quinta-feira, 29 de maio de 2008

O que fazer da vida?

Há quem só procure se divertir. Há outros que querem apenas satisfazer seus próprios desejos. Há os que querem se casar, constituir família, ter filhos... E há os que têm um IDEAL. Querem fazer alguma coisa pelas outras pessoas, pelo ambiente em volta, pelas condições de vida...

Vejam esta senhora, não lhes trás alguma inspiração?

Aposentada vende apartamento para construir escola em região de terremoto

da Efe, em Xangai

A professora aposentada Shen Cuiying, 61, decidiu vender seu apartamento em Xangai e doar os cerca de 4,5 milhões de iuanes que obterá por ele (US$ 648.700) para a construção de uma escola em Sichuan, a província mais castigada pelo terremoto de 12 de maio, informou a imprensa local.

O apartamento será vendido em um leilão organizado em Xangai um mês depois da catástrofe, no dia 12 de junho, informou o jornal "Shanghai Daily".

Shen vive em outro apartamento e doará seu apartamento, de 148 metros quadrados, que estava alugado.

A professora aposentada disse que tomou essa decisão após se sentir afligida pelas notícias das centenas de escolas que desmoronaram no terremoto com milhares de alunos e professores em seu interior.

"Meu filho já tem sua própria casa, e eu tenho uma pensão de 1.000 iuanes (US$ 144 dólares). Isso é suficiente para mim", declarou Shen, que cobrava oito vezes essa quantia pelo aluguel do apartamento.

A professora pretende financiar a construção de uma escola capaz de resistir a tremores de 8 graus na escala Richter, como o que devastou o sudoeste chinês no início do mês.

O último balanço das vítimas informa que mais de 68 mil pessoas morreram e outras 364 mil ficaram feridas com o tremor.

(da FolhaOnLine - http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u406531.shtml)

terça-feira, 27 de maio de 2008

Gente andando na contramão...

Acho que isto é um sintoma de que a sociedade automobilística está doente... Quantos casos já ocorreram? O que acontece com as pessoas? Querem se matar? Querem violar as regras? Querem sair da situação em que estão de alguma forma? Querem mostrar que são contra o sistema? Ou cada caso é um caso?

Mulher dirige na contramão pelo corredor norte-sul em SP


RACHEL AÑÓN
da Agência Folha

Uma bancária de 27 anos dirigiu por quase seis quilômetros na contramão por grande parte do corredor norte-sul, um dos corredores mais movimentados da cidade de São Paulo no começo da madrugada desta terça-feira.

A motorista do Volkswagen Polo azul entrou no sentido oposto da avenida 23 de Maio próximo ao prédio do Detran, no Ibirapuera (zona sul), e andou pelas avenidas Pedro Alvares Cabral, Rubem Berta e Moreira Guimarães, onde um bloqueio pouco antes da entrada da avenida dos Bandeirantes conseguiu barrá-la.

Um carro da polícia acompanhou a mulher durante todo o percurso.

Segundo um dos policiais que a acompanhou na viatura, ela desviou de quatro carros em movimento, além dos estacionados pela avenida. Um caminhão-tanque foi obrigada a desviar do carro bruscamente e quase capotou com a carga e ficou atravessado na pista.

Apesar da sirene ligada e os insistentes pedidos para parar, a bancária continuou o trajeto com o pisca-alerta ligado e a mão para fora do carro, balançando como se estivesse pedido para parar. Ao menos 20 carros da Polícia Militar auxiliaram no bloqueio.

De acordo outro policial que participou da barreira, ela demonstrava estar transtornada, mas não havia sinal de embriaguez.

A bancária foi internada no setor de psiquiatria do hospital São Paulo. O pai está no 27º DP (Campo Belo), mas não quis dar entrevista.

O comando da Polícia Militar disse que só se pronunciará oficialmente sobre o caso durante a manhã.

Na contramão

O caso é o sexto só neste ano. Na última quarta-feira (21), uma aposentada de 58 anos dirigiu por cerca de oito quilômetros na contramão na rodovia dos Imigrantes, em pleno horário de pico da descida para o litoral de São Paulo durante o feriado. Em depoimento à polícia, a professora alegou que não tinha dinheiro para pagar o pedágio, no valor de R$ 15,40.

Em Franca, três pessoas morreram e oito ficaram feridas num acidente causado por um carro que trafegava na contramão em plena rodovia Candido Portinari, em abril.

Em fevereiro, o bancário Cleber Rodrigues dirigiu quatro quilômetros na contramão da Castelo Branco antes de se chocar com um caminhão e perder a vida. Um mês depois, um ônibus entrou na contramão na Bandeirantes, chocou-se com um Corsa e matou os dois ocupantes.

O estudante e administrador Gustavo Henrique de Oliveira Bittencourt, 22, foi acusado de dirigir na contramão e matar o empresário Fernando Félix Paganelli de Castro em fevereiro, em Belo Horizonte (MG).

Na ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira, na zona sul, um motorista desceu de ré pela contramão quando o carro onde ele estava quebrou sobre a via, neste mês.


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u405698.shtml)

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Dólar fraco afeta o petróleo

É o dólar fraco + especulação que fazem a coisa toda degringolar!

Dólar fraco afeta o petróleo
Por A. F. Alhajji
23/05/2008


Em todo o mundo, reina um lamento angustiado em torno do alto preço do petróleo. Mas, se os líderes políticos e os formuladores de política querem preços de petróleo mais baixos, deveriam promover políticas que fortalecem o dólar.


As implicações de se fixar o preço do petróleo em alguma moeda comum são de muito maior alcance do que pensa a maioria das pessoas. Por exemplo, alguns países produtores de petróleo pedem que seus clientes paguem em euros, mas isso não significa que o preço do seu petróleo é fixado em euros. Além disso, mesmo se o preços em dólar fossem substituídos por preços em euro, o impacto da determinação do preço em uma moeda única sobre o mercado do petróleo seria o mesmo.


Embora os países exportadores de petróleo recebam suas receitas em dólares (ou seu equivalente em euro), eles usam moedas diferentes para importar bens e serviços de vários países. Qualquer mudança na taxa de câmbio do dólar afeta o poder de compra desses países e, portanto, sua renda real.


Da mesma forma, as companhias de petróleo internacionais vendem a maioria do seu petróleo em dólares, mas atuam em vários países e pagam parte dos seus custos em moedas locais. Qualquer mudança no valor do dólar, portanto, afeta sua estrutura de custo e rentabilidade. Ela afeta, por sua vez, o reinvestimento em exploração, desenvolvimento e manutenção.


A relação entre o valor do dólar e os preços do petróleo é muito complexa. Apesar de ambos poderem interagir para produzir um ciclo vicioso, seu relacionamento de curto prazo é diferente do seu relacionamento de longo prazo.


No curto prazo, a depreciação do dólar não afeta a oferta e a demanda, mas afeta a especulação e o investimento nos mercados futuros de petróleo. Enquanto o dólar cai, as matérias-primas - incluindo o petróleo - atraem investidores. Investir em mercado futuro torna-se ao mesmo tempo uma proteção contra um dólar enfraquecido e um veículo de investimento que pode render lucro substancial, especialmente num ambiente de escassez dos excedentes na capacidade de produção de petróleo, aumento da demanda, queda nas taxas de juros, mercado imobiliário recessivo e crise no setor bancário.



No curto prazo, a depreciação do dólar não afeta a oferta e a demanda, mas a especulação e o investimento nos mercados futuros de petróleo


A Opep pode estar certa em responsabilizar as políticas dos EUA e os especuladores pelos preços mais altos. Também é certo que, se a Opep tivesse excesso de capacidade produtiva, já a teria usado para expulsar os especuladores e reduzir os preços. A Opep pode retomar o controle com uma de duas formas: usar a sua "declarada" capacidade produtiva excedente para expulsar especuladores, ou usar os seus superávits financeiros para anulá-los. O recurso à última opção significa que, mesmo sem a capacidade excedente, a Opep ainda pode ocupar o assento do motorista.


No longo prazo, porém, a análise estatística de diversas variáveis da indústria petrolífera indica que um dólar mais fraco afeta a oferta, reduzindo a produção, independente de o petróleo ser ou não pertencente a, ou produzido por companhia nacionais ou internacionais. Um dólar fraco também afeta a demanda, aumentando a produção. O resultado de uma diminuição na oferta e um aumento na demanda é preços mais altos.


O dólar mais baixo também reduz o poder de compra dos exportadores de petróleo. Se os preços nominais do petróleo permanecerem constantes enquanto o dólar cair, a renda real dos países produtores de petróleo cairá, resultando em menos investimento em capacidade produtiva adicional e manutenção. O mesmo se aplica para as companhias petrolíferas. Conseqüentemente, os preços do petróleo aumentam.


De fato, devido ao aumento dos preços do petróleo em meio à queda do dólar, a expansão da capacidade produtiva das petrolíferas não conseguiu corresponder às projeções para a produção fora da Opep nos três últimos anos. Mesmo a produção de petróleo nos EUA não se equiparou ao aumento nos preços do petróleo, já que os custos crescentes de importação de ferramentas e equipamentos - em parte um reflexo da debilidade do dólar e de outros fatores - provocaram adiamentos e cancelamentos de projetos.


É claro, o dólar mais baixo significa petróleo mais barato na Europa, Ásia e em todos os países com moedas que se valorizaram. Os preços do petróleo atingiram recordes nos EUA em 2004 e 2005, mas não na Europa, o que explica em parte por que o crescimento econômico lá não foi afetado. Quando os americanos pagavam US$ 120 por barril, os europeus desembolsavam apenas aproximadamente US$ 76 por barril.


Vários fatores impediram que os preços do petróleo afetassem a demanda por derivados de petróleo nos EUA nos anos recentes, como os crescentes gastos do governo, baixas taxas de juros, benefícios fiscais e um aumento nas rendas reais. Certamente, o dólar mais fraco obrigou algumas famílias americanas a passar as suas férias nos EUA, em vez de viajarem à Europa. Considerando que muitos americanos usam veículos esportivos que desperdiçam gasolina em suas férias, a demanda pelo combustível tem se mantido elevada.


A menos que, e até que os padrões de consumo dos EUA mudem, ou que um dólar em recuperação aumente a produção do petróleo, os americanos suportarão o impacto da fixação do preço do petróleo em moeda única.


A. F. Alhajji é economista especializado no setor energético e professor na Ohio Northern University. © Project Syndicate/Europe´s World, 2008. www.project-syndicate.org
( da ValorOnLine - http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/primeirocaderno/opiniao/Dolar+fraco+afeta+o+petroleo,08235,,58,4943865.html)

terça-feira, 20 de maio de 2008

The yankees are crazy - Os yankees são loucos, neuróticos!

Os deputados norte americanos são malucos! Neuróticos! Asterix e Obelix têm razão! Fazem-me rir! LOL, LOL, LOL! Vejam essa:

Representantes dos EUA aprovam lei que proíbe Opep de fixar preços do petróleo


da Folha Online

Atualizado às 15h26

A Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados) dos EUA aprovou nesta terça-feira uma lei que permite ao Departamento de Justiça processar os países da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) por limitar a oferta de petróleo e por fixar os preços da commodity. A Casa Branca, no entanto, deve vetar a medida.

A medida submeteria os países do cartel --entre eles Venezuela e Irã, com quem os EUA têm relações difíceis-- às mesmas leis antitruste que regulam as operações das empresas americanas.

A lei também cria uma força-tarefa do Departamento de Justiça para investigar o movimento dos preços da gasolina e a manipulação do mercado de energia.

A lei foi aprovada por 324 votos contra 84 --o que seria uma vantagem suficiente para derrubar um veto presidencial.

"Essa lei garante que os preços do petróleo refletirão as regras econômicas de oferta e demanda, ao invés de atividades altamente especulativas e, talvez, até ilegais", disse à agência de notícias Reuters o representante democrata Steve Kagen, do Estado do Wisconsin (centro-norte dos EUA).

A Casa Branca se opõe à lei, dizendo que atingir os investimentos da Opep nos EUA poderia levar a medidas retaliatórias contra os interesses americanos nos países-membros da organização e a uma redução na oferta de petróleo para as refinarias americanas.

Com menos petróleo nas refinarias, os preços da gasolina poderiam subir ainda mais --o preço médio do galão (3,785 litros) está perto de US$ 4 no país.

O Senado ainda tem de votar a lei.

O barril da commodity atingiu hoje na Nymex (Bolsa Mercantil de Nova York, na sigla em inglês) a marca recorde de US$ 129,60. A volatilidade do preço do barril hoje ganhou força devido ao fato de ser o dia em que expira o contrato atual de referência, o de entrega dos barris em junho. Os fatores de mais relevância, no entanto --a desvalorização do dólar e o risco de escassez da commodity no mercado mundial, devido à pressão da demanda principalmente por parte de países asiáticos--, continuam a afetar as cotações.

Arábia Saudita

Na semana passada, o governo saudita decidiu atender pedidos de clientes e elevar sua produção. 'Devido a pedidos de 50 de nossos clientes, em sua maioria dos EUA, aumentamos nossa produção em 300 mil barris, com o que a produção do reino será em junho próximo de 9,45 milhões de barris diários', disse o ministro do Petróleo saudita, Ali bin Ibrahim al Naimi. O aumento da produção foi tratado pelo presidente dos EUA, George W. Bush, e pelo rei saudita, Abdullah bin Abdul Aziz.

O presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Chabik Khelil, considerou improvável, no entanto, um aumento de produção pelos países-membros na reunião regular do grupo em setembro. "Não penso que haverá uma decisão [da Opep] de elevar sua produção", disse ontem.

No sábado (17), o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que o aumento não é suficiente para baixar os preços, e quer buscar novas reservas em seu país. "Nosso problema nos EUA será resolvido se apostarmos de forma exaustiva na prospecção de novas reservas nacionais, na capacidade de refinar, na promoção da energia nuclear, e se continuarmos nossa estratégia para o desenvolvimento de energias alternativas", disse.

O banco de investimentos Goldman Sachs avalia que o barril deve chegar a US$ 141 no segundo semestre deste ano, citando "estreitas condições de fornecimento" e que as tendências para os preços "continuam a ser de alta". O mesmo banco já havia previsto que espera o barril de petróleo atinja US$ 200 dentro dos próximos dois anos, como parte de uma disparada provocada por dificuldades na ampliação da oferta mundial do produto.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u403775.shtml)

Melhor dizendo: eles não são malucos, não! Eles devem ter algum outro problema: debilidade mental, idiotice... Acham que são o que?



quarta-feira, 14 de maio de 2008

Marina Silva

Saiba mais sobre Marina Silva

da Folha Online

A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) entregou nesta terça-feira seu pedido de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ela vinha entrando em conflitos com outros ministérios, como a Casa Civil e a Agricultura, em casos e questões que opõem proteção ambiental a interesses econômicos.

Sérgio Lima/Folha Imagem
Marina Silva deixa Meio Ambiente após divergências com Casa Civil e Agricultura
Marina Silva deixa Meio Ambiente após divergências com Casa Civil e Agricultura

Marina começou sua carreira política militando nas CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), ligada à Igreja Católica.

Em 1988, foi eleita vereadora de Rio Branco (AC). Dois anos depois, se elegeu deputada estadual e, em 1994, aos 36 anos, chegou ao Senado Federal como a mais jovem senadora do país.

Ex-seringueira ligada a movimentos ecológicos da região amazônica, Marina Silva foi indicada como ministra do Meio Ambiente em 2002, no primeiro mandato do presidente Lula. No mesmo ano, foi reeleita para o Senado.

Marina Silva se filiou ao PT em 1985 e lançou sua candidatura para deputada federal para ajudar o líder seringueiro Chico Mendes, morto em 1988, que era candidato a deputado estadual. Apesar de estar entre os cinco mais votados, nem ela nem Chico Mendes se elegeram.

Formada em História pela Universidade Federal do Acre, em 1985, Marina aprendeu a ler já adolescente ao se mudar para Rio Branco onde foi tratar uma hepatite. O Seringal Bagaço, a 70 km de Rio Branco, onde nasceu, não havia escolas.

O sonho de ser freira foi derrubado pela militância política. Na universidade, entrou para o PRC (Partido Revolucionário Comunista), grupo semi-clandestino que fazia oposição ao regime militar.


Depois de formada, começou a dar aulas de história e participar do movimento sindical dos professores. Junto com Chico Mendes, em 1984, fundou a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre.
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(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u401435.shtml)





Adeus ministra Marina! Adeus esperança!

E ainda tem gente que fica feliz com a saída da Marina do Ministério... Gente estúpida e ignorante!

Veja repercussão da renúncia de Marina Silva na imprensa internacional


A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) entregou nesta terça-feira (13) o seu pedido de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na carta, Marina reclama da resistência que enfrentou no governo e da falta de sustentação política. "As difíceis tarefas que o governo ainda tem pela frente sinalizam que é necessária a reconstrução da sustentação política para agenda ambiental", diz Marina, na carta.

Veja a seguir a repercussão da renúncia da ministra na imprensa internacional.

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BBC
BBC

BBC
Ministra da Amazônia brasileira renuncia

A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, uma ferrenha defensora da floresta amazônica, renunciou ao cargo.

Em uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ela disse que a decisão é "pessoal e irrevogável".

Ela também se referiu a dificuldades que enfrentou "por algum tempo" na implementação da agenda ambiental do governo.

Ativistas e ambientalistas disseram que a renúncia dela é um grande retrocesso para a floresta amazônica no Brasil.

"O Brasil está perdendo a única voz no governo que falava pelo ambiente", disse Sérgio Leitão, diretor de política pública para o Greenpeace no Brasil.

"A ministra está saindo porque a pressão sobre ela por ter adotado as medidas que adotou contra o desmatamento se tornaram intoleráveis", disse.

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The New York Times
The New York Times

New York Times
Ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, renuncia

A renomada defensora da floresta tropical Marina Silva renunciou ao cargo de ministra do Meio Ambiente do Brasil, alegando que não tinha o apoio político necessário para proteger a Amazônia.

Ela disse que deixaria o cargo e voltaria a seu posto no Senado para reconstruir seu apoio político e defender as causas ambientais brasileiras.

A indicação de Marina Silva pelo presidente após a eleição em 2002 trouxe uma estrela ambiental universalmente conhecida para sua equipe. Sua renúncia põe fim a seis meses turbulentos durante os quais ela freqüentemente se debateu com o lobby brasileiro por desenvolvimento na floresta tropical amazônica.

Reprodução
International Herald Tribune
International Herald Tribune

International Herald Tribune
Ministra do Meio Ambiente do Brasil renuncia, alegando falta de apoio político para salvar a Amazônia

Marina Silva disse que deixou o cargo devido às "dificuldades que tenho enfrentado na consecução da agenda ambiental do governo".

A saída dela também deixou os ambientalistas lamentando a perda, dizendo que perderam sua maior aliada na luta contra a crescente destruição da floresta conhecida como "pulmões do mundo".

Marina não deu detalhes e não culpou o presidente Luiz Inácio da Silva em sua carta de renúncia, segundo o serviço oficial de notícias Agência Brasil.

Reprodução
All Headline News
All Headline News

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Ambientalista Marina Silva renuncia a cargo no governo

O presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] enfraqueceu a ministra com a concessão de projetos de infra-estrutura ao retirar as responsabilidades do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis) pela concessão de licenças ambientais no ano passado.

Frank Guggenheim, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil, descreveu a ministra como o "anjo da guarda ambiental", e disse que "o ambiente no Brasil agora está órfão".

"Durante minha trajetória, Vossa Excelência foi testemunha da crescente resistência encontrada por nossa equipe em setores importantes do governo e da sociedade", disse a ministra em carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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AP - Marina Silva
AP

Associated Press
Ministra do Meio Ambiente do Brasil renuncia

Marina Silva foi amiga do mais renomado ativista da floresta amazônica no Brasil, Chico Mendes, que foi mortos a tiros em 1988 no Estado do Acre. Ela ganhou fama por estabelecer condições difíceis para a obtenção de licenças ambientais e para derrubada de árvores.

A posição dela era antagônica em relação à dos ministros pró-desenvolvimento dentro do atual governo, que procuram impulsionar o crescimento econômico com commodities agrícolas freqüentemente cultivadas em áreas de floresta desmatadas. Circulavam rumores de que o presidente Lula queria demiti-la, mas temia que ela ganhasse status de mártir como ambientalista.

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Reuters
Reuters

Reuters
Defensora da Amazônia deixa posto no governo no Brasil

A ministra do Meio Ambiente do Brasil, celebrada como uma defensora do ambiente mas desprezada pelos poderosos grupos agrícolas, renunciou nesta terça-feira após perder disputas-chave em seus esforços para proteger a floresta amazônica.

A renúncia de Marina Silva deve reforçar a visão de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está mais preocupado com o desenvolvimento econômico do que com a conservação, no momento em que a exportação de commodities alimenta o crescimento do Brasil.

"A renúncia dela é um desastre para a administração Lula. Se o governo tinha alguma credibilidade em questões ambientais, isso se devia a Marina Silva", disse José Maria Cardoso da Silva, presidente para a América do Sul do grupo Conservation International.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u401727.shtml)

Mais:
Algumas opiniões de leitores da Folha de São Paulo sobre a saída da Marina:

Marina Silva

"Ninguém neste país teve uma trajetória de vida como a da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Mulher experimentada no trabalho, no sofrimento, que só aprendeu a ler pelo antigo Mobral -- por ironia um movimento criado pela ditadura militar.
Lula está muito longe de ter passado o que Marina passou. Lula está muito distante da pureza de Marina. O passado da ex-ministra é de lutas e dificuldades, mas de grandes vitórias. Ela é um ícone na história do país, e sua vida merece um livro. Nunca usou de violência, nem de movimentos com utilização de armas. Marina é forte e doce. Mulher de fé. Como não somos perfeitos, seu erro foi dividir em demasia o Ibama, especialmente com a criação do Instituto Chico Mendes, que só vai onerar as despesas. Mas Marina é superior a tudo isso.
Mulher por mulher, Marina Silva para presidente."

GUILHERME GOMES DE SOUZA (Cachoeiro de Itapemirim, ES)

*

"Lula não tem por que se 'irritar', e o Planalto não tem de que reclamar. Marina Silva 'espetacularizou' muito pouco. Poderia e talvez devesse ter 'espetacularizado' muito mais, convocando imprensa nacional e estrangeira, Greenpeace, WWF, Conservação Internacional etc. e sair atirando. Em vez disso, até na saída foi leal a Lula, lealdade a que, exceto quando lhe convinha posar de 'neoverde' lá fora, ele só respondeu com desfeitas e humilhações públicas. Para ser coerente com seu 'crescimentismo' (a doença senil do keynesianisno), Lula deveria, na impossibilidade partidária de convidar Ronaldo Caiado, oferecer a seu ex-ministro Roberto 'Monsanto' Rodrigues a pasta vazia, em todos os sentidos do adjetivo. A 'bancada ruralista' e seus mentores aplaudiriam em peso, e o caixa para 2010 ficaria desde já bem polpudo."

CARLOS MARTINS (Rio de Janeiro, RJ)

*

"'Ideológica' é como seus detratores (madeireiros, agricultores etc.) a acusam. Como se eles também não fossem ideológicos. Marina Silva foi uma guardiã da vida. Seus mais próximos talvez a critiquem por não ter jogo de cintura política. PIB versus vida na terra é a grande contradição que a pós-modernidade trás. Muito mais cedo do que se pensa isso ficará bem claro. Mas será tarde."

ANTONIO NEGRÃO DE SÁ (Rio de Janeiro, RJ)

*

"A saída de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente é um péssimo presságio para a região amazônica.
Muito em breve aquelas imagens tenebrosas, mostrando os leitos de rios banhados com toras de madeiras extraídas de forma ilegal, voltarão aos noticiários.
Enquanto ministra, Marina fez o que pôde, tentando evitar ou amenizar o desmatamento. Mas sozinha, lutando contra um bando de facínoras que encontra respaldo e até incentivo em todos os lados, não há como resistir. Merece os parabéns por ter ido longe demais."

HABIB SAGUIAH NETO (Marataízes, ES)

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/paineldoleitor/ult3751u401970.shtml)

Até quando? Mundo teme pelas vítimas do ciclone em Mianmar

Até quando, meu Deus?

Mundo teme pelas vítimas do ciclone em Mianmar

AUNG HLA TUN - REUTERS

YANGON - A preocupação mundial com as cerca de 1,5 milhão de vítimas do ciclone Nargis agravou-se na terça-feira, quando a ONU e potências ocidentais sugeriram que o regime militar pode estar roubando a ajuda humanitária enviada.

Além disso, a forte chuva no delta do rio Irrawaddy torna ainda mais lenta a distribuição de alimentos e outros gêneros essenciais a centenas de milhares de desabrigados.

Especialistas dizem que só 10 por cento da ajuda necessária está sendo distribuída, e críticos dizem que o regime militar deveria se empenhar mais -- inclusive permitindo o acesso de estrangeiros à área do desastre, onde até 100 mil pessoas morreram.

Michele Montas, porta-voz da ONU, disse a jornalistas em Nova York que a entidade está preocupada com a hipótese de os alimentos estarem sendo desviados na antiga Birmânia para pessoas que não foram vitimadas pelo ciclone.

O embaixador britânico na ONU, John Sawers, fez eco a esses rumores, embora tenha admitido que não há provas. França, Estados Unidos e União Européia pediram que a junta militar autorize a entrada de mais funcionários humanitários estrangeiros. A Espanha disse que recusar ajuda é um crime contra a humanidade.

A França disse ter apoio da Grã-Bretanha e da Alemanha para propor no Conselho de Segurança da ONU uma resolução que autorize o envio de ajuda mesmo sem a autorização do governo birmanês.

"Pedimos que [o conceito de] 'responsabilidade de proteger' seja aplicado no caso da Birmânia", disse o vice-ministro francês para Direitos Humanos, Rama Yade.

O conceito de "responsabilidade de proteger" foi introduzido em 2005 por uma resolução da ONU, para ajudar vítimas de genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, mas não em caso de desastre natural.

Uma autoridade britânica disse que seria positivo discutir sua eventual aplicação neste caso, mas considera que uma resolução nesse sentido seria reprovada, devido às objeções de Rússia e China.

MAIS AVIÕES

Um dia depois da chegada do primeiro avião norte-americano com ajuda, um cargueiro militar australiano pousou em Yangon, maior cidade do país, transportando 31 toneladas de mantimentos.

Mais dois vôos dos EUA chegaram na terça-feira, como parte de um esforço para buscar a confiança dos generais birmaneses.

Onze dias depois da tragédia, desabrigados se amontoam em escolas e mosteiros budistas de todo o delta do Irrawaddy. Muitas aldeias, que já eram miseráveis, estão completamente destruídas.

"Onde estou agora há mais de 10 mil desabrigados e está chovendo muito", disse Bridget Gardener, da Cruz Vermelha Internacional, uma dos poucos profissionais humanitários autorizados a visitarem a região.

A TV estatal disse que seis barcos com 500 toneladas de produtos zarparam na terça-feira de Yangon em direção ao delta.

Um empresário de Yangon que voltou de uma missão pessoal de ajuda em Bogalay, uma cidade onde houve pelo menos 10 mil mortes, disse à Reuters que os soldados estão se apropriando da ajuda que chega.

"Ainda há algumas aldeias nas áreas mais atingidas aonde ninguém chegou", disse o homem. "Em torno de Bogalay, doadores privados não são autorizados a distribuir sua assistência às vítimas por conta própria. Tivemos de entregar tudo o que tínhamos."

(Reportagem adicional de Louis Charbonneau, nas Nações Unidas, Carmel Crimmins, em Bangcoc; David Brunnstrom e Ingrid Melander, em Bruxelas)


(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid172199,0.htm)

Mortos ultrapassam 34 mil em Mianmar; governo ignora apelo da ONU

Este sim é um caso que justifica a intervenção! Quantos vão morrer antes que haja uma intervenção que destitua estes estúpidos militares de Mianmar? Ninguém se compadece? E aí, Bush? Tão rápido para invadir o Afeganistão e o Iraque e tão lerdo para outras coisas...!

Mortos ultrapassam 34 mil em Mianmar; governo ignora apelo da ONU


Colaboração para a Folha Online

O número de mortos pelo ciclone Nargis em Mianmar chegou a 34.273 além de 1.403 feridos e 27.836 desaparecidos, informou a rádio estatal do país nesta terça-feira.

"De acordo com as últimas informações, 34.273 pessoas morreram, 1.403 ficaram feridas e 27.836 estão desaparecidas", anunciou a emissora.

O último balanço oficial do ciclone que devastou a costa sudeste do país no dia 3 de maio era de 31.938 mortos e 29.770 desaparecidos. No entanto, a ONU calcula que a quantidade de mortos é superior a 100 mil e que milhares de pessoas correm o risco de falecer caso a ajuda não chegue rapidamente a 1,5 milhão de sobreviventes.

A ONU propôs nesta terça-feira estabelecer uma "ponte aérea" para Mianmar e evitar, assim, uma "segunda catástrofe", mas a junta militar que governa o país continua impassível e insiste em controlar a distribuição da ajuda humanitária.

Junta militar

O regime também mantém sua determinação de rejeitar as pressões internacionais para autorizar com mais rapidez o desembarque de ajuda às vítimas, além de reafirmar que não permitirá a entrada de muitos voluntários, 11 dias após a tragédia.

"No momento, a nação não precisa de trabalhadores humanitários especializados", garantiu o vice-almirante Soe Thein, alto conselheiro da junta que governa Mianmar desde 1962, em entrevista ao jornal governamental "New Light of Myanmar".

Ainda segundo ele, as necessidades de centenas de milhares de sobreviventes de uma das piores catástrofes naturais dos últimos anos "foram supridas em grande parte".

Diante da gravidade da crise humanitária, a Agência de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (Ocha) advertiu que é necessário estabelecer "uma ponte aérea, ou marítima" para enviar ajuda "o mais rápido possível" e evitar uma "segunda catástrofe" no país.

Em uma coletiva de imprensa, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, expressou "sua preocupação e sua imensa frustração diante da lentidão inaceitável da resposta a essa grave crise humanitária".

O presidente americano, George W. Bush, um dos maiores críticos da junta birmanesa, afirmou que "o mundo deve estar irritado e condenar" o regime asiático.

União Européia

Após uma reunião ministerial de emergência, a União Européia (UE) exigiu "das autoridades birmanesas que ofereçam um acesso livre de qualquer obstáculo aos especialistas humanitários, incluindo a rápida entrega de vistos".

A UE também reivindicou a adoção de "medidas urgentes para facilitar a chegada da ajuda às pessoas necessitadas que devem se beneficiar plenamente da assistência oferecida pela comunidade internacional".

O comissário europeu de Desenvolvimento, Louis Michel, anunciou ter obtido um visto para entrar em Mianmar. Ele viajará para Bangcoc e, então, seguirá para Yangun.

Diante do elevado risco de fracasso da missão, os ministros da UE rejeitaram uma proposta francesa para exigir da ONU que imponha a ajuda internacional à junta.

Doenças

Apesar de o ritmo de entrada de ajuda estrangeira ter se acelerado desde domingo, as necessidades continuam sendo imensas para sobreviventes desesperados e isolados, nas zonas do delta do Irrawaddy (sudoeste), onde ainda flutuam cadáveres em decomposição. A ONU alertou para possíveis epidemias de dengue e malária.

Até agora, as operações de socorro haviam permitido responder a apenas de 10% a 20% das necessidades de água potável, víveres e materiais, segundo a ONU.

Depois de visitar diferentes localidades afetadas, a responsável pela Cruz Vermelha em Yangun, Bridget Gardner, declarou que a população "precisa desesperadamente de alojamento, água potável e cuidados básicos".

Na cidade de Labutta, "mais de dez mil pessoas estão sem abrigo, quando as intensas chuvas já haviam começado", disse Gardner, em nota divulgada em Genebra.

Os trabalhadores humanitários estrangeiros dizem ter dificuldades logísticas. Pelo menos 50 dos que trabalham para agências da ONU e para ONGs continuam esperando seus vistos para entrar em Mianmar.

Depois da chegada de um primeiro avião cheio de ajuda, segunda-feira, a Yangun, os Estados Unidos enviaram hoje mais um aparelho. Um terceiro avião também deve chegar em breve.

Com France Presse

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u401534.shtml)




terça-feira, 13 de maio de 2008

Os juízes de Brasília

Muuuito bem! É exatamente isso! Violaram a lei maior ao proibir as marchas!

E, droga por droga, o cigarro e as bebidas alcoólicas não o são também??? E não dão lucros para as grandes indústrias e para o comércio? Hipocrisia!

Os juízes de Brasília


Diz a lenda que, quando Frederico 2º, da Prússia, estava construindo seu castelo de Sans-Souci, nas cercanias de Berlim, descobriu que a magnífica vista de uma das aléias seria prejudicada por um velho moinho. O monarca-filósofo teria então tentado por todos os meios comprar a propriedade ao moleiro, mas este, teimosamente, se recusava a vendê-la. Na versão do episódio imortalizada pela crônica do poeta François Andrieux, um dia, irritado, Frederico, o Grande, interpelou-o: "Você não sabe que, se eu quisesse, poderia tomar o moinho à força e sem pagar nada?". Ao que o moleiro retorquiu: "Sim, poderia, se não houvesse juízes em Berlim".

Quanto a Berlim, eu não sei, mas é fato que juízes, pelo menos na acepção do moleiro de Andrieux, estão rareando no Brasil. Como o poeta francês, também faço alusão a um episódio menor --a tal de marcha da maconha--, mas nem por isso menos significativo.

Manifestações em favor da legalização da droga marcadas para o domingo passado foram proibidas pela Justiça em várias cidades do Brasil. Ao que consta, a marcha só não foi decretada ilegal em quatro das nove localidades previstas. No Rio de Janeiro, um rapaz chegou a ser preso porque seu cão portava uma placa que pedia a descriminalização da erva. Para a polícia, ele violou o artigo 33 da lei n 11.343/06, que veda "induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga".

Digo que não há juízes no Brasil porque a decisão de proibir as marchas não faz nenhum sentido técnico. Até um aluno de 8ª série sabe que a Constituição é uma norma hierarquicamente superior à da legislação ordinária. E o que diz a Carta sobre manifestações? Bem o inciso XVI do artigo 5º reza: "todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente". E, de maneira mais geral, o inciso IV do mesmo artigo determina a plena liberdade de manifestação do pensamento, só vedando o anonimato. Este mandamento é ainda reforçado pelo artigo 220.

Na minha modesta interpretação, todos os dispositivos legais que banem a instigação e a apologia ao crime são letra morta, porque incompatíveis com a plena liberdade de manifestação, norma hierarquicamente superior. É claro que não existem direitos absolutos, mas, para que o veto a esse tipo de delito pudesse prosperar na legislação infraconstitucional, teria sido necessário que o constituinte previsse hipóteses de exclusão, o que não fez. A única exceção elencada é a proibição do anonimato.

Creio que faz mais sentido fazer com que a fronteira entre o lícito e o ilícito coincida com um marco "natural", como a diferença entre dizer e agir --xingar pode, bater não--, do que com balizamentos por demais sutis, como as tênues fronteiras semânticas entre instigar (ilícito), exortar (?) e expressar pensamento (lícito). Se eu acredito que uma determinada figura pública prestaria um favor a todos se metesse uma bala na cabeça e o afirmo, estou manifestando uma opinião (lícito) ou instigando ao suicídio (ilícito)? Fico com a primeira opção.

De toda maneira, nem é necessário que minha hermenêutica liberal seja aceita para que o veto às marchas se revele uma aberração jurídica. Os juízes, promotores e a polícia escorregam até na língua portuguesa. Qualquer um que tenha superado os desafios que o currículo escolar impõe aos alunos da 8ª série reconhece a diferença semântica entre instigar à prática de um delito e defender uma mudança nas normas para que o que até então era considerado delito deixe de sê-lo --o propósito declarado da manifestação.

E, mesmo que os juízes, num discutível exercício de clarividência, considerem ser impossível que uma marcha pela legalização da maconha não exiba atos de louvor à erva, jamais poderiam proibir previamente a manifestação, que, nos termos do mais sagrado dos artigos da Carta, o 5º, prescinde de autorização. Só o que poderiam fazer é punir "a posteriori" quem tivesse extrapolado.

Encerro por aqui minhas observações em relação aos "juízes de Brasília". Uma reflexão complementar está na coluna "Conservadorismo patológico", de setembro do ano passado. Gostaria agora de fixar-me no outro ponto da discussão, que é a legalização das drogas.

Em primeiro lugar, não caio no lobby dos maconheiros. A Cannabis sativa não é uma planta eivada de virtudes, como alguns querem fazer parecer. Trata-se de uma droga como qualquer outra, que faz muito mais mal do que bem. Seus efeitos agudos (durante a fase de intoxicação) incluem a diminuição da memória de curto prazo, a piora da coordenação e da capacidade de tomar decisões, bem como o aumento da freqüência cardíaca, o que levou alguns autores a sugerirem que ela pode elevar o risco de doenças do sistema circulatório. Para além da fase de intoxicação, o que os cientistas puderam constatar foi a redução da memória em geral e da capacidade de aprendizado. Não se sabe ao certo se esses efeitos são permanentes ou se passam após a descontinuação do hábito. Com o uso crônico, os efeitos indesejados observados são a dependência e o aumento do risco de doenças respiratórias como bronquite e enfisema, além de cânceres de pulmão e cabeça e pescoço. Alguns autores correlacionam o abuso continuado à chamada síndrome amotivacional (a popular "leseira") e a episódios psicóticos, mas ainda não se chegou a uma conclusão segura nessa seara.

Não estou, evidentemente, afirmando que todos os usuários estão condenados a padecer desses efeitos. Como se dá com várias outras drogas, a maioria das pessoas que as utilizam ocasionalmente passa quase incólume pelos efeitos adversos. Uma fração, entretanto, mergulha nos horrores da dependência e das moléstias associadas.

Quanto à legalização, defendo-a, mas não apenas para a maconha. Para que essa proposta faça algum sentido, ela deve incluir todas as drogas. Estamos falando de vender também cocaína e heroína na farmácia para todos os maiores de 18 anos que queiram consumi-las. E ninguém deve achar que isso será bom. Estaremos apenas trocando de problema. Pelo menos em teoria, nós nos livraríamos dos homicídios e da violência gerada pelo narcotráfico (bem como das despesas decorrentes da repressão) para conviver com um muito provável aumento dos casos de dependência, aí incluídos gastos no sistema de saúde. E cuidado. Não se deve julgar que os traficantes de hoje meteriam um terno, vestiriam uma gravata e se tornariam respeitáveis homens de negócios. O mais provável é que migrariam para outras atividades criminosas, possivelmente até mais violentas, como o seqüestro.

Ainda assim, acho que devemos caminhar para a legalização. Não de uma vez, mas paulatinamente, a fim de de permitir que o sistema de saúde se prepare para aquilo que os economistas chamam de choque de demanda.

Que vantagem levaríamos? É difícil dizer porque não sabemos bem o tamanho da encrenca em que estaríamos entrando. Decerto não estamos lidando com algo que tenha potencial para extinguir a humanidade, como sugerem alguns baluartes do conservadorismo. O homem, afinal, convive com álcool e drogas muito antes do primeiro profeta ter tido a idéia de proibi-los.

Só o que me faz pender para a legalização é a convicção filosófica de que não cabe ao Estado impedir que uma pessoa faça mal a si mesma. Eu pelo menos jamais deleguei a nenhuma autoridade pública o poder de decidir o que posso ou não fazer com meu próprio corpo. Se, ciente dos riscos a que me sujeito e disposto a acatar regras mínimas de convivência (como a de não dirigir sob efeito de álcool ou drogas), resolvo me entupir de cocaína, esse é um problema que não diz respeito ao Estado. O aumento das despesas médicas decorrentes da maior prevalência do uso de drogas pode ser ajustado pela via fiscal. O imposto a incidir sobre esses produtos seria tão alto quanto necessário para "fechar" a conta do SUS. Curiosamente, nossas autoridades fazendárias evitam tomar essa medida óbvia com relação às drogas já legalizadas, que são o álcool e o tabaco.

É claro que, de uma perspectiva histórica, estamos sempre melhorando. Vivemos hoje mais, melhor e com mais liberdades do que há um, dois ou três séculos. Mas, olhando no horizonte mais limitados das duas ou três últimas décadas, às vezes tenho a sensação de que estamos caminhando para trás. A sociedade, hoje, parece sob muitos aspectos mais conservadora do que a dos anos 60 e 70. Pior, ao que parece, já nem podemos contar que haja juízes em Berlim.

Hélio Schwartsman, 42, é editorialista da Folha. Bacharel em filosofia, publicou "Aquilae Titicans - O Segredo de Avicena - Uma Aventura no Afeganistão" em 2001. Escreve para a Folha Online às quintas.

E-mail: helio@folhasp.com.br
(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u399513.shtml)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

BC perde com título americano

Curioso!

BC perde com título americano
Alex Ribeiro, de Brasília
12/05/2008

O Banco Central intensificou as compras de dólares no mercado de câmbio em abril, mas curiosamente as reservas internacionais permaneceram praticamente estáveis durante o mês. A explicação é a desvalorização dos papéis do Tesouro norte-americano ocorrida no período, nos quais está aplicada a maior parte das reservas internacionais.


Em abril, as compras de dólares feitas pela autoridade monetária chegaram a US$ 4,3 bilhões, o que representa a mais pesada intervenção feita no mercado de câmbio desde novembro de 2007, quando o BC adquiriu US$ 5,698 bilhões. Apesar de o BC ter comprado muitos dólares, o volume de reservas internacionais permaneceu praticamente o mesmo. Subiu apenas US$ 532 milhões entre março e abril, chegando a US$ 195,232 bilhões. Para se ter uma idéia do quão pouco subiram, a remuneração média obtida com a aplicação das reservas girou em torno de US$ 600 milhões nos últimos meses.


O que surpreende na estabilidade das reservas é que, em abril, não havia compromissos oficiais relevantes a serem pagos. Os serviços da dívida externa agendados para o mês somavam US$ 1,888 bilhão, e a previsão era de que não fossem pagos com recursos das reservas internacionais. O programado era que o Tesouro comprasse dólares no mercado de câmbio para honrar seus compromissos externos.


A explicação do BC é que, de fato, os compromissos da dívida externa foram pagos com compras de dólares feitas pelo Tesouro. E a estabilidade das reservas em abril se deve à desvalorização de títulos do Tesouro americano mantidos em carteira pelo BC.


Por princípio, as aplicações dos recursos das reservas são dirigidas a ativos conservadores, com baixo risco de crédito e baixa remuneração. Os papéis dos Tesouro americano continuam a ser considerados pelo BC do Brasil e autoridades monetárias mundo afora como a aplicação mais segura, apesar do fortalecimento do euro e das fragilidades recentes apresentadas pela economia americana, como risco de inflação e risco de recessão.


A preferência do BC é por aplicar em títulos americanos de curtíssimo prazo, o que permite o rápido resgate dos recursos no caso de uma crise no mercado de câmbio brasileiro que exija uma pronta intervenção com dinheiro das reservas internacionais.


Em abril, os preços dos títulos americanos de curtíssimo prazo sofreram forte perda. A taxa anual paga por esses papéis, que estava em 1,62% no fim de março, saltou para 2,26% em abril. A alta dos juros provocou a queda dos preços dos papéis do Tesouro americano. O BC registrou o prejuízo imediatamente, já que as aplicações das reservas internacionais são contabilizadas pelo valor de mercado de cada dia.


O irônico é que os juros dos papéis americanos subiram porque, em abril, houve certo arrefecimento na crise do mercado imobiliário americano. Nos piores dias da crise, investidores deixaram aplicações mais arriscadas e dirigiram seus investimentos para os títulos do Tesouro americano, com risco menor. Quando a crise ficou um pouco menos grave, aconteceu o contrário: investidores deixaram os papéis americanos, cujos preços caíram, e buscaram maior risco.


O economista-chefe da BNY Mellon ARX, Sergio Goldenstein, pondera que, se em abril o BC teve uma perda na aplicação das reservas, nos meses anteriores vinha ganhando bastante. "Olhando um período mais longo de tempo, o BC ainda está ganhando nas aplicações", afirmou. Há um ano, em abril de 2007, os papéis do Tesouro americano com prazo de dois anos pagavam 4,6% ao ano de juros. Ou seja, de lá para cá, o BC ganhou com a queda dos juros desses títulos, que chegaram a 2,26% em abril.


Oscilações nas reservas, como a ocorrida em abril, vão se tornar progressivamente mais comuns, na medida em que o volume de reservas cresce e suas aplicações se tornam mais diversificadas. No ano passado, o BC anunciou que iria destinar uma pequena parcela das reservas a aplicações marginalmente mais arriscadas.


(de http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/financas/54/BC+perde+com+titulo+americano+,08125,,54,4924102.html)

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Câmara dos EUA aprova ajuda bilionária a mutuários - Make the dollar

Isto vai fazer o dólar derreter ainda mais!

Câmara dos EUA aprova ajuda bilionária a mutuários

AE - Agencia Estado

WASHINGTON - A Câmara dos Estados Unidos aprovou ontem à noite um projeto de lei apresentado por deputados democratas para ajudar milhares de donos de imóveis americanos com dificuldade para arcar com a elevação do juro das hipotecas de altíssimo risco em meio à queda vertiginosa dos preços das casas.

No entanto, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ameaça vetar a medida aprovada por 266 votos a favor e 154 contra. Opositores do plano alegam que os compradores de imóveis e inquilinos mais prudentes não podem ser punidos por mutuários que jogaram com a elevação do preço dos imóveis e perderam.

Pela proposta aprovada ontem, a agência federal de habitação dos EUA liberaria US$ 300 bilhões para refinanciar, com juros menores, as hipotecas de cerca de meio milhão de mutuários endividados. Os autores do projeto acreditam que a medida ajudará a revigorar a economia americana, duramente afetada pela chamada crise do crédito subprime. As informações são da agência Associated Press.

(from http://www.estadao.com.br/economia/not_eco170034,0.htm)
The dolar will be melt more and more with these actions...

Reino Unido desperdiça R$33 bi em alimentos por ano

De um lado este carnaval, do outro a fome total. Mundo tão desigual!

Reino Unido desperdiça R$33 bi em alimentos por ano

Estima-se que esse desperdício custe entre R$1,3 e 2 mil por ano para cada família britânica

Agências Internacionais

SÃO PAULO - Um novo estudo analisou a quantidade de comida jogada fora nos lixeiras públicas do Reino Unido e encontrou que todo ano os ingleses desperdiçam cerca de 10 bilhões de libras em alimentos (R$ 33 bilhões), segundo o jornal The Independent.

Segundo o relatório do governo, todos os dias são jogados fora 4,4 milhões de maçãs, 1,6 milhões de bananas, 1,3 milhões de potes de iogurte, 660 mil ovos e 550 mil frangos. Pela primeira vez os pesquisadores determinaram que a maior parte do desperdício concerne produdos intocados e em perfeitas condições.

Estima-se que o custo desse desperdício seja de 420 libras (R$ 1,3 mil) para famílias sem filhos e 610 libras (R$2 mil) para famílias com crianças por ano.

A campanha conta o desperdício do governo, chama Wrap, revelou a extenção da cultura de jogar fora alimentos no Reino Unido após analisar as lixeiras de mais de duas mil pessoas que se inscreveram para a audição de detritos.

A notícia vem em um contexto onde milhares morrem de fome no mundo e os preços dos alimentos aumentam a cada dia no Reino Unido (eles subiram 4,7% no último mês).

(d´O Estadão: http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid169732,0.htm)

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Moradores tentam tirar índios de praia em Niterói-RJ

Pois agora?! E se querem realmente construir um condomínio sobre o sambaqui? Até acredito nisso, pois conheço a voracidade dos especuladores imobiliários! Já vi acontecer de destruírem um sambaqui sem dó nem compaixão aqui em SC...

Moradores tentam tirar índios de praia em Niterói-RJ

CLARISSA THOMÉ - Agencia Estado

RIO - Moradores de Camboinhas, um dos endereços mais valorizados de Niterói, estão se mobilizando para se livrar de seus mais novos vizinhos: 38 índios guarani que se mudaram para uma área de sambaquis (cemitérios indígenas) à beira da praia. A Sociedade Pró Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas (Soprecam) encaminhou ofício ao Ministério Público Federal, questionando a propriedade da terra. E alega que os indígenas estão destruindo área de restinga, de preservação ambiental.



A associação de moradores reclama que os índios têm nadado nus e alega que eles são aculturados, e portanto não haveria justificativa para que vivessem numa aldeia. "Eles têm laptop, mandam e-mail, têm até carro. E estão transformando ali num camelódromo de artesanato. O desespero dos moradores de Camboinhas é que a praia vire um camelódromo", alega a advogada da Soprecam, Adriana Alves da Cunha e Souza.



Os índios negam essa versão. Eles se instalaram ali como forma de preservar a área de sambaquis. "Ali tem cinco cemitérios e já havia autorização da prefeitura para construção de um condomínio. Há cinco anos fazemos manifestações ali contra esse empreendimento. E então, sugerimos ao IEF (Instituto Estadual de Florestas) um projeto para proteção ambiental com manejo indígena. Estamos negociando", afirmou o advogado Arão da Providência Araújo Filho, integrante da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) e ele próprio um índio guajajara.



"Acho que o discurso da Soprecam é o da intolerância, da discriminação. Somente as crianças nadam nuas. Queremos ter laptop, televisão, que nossas crianças tenham acesso à informação como as crianças brancas, mas sem perder nossa cultura. A cultura originária incomoda? Então será necessário falar claro e partir para o extermínio, porque somos urbanos agora", afirmou Araújo Filho.



Escola



Os guarani chegaram no fim de março e ergueram quatro ocas e uma escola, onde as crianças aprendem guarani, português e matemática. Deixaram Paraty, no litoral sul fluminense, depois de uma disputa étnica e fugindo de dificuldades financeiras. O Ministério Público Federal informou que abriu procedimento para investigar a denúncia da Soprecam. Uma arqueóloga está preparando relatório sobre a presença indígena na região.



Em nota, a assessoria de Imprensa do IEF informou que a legislação não permite a presença de moradores em unidades de conservação - os índios estão na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca. "Pretende-se um acordo para que haja uma desocupação pacífica e consensual", informou o texto. A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que não recebeu nenhum pedido para que a região seja reconhecida como terra indígena.



PF prende líder de arrozeiros em Roraima

Que prendam e não soltem! Político aproveitador!

PF prende líder de arrozeiros em Roraima

Prefeito de Pacaraima e outros 10 são acusados de participação no confronto que deixou 10 índios feridos

Loide Gomes

A Polícia Federal prendeu ontem à tarde o prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero, por tentativa de homicídio, formação de quadrilha e porte de artefato explosivo. Líder dos arrozeiros que lutam contra a demarcação da terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, Quartiero é acusado de participação no atentado a bala ocorrido na véspera, que deixou dez índios feridos na Fazenda Depósito, de sua propriedade, localizada dentro da área da reserva indígena.

Também foram presos o filho do prefeito, Renato Quartiero, e nove funcionários da fazenda. Todos foram levados para a Superintendência da Polícia Federal em Boa Vista para reconhecimento da participação no ataque aos índios que ocuparam área da fazenda. Eles serão identificados com base em uma fita de vídeo gravada durante o tiroteio e também serão reconhecidos pelas vítimas do ataque. A Polícia Federal vai reforçar a segurança no distrito de Surumu, centro dos conflitos envolvendo índios e não-índios na Raposa Serra do Sol.

Não foram encontradas na fazenda as armas que teriam sido usadas no confronto com os índios. A polícia achou material usado para fabricação de bombas.

REAÇÃO

Durante a prisão de Quartiero, houve reação da população local e confronto com a polícia. Os moradores atiraram pedras contra os policiais, que reagiram com bombas de efeito moral, balas de borracha e spray de pimenta. Três pessoas sofreram ferimentos leves e o tuxaua José Brasão foi preso por tentar agredir um dos policiais. Também foi detido Ian Barbosa, de 28 anos, mecânico da fazenda de Quartiero e acusado de ter participado do ataque aos indígenas.

A PF e a Força Nacional de Segurança, com um efetivo de 140 homens, montaram barreiras na entrada do Surumu e passaram a revistar todas as pessoas que entram ou saem. A segurança será reforçada: chegaram a Boa Vista mais 60 homens da Força Nacional de Segurança.

Pouco antes da prisão de Quartiero, o ministro da Justiça, Tarso Genro, visitou a área. Segundo ele, a decisão do STF sobre a manutenção ou não da demarcação da Raposa Serra do Sol deverá sair entre 15 e 30 dias.

Com forte aparato de segurança, Tarso esteve no local onde os índios foram atacados. Ele disse que o objetivo de sua visita foi garantir a investigação e responsabilizar as pessoas envolvidas no atentado, além de pedir tranqüilidade aos indígenas, a fim de que não reajam e aguardem a decisão do Supremo. "O Ministério da Justiça é quem faz as demarcações de terra indígena e estamos estendendo, através da força institucional, que seja suspensa a proibição da retirada dos fazendeiros dentro da lei."

REINTEGRAÇÃO

Ontem, antes de ser preso, Quartiero ingressara com pedido de reintegração de posse de sua fazenda, na Justiça Federal de Roraima além de encaminhar requerimento ao comandante-geral do Exército, general Enzo Martins Peri, pedindo intervenção no município de Pacaraima. Segundo o líder dos arrozeiros, a PF e a Força Nacional de Segurança, a quem definiu como "guardas particulares do Conselho Indígena", estão desqualificados para atuar na região.

Quartiero defendeu a repressão a bala contra os índios. "Não havia outra medida a ser tomada a não ser aquela, não tinha como recuar, porque chegou a hora da reação e não vamos aceitar essa minoria", afirmou. "Vamos reagir de todas as maneiras." Ele reiterou a versão de que seus funcionários apenas responderam a uma ofensiva promovida pelos índios com arcos e flechas. Ao comentar a visita de Tarso, o arrozeiro disse que o ministro "é um irresponsável" e veio para a Raposa Serra do Sol "só para constatar o conflito que ele criou ali".

(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080507/not_imp168576,0.php)

Paraguai prende médico argentino que atuava na ditadura do país

É isso! Esses criminosos todos vão ter a lição que merecem, aqui (vide Noriega e outros) ou no Juízo Final.

Paraguai prende médico argentino que atuava na ditadura do país

REUTERS

ASSUNÇÃO - A polícia paraguaia informou nesta terça-feira que deteve o médico argentino Noverto Bianco, alvo de um pedido internacional de prisão por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura militar em seu país.

Bianco, que trabalhava como traumatologista em uma conhecida clínica da capital paraguaia, foi preso e levado para a Penitenciária Nacional de Tacumbú, informou o delegado Teodoro Martínez, do braço paraguaio da Interpol.

A prisão ocorreu por um pedido de extradição do tribunal federal criminal de San Martín, na província de Buenos Aires, sob o comando do juíz Alberto Martín Suárez. No Paraguai, a causa está a cargo do magistrado Gustavo Amarilla.

"O pedido da polícia argentina chegou há 15 dias e hoje aconteceu a sua detenção em via pública. As acusações incluem privação ilegal de liberdade, tortura e homicídio entre os anos 1977 e 1978", disse Martínez para emissora de rádio Primero de Marzo.

Bianco trabalhou no Hospital Militar de Campo de Mayo durante a ditadura argentina (1976-1983), onde, segundo testemunhos de médicos e enfermeiras, operava um maternidade clandestina.

De acordo com as testemunhas, há a suspeita de que o profissional atendia as presas políticas grávidas que eram levadas ao centro para darem a luz.

(Reportagem de Daniela Desantis)

(de http://www.estadao.com.br/internacional/not_int168387,0.htm)

"AGU quer desarmar fazendeiros." Poi bem que se faz!

Trata-se de invasores de terras. Bandidos.

AGU quer desarmar fazendeiros

Pedido de busca dentro da reserva foi feito ao STF para ?assegurar a ordem?

Tânia Monteiro e Felipe Recondo

A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de busca e apreensão de armas, munições e explosivos dentro da reserva indígena Raposa Serra do Sol. De acordo com a AGU, a apreensão das armas tem por objetivo "assegurar a ordem e a segurança pública" até que o Supremo decida o mérito da ação movida pelo governo de Roraima para tentar suspender a desocupação da área da reserva pelos arrozeiros.

No pedido, a AGU diz que "é imprescindível" que os arrozeiros sejam desarmados porque há "risco de novos ataques pelos não-índios, o que pode, inclusive, redundar em vítimas fatais". O texto defende os índios, alegando que o conflito começou "porque integrantes das comunidades indígenas aproximaram-se pacificamente dos limites da fazenda para construir casas e malocas, com o objetivo de exercer o direito de ocupação, garantido pelo" decreto assinado pelo presidente Lula em 15 de abril de 2005.

"Os indígenas pretendiam, pacificamente, exercer o direito de ocupação das áreas fora dos limites das fazendas ocupadas pelos não-índios - os quais questionam a regularidade do procedimento demarcatório", afirma o texto. "Durante o período da manhã, quando da aproximação dos indígenas, esses começaram a ser agredidos e ameaçados por prepostos da Fazenda Depósito, ocupada pelo agricultor Paulo César Quartiero, na tentativa de dissuadir a ocupação pretendida. Os indígenas deram continuidade à ocupação pacífica da área fora dos limites da fazenda e, no entanto, foram alvejados."

O pedido de apreensão de armas foi entregue ao ministro do STF Carlos Ayres Britto, relator da ação movida pelo governo de Roraima contra a demarcação da reserva. No pedido de expedição de mandado de busca e apreensão, a AGU requisita o apoio da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança, com a possibilidade de ingresso em fazendas e residências de não-índios, inclusive mediante "arrombamento de portas, porteiras, portões, ingresso a fazendas e domicílios".

LEGITIMIDADE

Ontem, depois de receber um telefonema do ministro da Justiça, Tarso Genro, Britto afirmou que o governo tem legitimidade e respaldo na Constituição para manter na Raposa Serra do Sol homens da PF e da Força Nacional. "Diante do conflito armado, a Força Nacional de Segurança e a Polícia Federal claro que estão autorizadas a tomar providências", disse. Ele explicou que, por ser terra da União, o governo federal pode, quando bem entender, patrulhar a região e manter na reserva até mesmo as Forças Armadas.

Na liminar que suspendeu a retirada de arrozeiros já havia confirmado que o governo poderia manter agentes da PF na região para coibir eventuais conflitos entre produtores e índios.

terça-feira, 6 de maio de 2008

PF abre inquérito para apurar disparos contra índios na Raposa

Eles têm direito às terra deles e pronto! E vejam mais: 'Roraima é do Brasil graças aos índios', diz especialista

PF abre inquérito para apurar disparos contra índios na Raposa

Apesar do ataque, Conselho Indígena de Roraima pretende continuar a ocupação na reserva indígena

Loide Gomes, especial para O Estado

BOA VISTA - A Polícia Federal já abriu inquérito para investigar os disparos contra dez índios das etnias macuxi e ingarikó, nesta segunda-feira, 5, na Reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Eles foram feridos a bala, após tentativa de ocupação da fazenda Depósito, do rizicultor Paulo César Quartiero, que também é prefeito do município de Pacaraima. Apesar do ataque, Conselho Indígena de Roraima pretende continuar a ocupação.

Veja também:

linkFórum: na sua opinião, qual é a solução para o conflito blog

linkSaiba onde fica a reserva e entenda o conflito na região especial

linkGaleria de fotos da Raposa Serra do Sol mais imagens

link'Roraima é do Brasil graças aos índios', diz especialista video

A fazenda Depósito fica a sete quilômetros de Surumu, localidade a 160 quilômetros de Boa Vista que concentra os conflitos entre índios e não-índios pela posse da reserva de 1,7 milhão de hectares.

Às 5h, um grupo de 103 indígenas, entre homens e mulheres, iniciou a ocupação de uma área da fazenda livre de plantação de arroz e afastada da sede. Em pouco tempo, eles construíram quatro malocas (casas) com palha e madeira. Dois funcionários de Quartiero chegaram ao local pilotando motos e ordenaram a saída dos índios. Diante da negativa, foram embora e retornaram com mais três motoqueiros e uma caminhonete.

"Eles já chegaram atirando e disparando as, sem dar chance de defesa às vítimas", afirma Júlio Macuxi, coordenador de Programas do Conselho Indígena de Roraima (CIR). Ele diz que a ocupação se deu pela necessidade de ampliação da comunidade Renascer, próxima à cerca da fazenda, que estaria "sufocada".

Paulo César Quartiero disse que não estava na fazenda no momento do conflito, mas foi informado por seus funcionários que os índios teriam "invadido" sua fazenda armados de cacetetes, arco e flecha. "Os funcionários disseram que quando tentaram retirá-los, eles atiraram flechas. Então houve reação", afirma Quarteiro.

Os tiros foram disparados de espingardas calibre 16. Sete índios foram levados para o hospital de Pacaraima. Os demais, Glênio Barbosa, 22, João Ribeiro, 30, e Antônio Kleber da Silva, 25, foram removidos em avião da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) para Boa Vista.

O médico Renerys Pinheiro, que atendeu os três no Pronto Socorro Francisco Elesbão, disse que os ferimentos são leves e que os indígenas receberão alta ainda hoje. Glenio Barbosa é ingarikó e foi atingido com estilhaços de chumbo no nariz, no lado esquerdo do rosto, no tórax e na perna. João Ribeiro teve um ferimento na perna e Antônio Kleber da Silva foi atingido no tórax e abdômen. Os dois são da etnia macuxi.

Ocupação vai continuar

Apesar do ataque, a ocupação vai continuar. Os índios não aceitam a posse de Quartiero nem dos seis rizicultores que permanecem na área. Para eles, os produtores é que são os "invasores". "Este ataque é uma afronta à Constituição Federal e ao Supremo Tribunal Federal, mas não intimida as comunidades. Ao contrário, só fortalece os indígenas da Raposa Serra do Sol e de todas as comunidades de Roraima", diz o índio Júlio Macuxi.

O líder indígena ressaltou que vai reforçar o pedido de segurança na área, feito há um mês, e exigir que a Polícia Federal desarme os funcionários das fazendas de arroz, que ele classifica de "milícia".

Ação Judicial

Nesta terça-feira, o Governo de Roraima protocola no Supremo Tribunal Federal (STF) a ação principal da medida cautelar ajuizada no mês passado e que suspendeu a retirada de não-índios da terra indígena Raposa Serra do Sol, por decisão unânime dos ministros do STF.

O governador Anchieta Júnior (PSDB) está em Brasília e acompanha pessoalmente o protocolo do documento. Ontem à noite, ele teve audiências com o presidente do STF, ministro Gilmar Mendes e Carlos Ayres Britto, relator das 33 ações que questionam o processo demarcatório da reserva.






segunda-feira, 5 de maio de 2008

Caiu a ficha: Republicanos pedem abandono da meta de etanol nos EUA

Como demoraram a perceber, heim?

Republicanos pedem abandono da meta de etanol nos EUA

Senadores questionam uso de milho na produção de biocombustíveis em meio à crise global dos alimentos

DEISE VIEIRA - Agencia Estado

WASHINGTON - Republicanos do Senado dos Estados Unidos querem que a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) considere o abandono do mandato de produção de etanol (álcool combustível) em meio ao avanço dos preços dos alimentos. Um total de 22 senadores republicanos, incluindo John McCain, candidato à presidência dos EUA, enviaram uma carta à EPA.

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Segundo eles, a agência tem autoridade para abandonar, ou reestruturar, uma lei aprovada pelo Congresso americano que exige um aumento expressivo na produção de etanol nos EUA até 2022.

Legisladores estão levantando questões sobre potenciais conseqüências indesejadas do uso de milho na produção de etanol em meio ao aumento da demanda global por alimentos. As informações são das agências de notícias internacionais.


(de http://www.estadao.com.br/economia/not_eco167497,0.htm)