os EUA eram outro país. Os grandes jornais acreditavam piamente em quase tudo o que o presidente dizia. As pessoas estocavam água, alimentos e pilhas em suas casas a cada sinal de uma nova catástrofe terrorista. O Patriot Act permitia o monitoramento de milhões de telefonemas entre americanos comuns, e o governo enchia a atmosfera com o mais potente medo que pudesse criar.

Assim Bush se reelegeu, ludibriando os fáceis de ludibriar norte-americanos médios com histórias de terror.

O filme de Stone é apenas um sinal do fim melancólico da era Bush. Os então todo-poderosos assessores do presidente --com poder para gravar, interrogar e prender-- são agora expostos de forma inimaginável há quatro anos. A ponto de o principal jornal gay (e gratuito) de Washington, "Blade", questionar em manchete nesta semana: "Is Condie Gay", em referência à nada menos que a secretária de Estado dos EUA, Condollezza Rice --solteirona assumida como o nosso prefeito Kassab.

Os anos Bush também deixaram que uma indelével rachadura aparecesse na maior economia do mundo. Descobriu-se que os EUA mal teriam crescido nos últimos cinco anos não fosse a propulsão do consumo. Surpresa: ele era financiado por créditos sem lastro que giravam no vazio. O país está quebrado.

A nação mais rica(?) e militarmente poderosa está de calças curtas ao final do reinado de Bush. Mesmo a solução mais coerente para a atual crise --injetar capitais diretamente nos bancos-- partiu de além-mar, do Reino Unido, e foi replicada nos EUA. É tudo incrível.

Mas, por mais extraordinário que pareça, com sua arrogância e ignorância, Bush talvez tenha prestado um imenso serviço.

Se os EUA crescerem muito próximo de zero nos próximos dois ou três anos, o que é muito possível, o tamanho da economia chinesa terá passado de 1/3 da americana para mais da metade. Outros vários emergentes também ganharão nacos maiores nessa participação global. Ao menos em termos econômicos, o mundo será outro.

Esse talvez seja o principal legado de Bush.

*

Veja vídeo sobre o mercado de trabalho nos EUA em 2009 --feito por algum mexicano.

Fernando Canzian, 42, é repórter especial da Folha. Foi secretário de Redação, editor de Brasil e do Painel e correspondente em Washington e Nova York. Ganhou um Prêmio Esso em 2006.Escreve às segundas-feiras.

E-mail: fcanzian@folhasp.com.br

(from http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/fernandocanzian/ult1470u457997.shtml)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Até que enfim! Donos de cães são responsabilizados!

Donos de pit bull que matou criança são condenados à prisão

Essa é a primeira condenação sob a nova lei do Texas que responsabiliza por danos causados por seus cães

AP

GRAHAM, EUA - Um casal cujo pit bull atacou e matou seu vizinho de sete anos de idade foi sentenciado a sete anos de prisão, a primeira condenação sob a nova lei do Texas que responsabiliza os donos caso seus cachorros machuquem ou matem alguém.

Crystal Michelle Watson, de 28 anos, e Jack Wayne Smith, de 45 anos, foram condenados nesta terça-feira, 14, pelo ataque que resultou em morte. A lei diz que os donos são culpados se seus cachorros sem segurança machucarem ou matarem alguém fora de sua propriedade; a condenação pode chegar a 20 anos de prisão.

"Eu comparei o ocorrido com alguém deixando uma arma na frente de crianças", disse o advogado Stephen Bristow, lembrando o que disse ao júri durante o julgamento na semana passada.

Depois de terem sido sentenciados na sexta-feira, 10, o juiz Stephen Crawford disse que os dois poderiam sair mediante o pagamento de fiança de US$ 150 mil. O casal não tinha a quantia e permaneceu sob custódia até segunda-feira, 13.

Testemunhas disseram que no dia 18 de maio Tanner Joshua Monk caminhou em direção à casa de Smith e Watson para brincar com algumas crianças. Naquela tarde, seu corpo foi encontrado cercado por quatro pit bulls, disseram as autoridades.

(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid259826,0.htm)

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mais uma nos EUA do N - One more in USA

Vejam mais esta:

Milhares de eleitores são impedidos de se registrar nos EUA

da Efe, em Washington
da Folha Online

Milhares de pessoas habilitadas a votar em pelo menos seis Estados cruciais para as próximas eleições presidenciais dos Estados Unidos não puderam se registrar ou tiveram seus registros eleitorais apagados, informou nesta quinta-feira o jornal "The New York Times".

O diário, que afirmou ter revisado os censos estaduais, acrescentou que essas pessoas foram impedidas de se registrar, algo que aparentemente "viola a lei federal".

"Estas ações não parecem coordenadas por um ou outro partido nem são conseqüência de uma infração proposital às regras por parte dos funcionários eleitorais", acrescentou.

"Aparentemente, são resultado de erros no manejo de registros e antecedentes dos eleitores", continua.

Estes erros podem causar problemas no pleito. A eleição presidencial de 2000 foi decidida após uma apuração de um mês e meio devido a recontagens de poucos milhares de votos na Flórida.

Também poderia haver problemas no dia da eleição, em 4 de novembro, acrescentou o jornal.

"A exclusão dos registros de eleitores nesses seis Estados poderia levar as pessoas excluídas das listas a se apresentarem para votar e serem rejeitadas pelos funcionários eleitorais, o que geraria confusão, demora e disputa", concluiu o jornal.

A eleição presidencial nos EUA não é decidida pelo voto direto, mas sim por colégios eleitorais onde cada Estado é representado por um número de delegados proporcional à sua população.

As eleições passadas e as pesquisas atuais indicam que alguns Estados podem ser cruciais para a escolha do novo presidente, já que seus eleitores ainda não demonstraram preferência clara pelo democrata Barack Obama nem pelo republicano John McCain.

Os impedimentos para o registro de eleitores, segundo o jornal, ocorreram em seis Estados: Colorado, Indiana, Ohio, Michigan, Nevada e Carolina do Norte.

Registros apagados

O "NY Times" ainda destaca que embora tenha sido dada muita atenção este ano para os milhões de novos eleitores, que se registraram para votar por causa de Obama, há poucas notícias sobre o número de eleitores, cujos registros estão sendo excluídos.

Os Estados tentam cumprir uma lei de 2002, que determina a remoção do registro de eleitores que não votarão nas próximas eleições, "mas para cada eleitor que se registrou nos últimos dois meses em alguns Estados, autoridades eleitorais locais excluíram, em média, dois outros nomes", mostram os números analisados pelo jornal.

Essa postura por parte dos seis Estados viola a legislação federal de duas maneiras. Michigan e Colorado estão excluindo o registro de eleitores a menos de 90 dias da eleição presidencial, o que não é permitido exceto quando o eleitor morreu, notificou as autoridades que se mudou do Estado em que era registrado ou foi declarado incapaz de votar.

Segundo o jornal, os Estados de Indiana, Nevada, Carolina do Norte e Ohio incorrem em outro desrespeito; estão usando dados do Seguro Social para verificar o registro de novos eleitores.


(fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u454364.shtml)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

...é mais barato para o Condado financiar parte das estações de água que pagar pelas autópsias dos imigrantes que morrem...

Capitalismo hipócrita: Custa mais caro o atestado de óbito...

Condado americano financiará água para imigrantes que cruzam deserto

da Efe, em Tucson

O Condado de Pima, nos Estados Unidos, aprovou nesta terça-feira a volta de um fundo anual de US$ 25 mil (R$ 55 mil) para financiar as estações de água instaladas no deserto do Arizona, local de travessia de imigrantes ilegais que tentam chegar ao país.

Com quatro votos a favor e um contra, a Junta de Supervisores do Condado garantiu a entrega da verba à organização humanitária Fronteiras Humanas, que mantém cerca de 90 estações de água na fronteira entre o Arizona e Sonora, no México.

"Os supervisores fizeram o correto. Estamos muito satisfeitos com a decisão deles", disse Robin Hoover, diretor e fundador da ONG.

Segundo o ativista, já está comprovado que as mortes de imigrantes ilegais diminuíram nas áreas onde essas estações foram instaladas.

A primeira vez em que a Junta de Supervisores de Pima reservou fundos para a iniciativa foi em 2001, meses depois que um grupo de 14 mexicanos em situação irregular morreu de desidratação durante uma travessia.

Wes Bramhall, ex-presidente de um grupo estadual para o controle da imigração, disse que os supervisores de Pima violam a lei ao "ajudar" os imigrantes ilegais a atravessarem a fronteira ilegalmente. "Nossos impostos não devem ser utilizados com este propósito", afirmou.

Os defensores da idéia argumentam que é mais barato para o Condado financiar parte das estações de água que pagar pelas autópsias dos imigrantes que morrem cruzando a região.


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u453643.shtml)

Bush, George W. Bush: lier!

Bush: one more time: a lier!

Justiça nos EUA ordena primeira libertação de presos em Guantánamo


da Efe, em Washington

A Justiça dos Estados Unidos ordenou nesta terça-feira pela primeira vez a libertação em território americano de um grupo de prisioneiros da base de Guantánamo, em Cuba.

O juiz Ricardo Urbina, da Corte Federal do Distrito de Columbia, entendeu que não havia provas de que esse grupo, composto por 17 muçulmanos chineses da etnia uigur, contivesse "combatentes inimigos" ou que constituíssem um risco para os EUA.

A sentença é um revés para a administração do presidente George W. Bush, que argumentava que os juízes federais não teriam autoridade para ordenar a libertação em território dos EUA de presos em Guantánamo.

O grupo de muçulmanos chineses, detido há quase sete anos, aguardava desde 2004 por sua libertação.

O Pentágono já não os considerava "combatentes inimigos", mas eles permaneciam detidos na base naval porque os Estados Unidos não haviam encontrado um país que os acolhesse.

Chineses muçulmanos

O governo chinês pediu aos EUA a transferência da custódia deles, mas o governo americano e organizações de direitos humanos temem que os detidos possam ser torturados se voltarem a seu país de origem.

Os muçulmanos chineses estavam detidos em Guantánamo desde 2001, quando foram capturados no Paquistão e no Afeganistão.

Os esforços do governo americano para encontrar um país que aceitasse essa minoria foram infrutíferos pelo medo de muitos Estados de receber represálias diplomáticas por parte da China.

Em 2006, a Albânia deu refúgio a cinco membros da minoria uigur presos em Guantánamo, apesar dos protestos da China.

Após conhecer a decisão do juiz Urbina, a organização Human Rights Watch (HRW) celebrou a libertação dos 17 detidos em Guantánamo.

"Mais uma vez uma corte federal rejeitou a teoria da administração de Bush de que sua decisão pode triunfar sobre a revisão judicial e os direitos constitucionais", afirmou Jennifer Daskal, principal advogada em assuntos de luta contra o terrorismo da HRW.

População barsileira fica mais rica!

Graças a isso (quem sabe me dizer porque? Dou um premio!):

Estudo indica queda na fecundidade e envelhecimento da população brasileira


da Agência Brasil

A queda acelerada das taxas de fecundidade e da mortalidade registradas no Brasil provoca mudanças rápidas no ritmo de crescimento da população. A mais importante, de acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), é o envelhecimento dos brasileiros. Os dados fazem parte de um estudo divulgado nesta terça-feira pelo instituto, elaborado com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2007.

De acordo com a pesquisa "Pnad 2007: Primeiras Análises", a taxa de fecundidade total no ano passado foi de 1,83 filho por mulher. A média foi inferior à chamada taxa de reposição (de 2,1), que significa o mínimo de filhos que cada brasileira deveria gerar para que, no período de 30 anos, a população total do país seja mantida.

A queda teve início na segunda metade dos anos 60 e poderá, a partir de 2030, refletir em uma população "super envelhecida" no Brasil, reproduzindo experiências de países da Europa Ocidental, além de Rússia e Japão.

A projeção é que a população brasileira irá atingir o seu máximo em 2030, com um contingente de aproximadamente 204,3 milhões de habitantes. Para 2035, a expectativa cai para 200,1 milhões.

Como conseqüência direta, a população com idade inferior a 15 anos, que representou 33,8% da população total em 1992, passou a responder por 25,2% em 2007. Já a população idosa que, em 1992 representava 7,9% da população, passou a responder por 10,6% no ano passado.

O estudo mostra que, além do envelhecimento da população total, a proporção de pessoas com idade superior a 80 anos está aumentando. O percentual de brasileiros nesse grupo passou de 1%, em 1992, para 1,4%, no ano passado, o que representa um universo de 1,6 milhões de pessoas.

Os dados, de acordo com o Ipea, indicam uma maior demanda por cuidados de longa duração e por pagamento de benefícios previdenciários e assistenciais por um período de tempo também mais longo.

Segundo o instituto, alguns grupos populacionais no país já experimentam taxas negativas de crescimento, como as pessoas com menos de 3 anos de idade. Entre 2030 e 2035, os únicos grupos populacionais que deverão apresentar crescimento positivo, de acordo com o estudo, são formados por pessoas com idade superior a 45 anos.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u453433.shtml)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Y usteds en Mexico? Lo que hacen?

México lembra 40 anos de massacre que marcou história

da BBC

O México relembra nesta quinta-feira os 40 anos de um dos episódios mais marcantes de sua história recente --o massacre de uma manifestação estudantil na praça das Três Culturas, ou Tlatelolco, na capital do país, em 2 de outubro de 1968.

A organização Anistia Internacional divulgou uma nota pedindo que o governo do presidente Felipe Calderón dê fôlego novo a uma investigação para esclarecer "questões inquietantes que permanecem sem resposta".

Quatro décadas depois do ocorrido, ainda não há consenso sobre os mortos. À época, o governo de Gustavo Díaz Ordan afirmou que 30 pessoas morreram. Mas organizações internacionais e correspondentes estrangeiros que testemunharam os eventos dizem ter contado mais de 300 cadáveres.

O massacre ocorreu dias antes da abertura dos Jogos de Verão na cidade do México. Por volta das 18h, policiais, militares e homens à paisana rodearam a praça e abriram fogo utilizando veículos armados, tanques de guerra e armas pesadas.

Guerra Fria

O governo acusava os estudantes de envolvimento com o bloco comunista, em plena era da Guerra Fria e da disputa das duas superpotências Estados Unidos e União Soviética por influência na América Latina e em outras partes do globo.

Ignorando a geopolítica internacional, acadêmicos consideram que o massacre foi um ponto de inflexão na história política do país, que evidenciou a falta de conexão entre o Partido Revolucionário Institucional (PRI) e o povo mexicano.

Para muitos, ao denunciar esta falta de compasso, o movimento estudantil de 1968 assentou as bases da democratização do país, que viria muito depois com a derrota do PRI nas eleições de 2000, após 71 anos no poder.

O governo do presidente Vicente Fox, que sucedeu o regime revolucionário, estabeleceu uma comissão especial para investigar o massacre. Entretanto, até hoje ninguém foi condenado pelo ocorrido.

"O fracasso do governo mexicano em estabelecer a verdade sobre o que ocorreu na noite do dia 2 de outubro de 1968 deixou uma grande cicatriz na sociedade mexicana", disse a vice-diretora de Américas da Anistia Internacional, said Kerrie Howard.

Para ela, tal ferida "só pode ser curada através do completo esclarecimento (do episódio), o julgamento dos responsáveis e as reparações às famílias das vítimas".

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u451461.shtml)

The USA and the big trap. OS EUAN caíram na armadilha....

Não é mesmo? Vejam só:

Simpatizantes da Al Qaeda comemoram "colapso" dos EUA

da BBC Brasil

Simpatizantes da rede terrorista Al Qaeda vêm comemorando a crise financeira nos mercados mundiais como se fosse um "castigo divino".

Em mensagens anônimas postadas em vários sites, internautas afirmam que a crise que começou nos Estados Unidos é conseqüência das políticas americanas no Oriente Médio, consideradas por eles como anti-muçulmanas.

"Os EUA estão entrando em colapso", dizem algumas mensagens.

Internautas especulam que o país deva perder seu posto de superpotência econômica, sugerindo que os gastos militares excessivos no Iraque e no Afeganistão tenham contribuído para a situação.

"Embora as mensagens de jihadistas representem apenas uma minoria pequena e extremista, os EUA são tão impopulares hoje no Oriente Médio que é provável que esses sentimentos sejam compartilhados por muitas pessoas", afirmou o analista da BBC Frank Gardner.

Bin Laden

No passado, a Al Qaeda e organizações alinhadas ideologicamente com a rede já haviam pedido para que interesses econômicos americanos fossem atacados.

"Se a economia americana for destruída, eles vão se tornar muito ocupados para escravizar outros povos", disse em 2001 Osama Bin Laden, considerado o líder mundial da rede e o mentor dos ataques aos EUA de 11 de setembro daquele ano.

Calcula-se que a operação da Al Qaeda contra os prédios do World Trade Center e o Pentágono tenha custado US$ 500 mil e causado um prejuízo de US$ 500 bilhões.

"Cada dólar da Al Qaeda fez os EUA gastarem US$ 1 milhão", teria dito Bin Laden após os ataques.

O ex-agente da CIA e especialista em Al Qaeda Michael Scheuher afirmou que "da mesma mesma forma que Bin Laden viu a Al Qaeda como inspiradora de jihads e não a jihad em si, ele viu que os ataques do grupo não causariam a falência econômica dos EUA, mas poderiam causá-lo se eles piorassem os problemas econômicos americanos".

"Assim, o maior estrago econômico causado pelos ataques de 11 de Setembro foram as guerras no Iraque e no Afeganistão, não os ataques em Manhattan e Washington", disse.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u451397.shtml)