terça-feira, 22 de setembro de 2009

Refrigerantes

Sim, sim! Mais gente morre de obesidade do que de fome!

Terça-feira, 22 de setembro de 2009, 10:04

EUA estudam imposto sobre consumo de refrigerante

O debate em torno da taxa sobre calorias vem ganhando espaço nos Estados Unidos e Europa

AE - Agência Estado

SÃO PAULO - Um imposto de 1% a cada 30 gramas de refrigerante poderia frear a epidemia de obesidade nos Estados Unidos e gerar uma renda extra ao governo de US$ 15 bilhões por ano. Esse é o resultado de um estudo publicado no New England Journal of Medicine, que gerou reação do presidente mundial da Coca-Cola, Muhtar Kent. Para ele, todos os seus produtos são "saudáveis" e apenas exercícios físicos combaterão a obesidade.

O debate em torno da taxa sobre calorias vem ganhando espaço nos Estados Unidos e Europa. Em Washington, o presidente Barack Obama insinuou que seria favorável à proposta. Em cidades europeias, restaurantes de fast-food poderão começar a ser taxados.

No estudo publicado pelos maiores especialistas em obesidade nos EUA, o resultado de pesquisas em escolas de todo o país provou que a taxa teria resultados positivos para reduzir o consumo, além de financiar parte da reforma no sistema de saúde americano - isso porque os gastos com pessoas obesas seriam reduzidos. Segundo o grupo, 9% dos gastos de saúde nos EUA estão relacionados à obesidade. Pelos cálculos, a taxa significaria aumento de 20% no preço de refrigerante e redução de 20 calorias por dia no consumo de uma pessoa. "Há produtos que contribuem para a obesidade claramente", afirmou David Ludwig, principal autor do estudo e professor da Harvard Medical School.

"Isso seria ridículo", disse Kent. "Nunca funcionará uma política do governo dizendo o que devemos ou não comer. Temos uma linha de 400 marcas, todas saudáveis. O mais importante é a atividade física." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


(de http://www.estadao.com.br/noticias/geral,eua-estudam-imposto-sobre-consumo-de-refrigerante,439057,0.htm)

Vocês são a favor dos ataques cardíacos?

Sim, leis anti-fumo. Mas nunca, como fazem com outras drogas, tornar crime o consumo...

Terça-feira, 22 de setembro de 2009, 05:51

Leis antifumo reduziram ataques cardíacos em um terço

Pesquisas nos EUA indicam benefício maior do o esperado após proibição em fumo em locais públicos

Dois estudos americanos publicados nesta semana indicam que as leis antifumo tiveram um impacto bem maior do que o esperado na prevenção de ataques cardíacos.

Os estudos apontam que o número de ataques cardíacos na Europa e América do Norte chegaram a cair em torno de um terço após a introdução das leis que proíbem o fumo em locais públicos.

O primeiro estudo, realizado pela Universidade do Kansas, realizou uma revisão sistemática de 10 relatórios de 11 regiões diferentes nos EUA, Canadá e Europa que adotaram as leis antifumo.

Os resultados, publicados na revista científica Journal of the American College of Cardiology, indicam que o número de ataques cardíacos reduziu em até 26% por ano depois da adoção das leis.

"A proibição do fumo em locais públicos parece ser tremendamente eficaz em reduzir os ataques cardíacos e, teoricamente, também podem prevenir o câncer de pulmão e o enfisema", afirmou David Meyers, que liderou a pesquisa.

Segundo ele, os benefícios cardíacos aumentaram conforme o tempo de vigência das leis.

O pesquisador afirma que os primeiros efeitos positivos puderam ser percebidos logo nos três primeiros meses de vigência das leis, quando o número de ataques cardíacos já apresentou um declínio.

Efeito positivo

A segunda pesquisa sobre o assunto, realizada pela Universidade da Califórnia e publicado na revista científica Circulation, analisou 13 pesquisas sobre o tema realizadas na América do Norte, Itália, Escócia e Irlanda.

Os resultados mostram que, apesar das diferenças regionais, a redução do risco de ataques cardíacos após a adoção das leis antifumo foram consistentes e chegaram a 17% apenas no primeiro ano de vigência da lei.

Assim como na pesquisa anterior, o impacto positivo das leis também aumentou conforme o tempo de vigência da legislação e o risco de ataques cardíacos chegou a cair 36% nos três anos após a adoção das novas leis.

"Obviamente não vamos reduzir os ataques cardíacos a zero, mas essas descobertas nos dão provas de que no curto e médio prazo, a proibição dos fumos em locais públicos prevenirá muitos ataques", disse James Lightwood, que liderou a pesquisa.

"O estudo contribui para as fortes evidências de que o fumo passivo causa ataques cardíacos e que aprovar leis antifumo em locais de trabalho e espaços públicos é algo que podemos fazer para proteger o público", afirmou o pesquisador.

De acordo com Ellen Mason, da ONG British Heart Foundation, o estudo mostra o impacto positivo das legislações que proíbem o fumo em locais públicos na saúde cardíaca.

"As estatísticas mostram ainda a rapidez com a qual os benefícios podem ser sentidos depois da adoção das leis e indicam como o fumo passivo pode ser perigoso para o coração", disse Mason.

"Se você é um fumante, a única coisa grande que pode fazer para prevenir ataques cardíacos é parar de fumar, o que também pode proteger a saúde de seus amigos e familiares", afirmou.


(do Estadão: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,leis-antifumo-reduziram-ataques-cardiacos-em-um-terco,438990,0.htm)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Gravadoras (Som Livre, Sony, Universal, Warner) geridas por "tapados"...

As gravadoras já provaram que seus gestores são tapados... Agora parece que estão sendo seguidos por juristas... Bem como disse o Luciano Cadari: Uma faca tem o potencial de matar. Vamos proibir as facas?

Caiam na real, gestores de gravadoras! O seu tempo acabou! Procurem outro emprego!

Gravadoras obtêm decisão inédita contra troca de arquivos no Brasil
Fonte: G1


TJ-PR proíbe empresa de disponibilizar software P2P K-Lite Nitro. Ação é movida pelas gigantes EMI, Som Livre, Sony, Universal e Warner.

Em decisão inédita, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) decidiu pela condenação de um desenvolvedor nacional de software de compartilhamento de arquivos (P2P), em ação movida pela Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos (Apdif).

De acordo com a decisão, a empresa Cadari Tecnologia da Informação e outros, responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção do K-Lite Nitro, estão proibidos de disponibilizar o software P2P, “enquanto nele não forem instalados filtros que evitem que as gravações protegidas por Direito Autoral de titularidade das companhias representadas pela APDIF do Brasil sigam sendo violadas de forma maciça e constante pelos usuários do referido software”.

Ainda segundo a decisão unânime, relatada pelo desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira, o K-Lite Nitro tem "intuito de lucro baseado na venda de espaço publicitário, é ilegal e viola a lei de Direito Autoral (Lei 9.610/98) e o Código Penal brasileiro”.

Representante das cinco maiores companhias fonográficas do país (EMI, Som Livre, Sony Music, Universal Music e Warner Music), a Apdif atualmente faz parte da Associação Antipirataria de Cinema e Música (APCM).

Segundo o presidente da Apdif e da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), Paulo Rosa, a decisão inédita no país sobre redes de compartilhamento de arquivos estabelece um precedente na Justiça brasileira “importantíssimo” em relação aos direitos autorais sobre músicas e outros conteúdos protegidos na web.

“Não se trata de uma decisão contra uma determinada tecnologia, mas sim contra um modelo de negócio criado e explorado economicamente, cujo principal atrativo é a violação contínua e em larga escala de Direitos Autorais consagrados em nossa Constituição Federal e em legislação específica”, afirmou Rosa.

“Tecnicamente, essa decisão está muito próxima da perfeição, em pé de igualdade com decisões dos EUA e outros países do mundo. Não se trata de uma decisão contra a tecnologia, nem contra a neutralidade e a liberdade da internet. Mas sim de usar a tecnologia de forma responsável”, avaliou Rosa, acrescentando que as gravadoras vão cobrar para que sejam aplicados os filtros de conteúdo no K-Lite Nitro, para que a ferramenta barre o upload e o download de conteúdo protegido por direito autoral.

'Marketing do medo'

Réu no processo movido pela Apdif, Luciano Cadari se defende das acusações, dizendo que vai recorrer da decisão, já que em momento algum fez propaganda em favor da pirataria. “Nossa ferramenta é usada para compartilhar arquivos. Nunca induzimos ninguém a baixar conteúdo ilegal. Pelo contrário, sempre deixamos claro, com avisos para que os internautas não utilizem o software para fins de pirataria”, afirmou ao G1. “Me pegaram para Cristo para fazer o marketing do medo”.

Segundo Cadari, o sofwtare K-Lite Nitro foi baseado no programa de código aberto KCEasy e não tem o objetivo de infringir direitos autorais, apesar da “potencialidade” de download ilegal. “É como uma faca, que tem a potencialidade de matar. Um carro também tem a potencialidade de matar, em acidentes de trânsito. Por que não são proibidos também?”, questiona.

“Estão colocando a culpa da queda nas vendas da indústria fonográfica em uma empresa de fundo de quintal de Curitiba”, disse Cadari, cuja empresa tem quatro funcionários. “A guerra não é só contra mim; é contra todos os internautas brasileiros, contra a liberdade de expressão”.



(de https://secure.jurid.com.br/new/jengine.exe/cpag?p=jornaldetalhejornal&id=69563&id_cliente=44253&c=5)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

FIB x PIB (III)

Esta saiu na Baguete. Eu li algo sobre este estudo: "Segundo pesquisa feita por Layard nos EUA, quanto mais uma pessoa assiste televisão, menos feliz ela é."

Questionável é a abordagem final...
31/07/2006 - PIB & FIB
Estudiosos dessa inefável ventura, a felicidade, estão preocupados em saber onde ela reside. Nas últimas semanas, fomos bombardeados por pelo menos três pesquisas. Para o economista britânico Richard Layard, em Happiness: Lessons From a New Science, a felicidade residiria no reino budista do Butão.

O Butão é um país isolado no Himalaia, cujo rei, Sua Majestade Jigme Singye Wangchuck – o primeiro marajá da dinastia dos Wangchuk a auto-intitular-se rei – decidiu abandonar os obsoletos índices de Produto Interno Bruto e substitui-lo por um índice de Felicidade Interna Bruta. Abaixo o PIB, viva a FIB. Sua jogada de marketing parece ter agradado às eternas e azedas esquerdas, que acham que PIB não quer dizer nada. Não que acreditem nisso, mas como o PIB das nações capitalistas sempre foi superior ao das socialistas, então o PIB “é do mal”.

Mais dia, menos dia, o mal acabou entrando no paraíso. Não através da serpente, mas de algo muito mais insidioso, a televisão. Segundo Layard, "os butaneses puderam então ver a mistura comum de futebol, violência, traição sexual, propaganda, lutas e afins. Eles adoraram, mas o impacto em sua sociedade fornece um experimento notável sobre como a mudança tecnológica pode afetar atitude e comportamento. Logo se observou um aumento profundo em rompimentos familiares, crimes e consumo de drogas."

Ou seja, a realidade circundante invadiu o país. O bode a ser banido para o deserto é a televisão. “Nos últimos anos, o governo butanês vem tentando banir do país a televisão, ou ao menos os programas mais odiosos.” Confesso que jamais vi justificativa tão linda e nobre da censura. Oremos para que o Supremo Apedeuta não a ouça nem se converta ao budismo. Poderia ser tentado a acabar com a violência, os crimes e o consumo de droga mediante uma medida singela, a proibição da televisão.

Segundo pesquisa feita por Layard nos EUA, quanto mais uma pessoa assiste televisão, menos feliz ela é. A solução então é simples: retire a televisão da sala e suas chances de ser feliz aumentarão. Sua Majestade Jigme Singye Wangchuck parece ter conseguido vender ao Ocidente a idéia de que, para a felicidade geral das nações, é melhor renunciar ao presente e encerrar-se nas trevas do passado. Sob o repúdio à televisão, o livro do economista britânico esconde uma tese safada: informação é infelicidade. Do fundo de seu sarcófago, Stalin deve ter esboçado um sorriso: “finalmente fui entendido”.

De qualquer forma, não se entusiasme. Não é fácil visitar o país onde a felicidade mora. Só é permitida a entrada de pessoas autorizadas por Sua Majestade ou pelo ministério de Turismo. Essas pessoas devem efetuar o depósito de cerca de US$ 200 por dia a favor do governo. Qualquer semelhança com a velha União Soviética e a Intourist não é mera coincidência. Sua Majestade, a título de curiosidade, é casado com quatro mulheres, todas irmãs. Sua FIB deve ser muito alta.

Por outro lado, a New Economics Foundation e a ONG Friends of Earth criaram o Happy Planet Index, segundo o qual a felicidade teria estabelecido sua morada no arquipélago de Vanuatu – 83 ilhas no Pacífico, com 209 mil habitantes, na maioria pescadores e agricultores que vivem numa economia pouco além do nível da subsistência. Os vanuatuenses tiveram a melhor média de três indicadores básicos: esperança de vida ao nascer, bem-estar humano e nível dos danos ambientais causados ao país. Nesse índice, o Brasil ficou em 65º lugar, atrás da Colômbia, da Argentina, do Chile e do Paraguai – até de Bangladesh. Os Estados Unidos ficaram com o 150º lugar, um dos últimos entre 178 países. O Happy Planet Index quer evidenciar que "não é necessário esgotar os recursos naturais da Terra para se ter uma vida relativamente longa e feliz". Seus critérios são, no fundo, um panfleto contra tudo o que de bom o Ocidente oferece.

Se os vanuatenses se sentem felizes numa economia que vai pouco além da subsistência, estão confundindo ignorância do mundo contemporâneo com felicidade. “Se estamos em um quarto escuro e dizemos que não há luz é porque alguma vez vimos a luz. Algo parecido acontece com a felicidade”, escreveu Swami Tilak. A pesquisa cheira à estratégia dos ecochatos que, uma vez morto o socialismo, querem empunhar novas bandeiras contra o capitalismo triunfante. Ora, uma comunidade de 200 mil pessoas isoladas num mar oceano, que vivem numa agricultura de mão pra boca, jamais reunirá aqueles elementos que tornam a vida prazerosa.

A universidade britânica de Leicester, por sua vez, elaborou o que seria o primeiro mapa mundial da felicidade, em estudo que reúne 177 países. Segundo este, os dinamarqueses e os suíços são os mais felizes. Depois destes, vêm os cidadãos da Áustria, Islândia, Bahamas, Finlândia e Suécia. Zimbabuanos e burundineses estão nos postos mais baixos e os brasileiros em 81º lugar. Dentro de meu conceito, já não digo de felicidade, que é muito relativo, mas de bem-estar, parece-me um mapa sensato. Que a vida é agradável na Dinamarca e Suíça, disto estou ciente. Que deve ser dura no Zimbábue e Burundi, disto também estou ciente, mesmo sem jamais ter postos os pés naquelas plagas.

Ao que tudo indica, as ideologias invadiram a geografia da felicidade e a disputam palmo a palmo. Como se felicidade tivesse geografia. Sentimento personalíssimo e subjetivo, não vejo muito bem como possa ser mensurada. Para populações que desconhecem uma gastronomia elaborada, qualquer gororoba que mate a fome deve dar uma sensação de paraíso. A gastronomia, a meu ver, é algo altamente espiritualizado. O gastrônomo não come para satisfazer a vil premência física, mas a uma necessidade do espírito. Para civilizações que desconhecem bons vinhos, suco de laranja deve saber a néctar dos deuses. Faltou a prova dos nove nas três pesquisas: investigar se os vanuatenses ou os butaneses continuariam sendo felizes em suas economias precárias após degustar os requintes do Ocidente.

Não vejo grandes FIBs sem altos PIBs. Os rosseaunianos adoradores da vida frugal que me desculpem. Altos PIBs significam mais opções de lazer, mais conforto no dia-a-dia, mais acesso à cultura e à saúde, medicina de ponta na hora da doença. E essa grande aventura do espírito – as viagens – ao dispor de qualquer veneta. Quanto à felicidade, é uma questão de ambições. Já vi mendigos rindo sozinhos em uma noite gelada, felizes com uma garrafinha de cachaça. E conheço não poucas pessoas, de muitas posses e com altos saldos bancários, mergulhadas na depressão e próximas ao suicídio. Conheço inclusive pessoa que comprou carro blindado para proteger sua vida e hoje teme olhar para o revólver, por medo de não resistir a matá-la.

Certa vez, no aeroporto de Cumbica, puxei conversa com uma moça que servia cafezinho. O trabalho é duro, oito horas em pé, circulando dentro de um brete. “Eu estou feliz da vida” – me dizia a moça – “Não fosse este trabalho, eu estaria na roça, no cabo da enxada”.

Conheci o cabo da enxada e já fui feliz com uma bicicleta. Cresci, me eduquei, zanzei pelo mundo e hoje, meu conceito de paraíso mudou, mas não deixa de ser singelo: uma manhã de inverno ensolarada, na terrasse de um café em Paris – pode ser também em Copenhague ou Zurique. Ou Madri ou Roma – temperatura de uns dez graus, jornais de dois ou três países, dois ou três livros para dar as primeiras folheadas e uma Leffe radieuse. Detesto a idéia de eternidade. Mas se for assim, topo. Buñuel tinha um desejo parecido. Gostaria de, depois de morto, sair de vez em quando da tumba, esgueirar-se lívido pelos muros, ir até uma banca de jornais e voltar com alguns debaixo do braço.

Claro que PIB não significa automaticamente felicidade. Prova disto são os altos índices de suicídio dos países desenvolvidos. Mas sem altos PIBs, a tal de FIB não passa de mais uma utopia das esquerdas. Há gentes de todo azimute tentando vender a idéia de que há virtudes na pobreza. São em geral pessoas ricas, que jamais viram a miséria de perto. Ou que só a viram como turistas.

(http://www.baguete.com.br/colunasDetalhes.php?id=2153)

FIB x PIB (II)

Da revista "Época":

SUSAN ANDREWS

20/12/2007 - 22:39 | Edição nº 501

PIB ou FIB: as lições do Butão

Conheça o reino de Butão, onde a Felicidade Interna Bruta é o fator mais importante.


SUSAN ANDREWS
é psicóloga e monja iogue. Autora do livro Stress a Seu Favor, ela coordena a ecovila Parque Ecológico Visão Futuro e escreve quinzenalmente em ÉPOCA. www.visaofuturo.org.br susan@edglobo.com.br

Visualize um reino de deslumbrantes cumes nevados, com leopardos e iaques vagando pelas montanhas. Com vastas florestas intocadas, onde o contentamento é mais valorizado que o comércio, e um sábio rei que declara que a felicidade de seus súditos é mais importante que a produção econômica.

Um conto de fadas? Um sonho da imaginação? Um reino virtual no Second Life? Nada disso. Estou falando de um lugar real, com pessoas verdadeiras – o reino do Butão, no Himalaia.

O Butão tem capturado a atenção mundial por sua inovadora mensuração da FIB (Felicidade Interna Bruta), em vez de PIB (Produto Interno Bruto). Por décadas, o PIB, índice de progresso que soma todas as transações econômicas de uma nação, tem sido criticado, mais recentemente numa conferência da Comissão Européia, em Bruxelas. O PIB não somente falha em contabilizar os custos ambientais, mas também inclui formas de crescimento econômico que são prejudiciais ao bem-estar da sociedade. Por exemplo, despesas com atendimento médico, crime, divórcio e até desastres como o Katrina são computadas como um aumento do PIB!

A FIB vai um passo além. Ela situa a felicidade como o pivô do desenvolvimento. Desde a época de Aristóteles, e indo até a Declaração da Independência dos Estados Unidos, muitas sociedades consideraram a busca da felicidade um direito fundamental de todos os cidadãos. E agora, em pleno século XXI, o rei do Butão, Jigme Singye Wangchuk – uma das cem pessoas mais influentes do mundo, segundo a lista da revista Time –, disse que a FIB é o alicerce de todas as políticas de desenvolvimento do governo.

Fui convidada para participar da 3a Conferência Internacional sobre Felicidade Interna Bruta, na semana passada, em Bangcoc, Tailândia. Numerosos palestrantes enfatizaram que, enquanto o PIB se baseou na crença de que a acumulação da produção econômica leva a um maior bem-estar, as pesquisas mostram que, após certo nível de renda, o aumento da riqueza não conduz a um correspondente aumento da felicidade.

Imagine um reino onde a felicidade dos súditos é mais importante que a produção econômica. Um conto de fadas?

“O acelerado crescimento da Ásia nas últimas décadas alcançou o impressionante índice de 10% ao ano”, disse Surin Pitsuwan, ex-ministro do Exterior da Tailândia. “Mas será que estamos mais felizes que antes, com nossa renda aumentando cada vez mais rápido? Muitos dizem que não.” De fato, quando olhei a minha volta em Bangcoc, os graciosos pináculos dos templos tailandeses, com suas douradas telhas cintilando ao sol, foram obscurecidos pelos colossais shopping centers que parecem gigantescas espaçonaves. “Nós aqui do sudeste da Ásia”, afirmou Pitsuwan, “apesar dos nossos milhões de rúpias, de ringgits e de bahts, nos sentimos mais inseguros com relação a nossa vida, a nossa família, a nosso futuro do que jamais sentimos antes.”

O Butão proveu uma alternativa. Os delegados butaneses na conferência atraíram a atenção não apenas por suas distintas túnicas bordadas, mas também por sua aura de júbilo interno. As decisões políticas nesse país, de acordo com Dasho Karma Ura, diretor para o Centro de Estudos do Butão, são tomadas a partir dos indicadores da FIB, que são os seguintes: padrão de vida, saúde, educação, resiliência ecológica, bem-estar psicológico, diversidade cultural, uso equilibrado do tempo, boa governança e vitalidade comunitária. “A renda não é buscada pelo seu bem em si, mas para aumentar a qualidade de vida, para obter a felicidade”, diz ele. “Felicidade baseada na ética, em cultivar relacionamentos entre as pessoas e com a natureza. E também uma felicidade interior baseada na espiritualidade.”

Num mundo de aceleradas rupturas ecológicas, sociais e psicológicas, talvez os butaneses, com sua sabedoria dos Himalaias, tenham algo a nos ensinar. Que possamos alcançar a prosperidade em harmonia com o planeta sem perder a verdadeira fonte da felicidade: nossas conexões uns com os outros, com a Terra e com o espírito dentro de nós.

(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG80676-6048-501,00.html)

FIB x PIB - Felicidade versus Produtividade

Quer ser feliz?

O índice de felicidade e o mundo a seu redor - Artigo

Que se deve pensar quando se chega à conclusão de que é preciso ensinar às crianças o que é felicidade e como buscá-la? Não é mais uma possibilidade implícita nos nossos modos de viver? É preciso ir buscar fora do cotidiano?

Washington Novaes - Jornalista especializado em meio ambiente

Há duas semanas, ganhou muito destaque na comunicação a notícia de que o Arquipélago de Vanuatu - 83 ilhas no Pacífico, com 209 mil habitantes, na maioria pescadores e agricultores que vivem numa economia pouco além do nível da subsistência - foi considerado pelo Happy Planet Index "o lugar mais feliz do planeta".

Criado pela New Economics Foundation e pela ONG Friends of Earth, o índice quer evidenciar que "não é necessário esgotar os recursos naturais da Terra para se ter uma vida relativamente longa e feliz".

E os habitantes de Vanuatu tiveram a melhor média de três indicadores básicos - esperança de vida ao nascer, bem-estar humano e nível dos danos ambientais causados ao país.

Nesse índice, o Brasil ficou em 65º lugar, atrás da Colômbia, da Argentina, do Chile e do Paraguai - até de Bangladesh. Os Estados Unidos ficaram com o 150º lugar, um dos últimos entre 178 países (Estado, 13/7).

Curiosamente, o noticiário não informou que Vanuatu é um dos países mais ameaçados do planeta - por mudanças climáticas.

Quem freqüenta as reuniões da Convenção do Clima certamente se tem encontrado ali com os representantes de Vanuatu, Tuvalu e outros dos mais de 30 países-ilhas ameaçados de desaparecimento pela elevação do nível dos oceanos em conseqüência da intensificação do efeito estufa.

Eles se cansam de mostrar que sua contribuição para as mudanças climáticas é praticamente zero - mas serão os que mais caro pagarão.

Da mesma forma, o noticiário pouca ênfase deu ao modestíssimo nível de consumo dos habitantes de Vanuatu - que, por isso mesmo, em quase nada contribuem para o segundo grande problema planetário do nosso tempo, a insustentabilidade dos padrões de produção e consumo, além da capacidade de reposição da biosfera terrestre.

Teria sido oportuno porque ainda recentemente se divulgou o estudo de 1.300 cientistas de 95 países, apoiados pelo Banco Mundial e pelo World Research Institute no projeto Millenium Ecosystem Assessment, mostrando que "60% dos serviços dos ecossistemas terrestres estão sendo degradados ou usados insustentavelmente", de uma forma que acentua os riscos de mudanças climáticas, colapso das reservas pesqueiras e muitos outros dramas.

Entre várias coisas, o estudo sugere eliminar por completo subsídios à agricultura, pagar a proprietários pela conservação e criar impostos proporcionais aos custos ambientais gerados.

Um terceiro relatório, do WorldWatch Institute (Vital Signs), acentua que o uso de recursos e serviços naturais já está 23% acima da capacidade de reposição, neste mundo em que o produto bruto chegou, em 2005, a US$ 59,6 trilhões.

Para dotar todos os habitantes do planeta do padrão de consumo dos países industrializados - diz o relatório - a população teria de ser reduzida para 1,8 bilhão de pessoas (está acima de 6,5 bilhões).

São advertências que se multiplicam e fazer pensar no recém-lançado livro O Mito do Progresso (Editora Unesp), do professor Gilberto Dupas, coordenador-geral do Grupo de Conjuntura Internacional da USP e co-editor da revista Política Externa.

Diz ele que "o progresso parece ter perdido o rumo", o que estaria evidenciado pela exclusão social, pela concentração da renda e pela degradação ambiental que esse progresso produz, juntamente com os riscos da microbiologia, da engenharia genética, da robótica, da nanotecnologia.

E tudo ameaçando a própria governabilidade no nosso mundo, onde a venda de armamentos já supera a casa de US$ 1,1 trilhão.

Há todo um capítulo do livro dedicado ao "meio ambiente e ao futuro da humanidade", no qual afirma que "são inúmeras as evidências das relações entre padrão tecnológico, lógicas da produção humana e danos ao meio ambiente".

Chega a incursionar até por um terreno pouco freqüentado, em que lembra que "o planeta foi-se tornando um imenso emissor de ondas eletromagnéticas, produto das múltiplas emissões de rádio, televisão, telefone celular e radar, cujas conseqüências sobre o meio ambiente e a saúde humana estão por ser determinadas".

No início de tudo, diz o autor, está a "naturalização da idéia de progresso" como algo em que é preciso "aceitar riscos", onde "não se pode voltar atrás", por maiores que sejam as ameaças.

Faz lembrar a famosa escritora norte-americana Hazel Henderson, para quem "economia é política disfarçada". "Urge uma nova ética da responsabilidade", diz o professor Dupas, depois de examinar a evolução do conceito de progresso e a "economia política como ciência do progresso".

Talvez uma evidência de quanto procedem essas preocupações esteja em outra notícia (Estado, 11/7), a de que 2 mil alunos de escolas públicas britânicas, na faixa dos 11 anos, começarão a ter "aulas de felicidade" (técnicas de respiração, jogos em grupo, entre outras), numa tentativa de enfrentar comportamentos anti-sociais e depressão (esta já atinge 10% das crianças inglesas nessa faixa de idade).

Que se deve pensar quando se chega à conclusão de que é preciso ensinar às crianças o que é felicidade e como buscá-la? Não é mais uma possibilidade implícita nos nossos modos de viver? É preciso ir buscar fora do cotidiano?

Ou a questão já estará muito mais agravada, a ponto de levar o famoso físico Stephen Hawking (autor de Uma Breve História do Tempo) a dizer, há poucos dias, que a humanidade precisará migrar para outros planetas (e para isso precisaria começar imediatamente a buscar esses lugares)?

Qualquer que seja a visão que se tenha, não é possível escapar da questão fundamental: já não se trata de "proteger o meio ambiente"; trata-se de limites à ação humana, já evidenciados e que, se não forem respeitados, porão tudo em risco, como tem advertido o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Se as nossas lógicas se contrapõem a essas evidências, terão de ser modificadas.


(de http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=2837)

Matar ou pagar?

Para mim não restam dúvidas.

Ex-general britânico diz que dinheiro pode comprar Taliban

REUTERS

LONDRES - Um general britânico reformado, enviado ao Afeganistão para pesquisar maneiras de se negociar com os integrantes do Taliban, disse nesta quinta-feira que o dinheiro pode convencer jovens combatentes a desistir das armas.

O general Graeme Lamb, ex-comandante das Forças Especiais que serviu no Iraque e trabalhou perto do general norte-americano David Petraeus, responsável pela estratégia ocidental no Afeganistão, afirmou que comprar os combatentes já funcionou em outros lugares.

"Eu sempre disse no Iraque, você pode comprar a insurgência se tiver dinheiro suficiente", disse Lamb à rádio pública BBC em entrevista.

"São pessoas que poderiam escolher uma vida melhor", comentou sobre os jovens pashtuns que lutam pelo Taliban.

Perguntado sobre se tem dinheiro à disposição e se pretende comprar combatentes, Lamb não se comprometeu.

"Não é o caso de pagar um dólar e tirá-lo do combate por um mês ou dois", mas dar oportunidades melhores de emprego e uma melhor qualidade de vida, disse.

(Reportagem de Luke Baker)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Políticos estúpidos!

Só sabem construir viadutos! E os fazem mal-feitos!

Leiam abaixo este editorial:

DC - 14 de setembro de 2009 | N° 8561

EDITORIAIS

Devagar quase parando

Um estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas calcula que a cidade de São Paulo perde R$ 26,8 bilhões por ano se o tempo que, hoje, os paulistanos desperdiçam no trânsito fosse investido no trabalho. Na capital paulista são comuns engarrafamento de mais de cem quilômetros. As estimativas indicam que os habitantes da metrópole e seu entorno desperdiçam entre duas e três horas diárias paralisados no trânsito. Em um mês, dois dias são perdidos dentro de um carro ou de um ônibus paralisados no meio do nada. Embora não ocorra na mesma proporção, o problema afeta, prejudica a atividade produtiva e degrada a qualidade de vida em todas as capitais e em quase todos os demais aglomerados urbanos de maior porte do país. Até mesmo em Brasília, a cidade projetada como modelo para jamais enfrentar problemas de trânsito, há quem perca, também, mais de duas horas para chegar ao trabalho, como ocorre com os moradores de Taguatinga, que fica a apenas 30 quilômetros do Plano Piloto.

Situações como essas oferecem a definitiva prova do esgotamento do padrão de transporte individual adotado no Brasil em detrimento do transporte coletivo de qualidade e de alternativas inovadoras de deslocamento nos cenários urbanos. Florianópolis enquadra-se à perfeição neste caso. Também a capital dos catarinenses, que conta hoje com cerca de 400 mil habitantes, sofre com intensidade a síndrome da paralisia do trânsito, e ocupa lugar de ponta no ranking das cidades com pior mobilidade. O estudo intitulado Sinais Vitais, elaborado pelo Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom), com base em dados coletados este ano em organismos como o Ipuf, Santur, IBGE, Detran e prefeitura, sinaliza que a população atual de Florianópolis – cerca de 400 mil moradores – vai dobrar nos próximos 25 anos. Se nada for feito, serão 800 mil habitantes, disputando um espaço cada vez mais acanhado e serviços deficitários com mais de 400 mil turistas, que para cá acorrerão nas temporadas de sol e mar – uma antecipada visão do caos que nos espera e da definitiva derrocada da qualidade de vida e do poder de sedução que, apesar de tudo, a cidade ainda consegue manter.

O levantamento do ICom também dá conta de que a frota de veículos em circulação na Capital cresceu em um percentual três vezes maior que a população entre 2004 e 2008, período em que o número de carros aumentou 22% e o de motos, 52%. Hoje, a cidade tem um automóvel para cada 2,3 habitantes.

O crescimento explosivo da frota de veículos particulares não contribui apenas para paralisar o trânsito nas cidades. Acelera a poluição atmosférica pela emissão de CO2, veneno que resulta em mais gente doente, mais internações hospitalares, remédios, mortes prematuras e menos produtividade no trabalho. Tem mais: o Ministério da Saúde calculou que, em 2006, o impacto econômico causado pelos acidentes de trânsito no sistema de saúde foi de R$ 24,6 bilhões.

São os trágicos efeitos colaterais do transporte individual que hoje dá as cartas. Há que buscar alternativas modernas, eficientes, seguras e econômicas de transporte de massas nos cenários urbanos. Florianópolis, cujo trânsito anda devagar quase parando, parece estar a caminho de um último e definitivo engarrafamento.

(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2652579.xml&template=3898.dwt&edition=13119&section=130)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Li "O Futuro da Humanidade" do Cury. Gostei meeeesmo!

Guru de Marina, Cury diz que vai contribuir com programa de governo do PV

CÁTIA SEABRA
PAULO SAMPAIO
da Folha de S.Paulo

"Cada ser humano é único no teatro da existência". A asserção é do psicanalista Augusto Cury, 50, conselheiro da potencial candidata a presidente pelo Partido Verde, Marina Silva (AC).

Há seis anos, Marina é leitora fiel de seus livros. Recentemente, deu provas da admiração reforçando o convite para que ele se filiasse ao PV.

Cury --20 livros publicados e 10 milhões vendidos-- aceitou, apesar dos apelos de sua caçula. "Vertendo em lágrimas, ela pediu: "Não vai, não, papai"." Ao que ele respondeu: "Tô pensando no futuro dos seus filhos e netos."

Cury nega rumores de que quer ser deputado. Admite, porém, a intenção de ajudar a fazer o programa de governo, especialmente na educação.

Ele defende que todo ensino médio seja profissionalizante; que a universidade à distância chegue às cidades com mais de 10 mil habitantes, e que a disposição das cadeiras nas classe seja em "u".

"Os professores devem ser bem treinados, para que o teatro da sala de aula não seja apenas um monólogo, mas que todos sejam coadjuvantes no processo do conhecimento", formula.

Túmulo

Ao justificar sua estreia na cena política, Cury usa um texto recorrente. "Em breve encenaremos o último ato de nossa exitência no pequeno palco de um túmulo."

Para ele, tudo é teatro. Em uma palestra televisionada para 260 cidades, na sexta-feira, usou mãos, olhos e voz ao proferir máximas como: "nosso eu tem de ser muito bem formado para atuar na grande peça social"; "é preciso desenvolver a arte de pensar" e "o inconsciente é um imenso bastidor".

Centro da floresta

Dono de uma reserva de 180 mil m em São Paulo, ele mora com a mulher e três filhas no "centro de uma floresta", segundo sua definição.

A casa fica em uma área desmatada de 2 mil m. Perguntado se pratica o ambientalismo, diz: "Sou apaixonado pela natureza. Desde cedo, ensinei minhas filhas a contemplar o belo. A fazerem das pequenas coisas um espetáculo aos olhos. Quando uma flor abria, levava-as a perceber sua anatomia, suas cores."

Ao responder se temia desgaste na imagem ao entrar na política, disse em tom tonitruante: "Quem vence sem risco triunfa sem glória!".

(de )