quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Os norte-americanos são arrogantes? Are americans arrogant?

Vejam só os problemas causados pela falta de humildade:



Paquistão tem intimidado diplomatas americanos, diz 'NYT'

Segundo jornal, funcionários do governo não conseguem obter vistos; paquistaneses criticam 'arrogância'

estadao.com.br


SÃO PAULO - Autoridades do Exército e do Serviço Secreto do Paquistão têm intimidado diplomatas americanos no país, diz uma reportagem do jornal americano "The New York Times" publicada nesta quinta-feira, 17. De acordo com o diário, funcionários do departamento de Estado no país relatam uma 'campanha de assédio' por parte das autoridades paquistanesas.

Veja também:

link Oposição paquistanesa pede renúncia de presidente

Os problemas afetam adidos militares, agentes da CIA e diplomatas, segundo um alto membro da embaixada americana em Islamabad citado pelo "Times".

Helicópteros americanos usados pelo Paquistão para combater militantes islâmicos estão parados porque o visto dos mecânicos não foram aprovados, disse o diplomata. O financiamento para o programa antiterrorismo paquistanês também está congelado por causa de falta de visto para as autoridades responsáveis.

"Há um descompasso incrível entre o que eles querem de nós e o fato de nós não obtermos estes vistos", disse o diplomata.

Agentes paquistaneses reconhecem o problema, mas dizem que ele resulta de uma postura arrogante dos americanos. Um oficial paquistanês disse ao jornal que os americanos só trazem problemas. "Infelizmente, os americanos são arrogantes. Pensam que são onipotentes", disse.

O problema acontece depois de meses de aumento do sentimento antiamericano no país e de reclamações em setores do Exército, uma das instituições mais poderosas do país, que o governo do presidente Asif Ali Zardari é muito dependente do plano de ajuda americano que prevê US$ 7,5 bilhões ao país em cinco anos.


(do Estadão)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A Ilha (de Santa Catarina) Vai Ao Fundo...

Deu no Diario Catarinense de hoje:

A Câmara Municipal de Florianópolis rejeitou, por 11 votos a 4, o projeto do prefeito Dário Berger que fixava moratória por dois anos na construção de edifícios residenciais e comerciais na chamada Bacia do Itacorubi (Trindade, Itacorubi, Agronômica, Parque São Jorge, Córrego Grade e Jardim Itália). Encerrou-se uma triste novela que estava para completar dois anos de tramitação na dinâmica e eficiente Câmara de Vereadores. Uma novela que teve de tudo um pouco: teatro de Ionesco, lobby escancarado, circo político, manobras partidárias e jogadas de esperteza. Tudo movido por múltiplos interesses, menos o público.

Uniram-se contra a proposta progressistas, peemedebistas, comunistas, socialistas e todos os “istas” do Legislativo. Arquivando o projeto, sem oferecer qualquer alternativa de um substitutivo que o aprimorasse, para proteger os cidadãos desta escandalosa e avassaladora ação imobiliária, muitas vezes predatória e descontrolada. E que avança, oxigenada pelo lucro, desconsiderando os prejuízos irrecuperáveis na vida da população.

O prefeito Dário Berger e o vice João Batista Nunes criticam os vereadores que sepultaram a matéria. Mas, nas internas, a rigor, não se sentem derrotados. Detêm maioria tranquila na Câmara para autorizar o governo a construir mais duas torres de prédios no Centro Administrativo, em área supercongestionada. Mas não conseguem sensibilizar os mesmos aliados e correligionários na moratória. Dário e João Batista contam com maioria para autorizar a venda da penitenciária, onde subirá uma nova selva de concreto e tijolo, mas não revelam o mesmo poder para aprovar o defeso. Os opositores dizem que montaram uma encenação. Dário defende-se:

– A indústria da construção civil é mais poderosa do que se imagina.

A Ilha de Santa Catarina está afundando. Não submergindo pelas águas do Atlântico. Mas na falta de mobilidade, no crescimento desordenado, na falta de áreas verdes e de lazer nos bairros e distritos, no esfriamento das relações humanas e, sobretudo, nos engarrafamentos que engolem o precioso tempo de todos. O que aconteceu no João Paulo, anos atrás, foi um escândalo. Estão lá vários edifícios, formando uma barreira de concreto. O que ocorre no Córrego Grande é um atentado ao bom senso. O saudoso prefeito Bulcão Vianna asfaltou o trecho entre o Morro da Lagoa e o campus da UFSC. Na imensa área do Córrego Grande não tinha um único edifício. Decorridos 19 anos, centenas de prédios vão se amontoando, com aquela mesma estrada estreita de acesso. A água está faltando em vários condomínios. Não existe saneamento básico. Parques infantis? Parecem luxo do passado. Conchas acústicas, empreendimentos públicos para atividades culturais e comunitárias? Deixa pra lá! Na estrada antiga do Itacorubi, que desemboca perto da sede da Fiesc, é de chorar. Uma via estrangulada, atolada de prédios construídos. E, pior, outras dezenas em construção. Sem mínimo planejamento, com sistema viário estrangulado.

A Ilha está afundando, e a plateia a tudo assiste passiva e alienada, onde os espectadores se transformam em palhaços. Com risco de morrerem afogados. Não nas águas do oceano. Mas sufocados pelas limitações do espaço físico, pelo gás carbônico dos congestionamentos, pela falta d’água, de planejamento e pela imprevidência.

(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2738273.xml&template=3916.dwt&edition=13653§ion=1328)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Beleza! Cópias de música livres!

É isso aí! Comprei discos de vinil, fitas cassete e CDs que já se estragaram. Tenho direito às músicas que estavam gravadas nestes meios!

Governo pretende liberar cópia de músicas e de livros

12/11 - 11:09 - Erika Klingl, iG Brasília


BRASÍLIA – Guardada a sete chaves, a nova lei de Direitos Autorais, redigida pelo Ministério da Cultura, vai autorizar, pelo menos, duas práticas usuais dos jovens brasileiros. Pretende permitir, por exemplo, que os interessados em realizar fotocópias de um livro o façam da publicação completa e não apenas de pequenos trechos, como é hoje. Também vai criar uma forma legal de autorizar a cópia de músicas para aparelhos de MP3, o que hoje é ilegal e considerado pirataria.

Em entrevista ao iG, o diretor de Direitos Intelectuais do Ministério da Cultura, Marcos Alves, antecipou que o texto vai buscar o equilíbrio entre a proteção aos titulares das obras e o direito do cidadão de ter acesso à cultura. “Temos uma lei muito restritiva hoje e precisamos mudar isso”, afirma. “Um universitário que quer copiar um livro acaba incorrendo em crime se xeroca a publicação inteira”, avalia. Pela proposta, será permitida a cópia de livros e a livre utilização, desde que essa cópia seja para fins educacionais, não para a utilização econômica.

“O mesmo vale para alguém que comprar um CD de algum artista e o copia para MP3. Mesmo se a pessoas pagou pelo produto, se copiar a música na íntegra é pirata”, completa. Em ambos os casos, a solução apontada pelo Ministério da Cultura é semelhante. A ideia é fazer um fundo de reserva de recursos alimentado com taxação dos produtos. Ou seja, um percentual pago à copiadora iria para um fundo destinado a reembolsar os autores e as editoras.

O mesmo argumento serve para quem abastece os aparelhos de MP3. “Esses aparelhos servem principalmente para quem baixa músicas. Então podemos pensar em cobrar uma taxa em cada venda que serviria para os direitos autorais dos artistas e gravadoras”, afirma. De acordo com ele, as duas medidas necessitam de regulamentação específica, mas não devem onerar a venda dos produtos de forma significativa.

Para a Maria Cristina Barbato, da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), a proposta é positiva. “É fato que o músico não pode mais perder como ocorre hoje cada vez mais”, afirma. A OMB representa, apenas no estado de São Paulo, 50 mil músicos. “Hoje não há controle algum e cada um faz o que quer.”

A nova lei de Direitos Autorais está sendo elaborada desde 2007 e, nas próximas semanas, deve entrar em consulta pública antes de ser encaminhado ao Congresso. Havia a expectativa de que o texto fosse apresentado durante o 3º Congresso de Direito de Autor e Interesse Público, que ocorreu esta semana em São Paulo. Mas o governo manteve o suspense. “Estamos com os pontos centrais já bem costurados e devemos divulgá-lo em breve”, garante Alves.

No encontro, apenas um item ficou claro a todos. O Estado quer voltar a interferir no processo e vai criar o Instituto Brasileiro de Direito Autoral, espécie de agência reguladora que teria o poder de fiscalizar, por exemplo, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), que distribuiu, em 2008, R$ 270 milhões em direitos autorais


sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Governo britânico é estúpido? Ignora cientistas!

Governo estúpido!

Perigo da maconha opõe governo britânico a cientistas
Demissão de pesquisador que criticou política mais dura de combate à droga causa revolta
Associated Press

LONDRES - Qual o nível de perigo da maconha? Respostas divergentes a essa questão complexa levou a um confronto entre o governo britânico e cientistas.

Jornal dos EUA abre vaga para 'crítico de maconha'

Os políticos querem ver a maconha classificada como uma droga extremamente perigosa, mas cientistas dizem que o tabaco e o álcool representam um perigo maior para a saúde pública no Reino Unido.

A divergência levou o principal conselheiro científico do governo para a questão das drogas a perder o emprego e desencadeou uma rebelião de seus colegas, que acusam o primeiro-ministro Gordon Brown de ignorar informação científica para angariar popularidade.

"Há uma frustração enorme que tenhamos chegado a isso", disse Tracey Brown, diretora do Sense about Science, um grupo sem fins lucrativos que publicou uma carta aberta exigindo que o governo garanta liberdade de expressão aos cientistas.

O governo teve seu primeiro choque com a comunidade científica quando endureceu a política para a maconha em 2008, elevando-a à "categoria B", imediatamente abaixo de drogas pesadas como heroína, cocaína e LSD.

Isso reverteu a decisão, tomada quatro anos antes, de colocar a erva na "categoria C", junto com tranquilizantes e analgésicos.

Autoridades argumentaram que variações mais potentes da maconha podiam causar sérios problemas de saúde mental, e o primeiro-ministro chegou a se referir à droga como "letal".

Quando o presidente do grupo de aconselhamento científico de Brown, David Nutt, acusou as autoridades de distorcer as evidências, acabou demitido.

A decisão horrorizou os colegas de Nutt. Cinco outros cientistas demitiram-se em solidariedade, e alguns dos mais importantes cientistas do país assinaram a carta aberta do Sense about Science.


(de http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,perigo-da-maconha-opoe-governo-britanico-a-cientistas,465479,0.htm)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Proibição de drogas como a maconha: hipocrisia.

Vejam isto:

Álcool e tabaco são piores que maconha, LSD e ecstasy, diz especialista


da Efe, em Londres

O álcool e o tabaco causam mais danos à saúde do que algumas drogas ilegais como a maconha, o LSD e o ecstasy, segundo David Nutt, professor do Imperial College London e presidente do comitê assessor do governo britânico sobre abuso de drogas.

O especialista acusou os políticos de distorcerem e desvalorizarem os resultados dos estudos científicos no atual debate sobre drogas ilícitas.

Nutt criticou também que alguns boletins tenham publicado relatórios exagerados sobre os supostos danos de algumas dessas drogas.

Segundo o especialista, o álcool deve figurar como a quinta droga mais perigosa depois da heroína, cocaína, barbitúricos e a metadona, enquanto o tabaco aparece em nono lugar.

"A cannabis, o LSD e o ecstasy, mesmo sendo nocivos, estão mais abaixo na lista, em 11º, 14º e 18º, respectivamente", explica Nutt em um documento do Centro de Estudos sobre Crime e Justiça do King's College.

Segundo Nutt, fumar maconha cria um risco "relativamente pequeno" de doença mental, mas o álcool e o tabaco são mais perigosos para a saúde.

Um porta-voz do Ministério do Interior se distanciou das opiniões expressadas pelo cientista.

Reclassificação

O governo britânico realizou no ano passado uma reclassificação dos diferentes tipos de drogas e situou a maconha no mesmo nível das anfetaminas.

Segundo a atual classificação, pertencem à classe A de drogas mais perigosas como ecstasy, LSD, heroína, cocaína, crack, cogumelos alucinógenos e as anfetaminas injetáveis.

Na classe B figuram as outras anfetaminas, além de cannabis e metilfenidato (Ritalina), enquanto na classe C, consideradas as menos perigosas, estão os tranqüilizantes, alguns analgésicos e o cloridrato de cetamina (ketamina).

No Reino Unido, a classificação é importante também no ponto de vista da lei e da sanção penal: a posse de drogas da classe A pode levar a sete anos de prisão e multa ilimitada frente a um máximo de cinco anos para as da classe B e dois anos para as da classe C.

O comércio é punido ainda mais duramente: pode levar à prisão perpétua no primeiro caso e até 14 anos de prisão para classe B e C.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Usar comida para produzir combustível...

Primeiro foi o milho, nos EUA. Agora o trigo no Reino Unido... Estes anglo-saxões são meio tapados?

Por etanol, Reino Unido importará trigo pela 1ª vez na história

Safra de 2009/2010 será insuficiente para suprir demanda; uma grande usina começará a operar no próximo ano

Ana Conceição, da Agência Estado

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LONDRES - O Reino Unido deve perder a autossuficiência em trigo pela primeira vez em sua história em 2010, depois que uma grande usina de etanol começar a operar em Teesside, nordeste da Inglaterra, informa o The Times em seu website.

A empresa foi fundada pelas empresas de private equity Carlyle Group e Riverstone Holdings e vai usar 1,2 milhão de toneladas de trigo por ano na produção de 450 milhões de litros de álcool combustível, que serão vendidos para a Royal Dutch Shell.

Ian Blackhouse, presidente do Sindicato Nacional de Produtores Agrícolas (NFU, na sigla em inglês), disse ao jornal que, em anos de produção pequena, o Reino Unido será obrigado a importar o trigo de alta qualidade para panificação.

De acordo com o NFU, a produção de trigo local deverá cair para 13,9 milhões de toneladas em 2009/10, menos 3,4 milhões de toneladas ante a safra anterior. A redução deve-se à diminuição da área plantada e da produtividade. As informações são da Dow Jones.

(de http://www.estadao.com.br/noticias/economia,por-etanol-reino-unido-importara-trigo-pela-1-vez-na-historia,446131,0.htm)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Refrigerantes

Sim, sim! Mais gente morre de obesidade do que de fome!

Terça-feira, 22 de setembro de 2009, 10:04

EUA estudam imposto sobre consumo de refrigerante

O debate em torno da taxa sobre calorias vem ganhando espaço nos Estados Unidos e Europa

AE - Agência Estado

SÃO PAULO - Um imposto de 1% a cada 30 gramas de refrigerante poderia frear a epidemia de obesidade nos Estados Unidos e gerar uma renda extra ao governo de US$ 15 bilhões por ano. Esse é o resultado de um estudo publicado no New England Journal of Medicine, que gerou reação do presidente mundial da Coca-Cola, Muhtar Kent. Para ele, todos os seus produtos são "saudáveis" e apenas exercícios físicos combaterão a obesidade.

O debate em torno da taxa sobre calorias vem ganhando espaço nos Estados Unidos e Europa. Em Washington, o presidente Barack Obama insinuou que seria favorável à proposta. Em cidades europeias, restaurantes de fast-food poderão começar a ser taxados.

No estudo publicado pelos maiores especialistas em obesidade nos EUA, o resultado de pesquisas em escolas de todo o país provou que a taxa teria resultados positivos para reduzir o consumo, além de financiar parte da reforma no sistema de saúde americano - isso porque os gastos com pessoas obesas seriam reduzidos. Segundo o grupo, 9% dos gastos de saúde nos EUA estão relacionados à obesidade. Pelos cálculos, a taxa significaria aumento de 20% no preço de refrigerante e redução de 20 calorias por dia no consumo de uma pessoa. "Há produtos que contribuem para a obesidade claramente", afirmou David Ludwig, principal autor do estudo e professor da Harvard Medical School.

"Isso seria ridículo", disse Kent. "Nunca funcionará uma política do governo dizendo o que devemos ou não comer. Temos uma linha de 400 marcas, todas saudáveis. O mais importante é a atividade física." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


(de http://www.estadao.com.br/noticias/geral,eua-estudam-imposto-sobre-consumo-de-refrigerante,439057,0.htm)

Vocês são a favor dos ataques cardíacos?

Sim, leis anti-fumo. Mas nunca, como fazem com outras drogas, tornar crime o consumo...

Terça-feira, 22 de setembro de 2009, 05:51

Leis antifumo reduziram ataques cardíacos em um terço

Pesquisas nos EUA indicam benefício maior do o esperado após proibição em fumo em locais públicos

Dois estudos americanos publicados nesta semana indicam que as leis antifumo tiveram um impacto bem maior do que o esperado na prevenção de ataques cardíacos.

Os estudos apontam que o número de ataques cardíacos na Europa e América do Norte chegaram a cair em torno de um terço após a introdução das leis que proíbem o fumo em locais públicos.

O primeiro estudo, realizado pela Universidade do Kansas, realizou uma revisão sistemática de 10 relatórios de 11 regiões diferentes nos EUA, Canadá e Europa que adotaram as leis antifumo.

Os resultados, publicados na revista científica Journal of the American College of Cardiology, indicam que o número de ataques cardíacos reduziu em até 26% por ano depois da adoção das leis.

"A proibição do fumo em locais públicos parece ser tremendamente eficaz em reduzir os ataques cardíacos e, teoricamente, também podem prevenir o câncer de pulmão e o enfisema", afirmou David Meyers, que liderou a pesquisa.

Segundo ele, os benefícios cardíacos aumentaram conforme o tempo de vigência das leis.

O pesquisador afirma que os primeiros efeitos positivos puderam ser percebidos logo nos três primeiros meses de vigência das leis, quando o número de ataques cardíacos já apresentou um declínio.

Efeito positivo

A segunda pesquisa sobre o assunto, realizada pela Universidade da Califórnia e publicado na revista científica Circulation, analisou 13 pesquisas sobre o tema realizadas na América do Norte, Itália, Escócia e Irlanda.

Os resultados mostram que, apesar das diferenças regionais, a redução do risco de ataques cardíacos após a adoção das leis antifumo foram consistentes e chegaram a 17% apenas no primeiro ano de vigência da lei.

Assim como na pesquisa anterior, o impacto positivo das leis também aumentou conforme o tempo de vigência da legislação e o risco de ataques cardíacos chegou a cair 36% nos três anos após a adoção das novas leis.

"Obviamente não vamos reduzir os ataques cardíacos a zero, mas essas descobertas nos dão provas de que no curto e médio prazo, a proibição dos fumos em locais públicos prevenirá muitos ataques", disse James Lightwood, que liderou a pesquisa.

"O estudo contribui para as fortes evidências de que o fumo passivo causa ataques cardíacos e que aprovar leis antifumo em locais de trabalho e espaços públicos é algo que podemos fazer para proteger o público", afirmou o pesquisador.

De acordo com Ellen Mason, da ONG British Heart Foundation, o estudo mostra o impacto positivo das legislações que proíbem o fumo em locais públicos na saúde cardíaca.

"As estatísticas mostram ainda a rapidez com a qual os benefícios podem ser sentidos depois da adoção das leis e indicam como o fumo passivo pode ser perigoso para o coração", disse Mason.

"Se você é um fumante, a única coisa grande que pode fazer para prevenir ataques cardíacos é parar de fumar, o que também pode proteger a saúde de seus amigos e familiares", afirmou.


(do Estadão: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,leis-antifumo-reduziram-ataques-cardiacos-em-um-terco,438990,0.htm)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Gravadoras (Som Livre, Sony, Universal, Warner) geridas por "tapados"...

As gravadoras já provaram que seus gestores são tapados... Agora parece que estão sendo seguidos por juristas... Bem como disse o Luciano Cadari: Uma faca tem o potencial de matar. Vamos proibir as facas?

Caiam na real, gestores de gravadoras! O seu tempo acabou! Procurem outro emprego!

Gravadoras obtêm decisão inédita contra troca de arquivos no Brasil
Fonte: G1


TJ-PR proíbe empresa de disponibilizar software P2P K-Lite Nitro. Ação é movida pelas gigantes EMI, Som Livre, Sony, Universal e Warner.

Em decisão inédita, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) decidiu pela condenação de um desenvolvedor nacional de software de compartilhamento de arquivos (P2P), em ação movida pela Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos (Apdif).

De acordo com a decisão, a empresa Cadari Tecnologia da Informação e outros, responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção do K-Lite Nitro, estão proibidos de disponibilizar o software P2P, “enquanto nele não forem instalados filtros que evitem que as gravações protegidas por Direito Autoral de titularidade das companhias representadas pela APDIF do Brasil sigam sendo violadas de forma maciça e constante pelos usuários do referido software”.

Ainda segundo a decisão unânime, relatada pelo desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira, o K-Lite Nitro tem "intuito de lucro baseado na venda de espaço publicitário, é ilegal e viola a lei de Direito Autoral (Lei 9.610/98) e o Código Penal brasileiro”.

Representante das cinco maiores companhias fonográficas do país (EMI, Som Livre, Sony Music, Universal Music e Warner Music), a Apdif atualmente faz parte da Associação Antipirataria de Cinema e Música (APCM).

Segundo o presidente da Apdif e da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), Paulo Rosa, a decisão inédita no país sobre redes de compartilhamento de arquivos estabelece um precedente na Justiça brasileira “importantíssimo” em relação aos direitos autorais sobre músicas e outros conteúdos protegidos na web.

“Não se trata de uma decisão contra uma determinada tecnologia, mas sim contra um modelo de negócio criado e explorado economicamente, cujo principal atrativo é a violação contínua e em larga escala de Direitos Autorais consagrados em nossa Constituição Federal e em legislação específica”, afirmou Rosa.

“Tecnicamente, essa decisão está muito próxima da perfeição, em pé de igualdade com decisões dos EUA e outros países do mundo. Não se trata de uma decisão contra a tecnologia, nem contra a neutralidade e a liberdade da internet. Mas sim de usar a tecnologia de forma responsável”, avaliou Rosa, acrescentando que as gravadoras vão cobrar para que sejam aplicados os filtros de conteúdo no K-Lite Nitro, para que a ferramenta barre o upload e o download de conteúdo protegido por direito autoral.

'Marketing do medo'

Réu no processo movido pela Apdif, Luciano Cadari se defende das acusações, dizendo que vai recorrer da decisão, já que em momento algum fez propaganda em favor da pirataria. “Nossa ferramenta é usada para compartilhar arquivos. Nunca induzimos ninguém a baixar conteúdo ilegal. Pelo contrário, sempre deixamos claro, com avisos para que os internautas não utilizem o software para fins de pirataria”, afirmou ao G1. “Me pegaram para Cristo para fazer o marketing do medo”.

Segundo Cadari, o sofwtare K-Lite Nitro foi baseado no programa de código aberto KCEasy e não tem o objetivo de infringir direitos autorais, apesar da “potencialidade” de download ilegal. “É como uma faca, que tem a potencialidade de matar. Um carro também tem a potencialidade de matar, em acidentes de trânsito. Por que não são proibidos também?”, questiona.

“Estão colocando a culpa da queda nas vendas da indústria fonográfica em uma empresa de fundo de quintal de Curitiba”, disse Cadari, cuja empresa tem quatro funcionários. “A guerra não é só contra mim; é contra todos os internautas brasileiros, contra a liberdade de expressão”.



(de https://secure.jurid.com.br/new/jengine.exe/cpag?p=jornaldetalhejornal&id=69563&id_cliente=44253&c=5)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

FIB x PIB (III)

Esta saiu na Baguete. Eu li algo sobre este estudo: "Segundo pesquisa feita por Layard nos EUA, quanto mais uma pessoa assiste televisão, menos feliz ela é."

Questionável é a abordagem final...
31/07/2006 - PIB & FIB
Estudiosos dessa inefável ventura, a felicidade, estão preocupados em saber onde ela reside. Nas últimas semanas, fomos bombardeados por pelo menos três pesquisas. Para o economista britânico Richard Layard, em Happiness: Lessons From a New Science, a felicidade residiria no reino budista do Butão.

O Butão é um país isolado no Himalaia, cujo rei, Sua Majestade Jigme Singye Wangchuck – o primeiro marajá da dinastia dos Wangchuk a auto-intitular-se rei – decidiu abandonar os obsoletos índices de Produto Interno Bruto e substitui-lo por um índice de Felicidade Interna Bruta. Abaixo o PIB, viva a FIB. Sua jogada de marketing parece ter agradado às eternas e azedas esquerdas, que acham que PIB não quer dizer nada. Não que acreditem nisso, mas como o PIB das nações capitalistas sempre foi superior ao das socialistas, então o PIB “é do mal”.

Mais dia, menos dia, o mal acabou entrando no paraíso. Não através da serpente, mas de algo muito mais insidioso, a televisão. Segundo Layard, "os butaneses puderam então ver a mistura comum de futebol, violência, traição sexual, propaganda, lutas e afins. Eles adoraram, mas o impacto em sua sociedade fornece um experimento notável sobre como a mudança tecnológica pode afetar atitude e comportamento. Logo se observou um aumento profundo em rompimentos familiares, crimes e consumo de drogas."

Ou seja, a realidade circundante invadiu o país. O bode a ser banido para o deserto é a televisão. “Nos últimos anos, o governo butanês vem tentando banir do país a televisão, ou ao menos os programas mais odiosos.” Confesso que jamais vi justificativa tão linda e nobre da censura. Oremos para que o Supremo Apedeuta não a ouça nem se converta ao budismo. Poderia ser tentado a acabar com a violência, os crimes e o consumo de droga mediante uma medida singela, a proibição da televisão.

Segundo pesquisa feita por Layard nos EUA, quanto mais uma pessoa assiste televisão, menos feliz ela é. A solução então é simples: retire a televisão da sala e suas chances de ser feliz aumentarão. Sua Majestade Jigme Singye Wangchuck parece ter conseguido vender ao Ocidente a idéia de que, para a felicidade geral das nações, é melhor renunciar ao presente e encerrar-se nas trevas do passado. Sob o repúdio à televisão, o livro do economista britânico esconde uma tese safada: informação é infelicidade. Do fundo de seu sarcófago, Stalin deve ter esboçado um sorriso: “finalmente fui entendido”.

De qualquer forma, não se entusiasme. Não é fácil visitar o país onde a felicidade mora. Só é permitida a entrada de pessoas autorizadas por Sua Majestade ou pelo ministério de Turismo. Essas pessoas devem efetuar o depósito de cerca de US$ 200 por dia a favor do governo. Qualquer semelhança com a velha União Soviética e a Intourist não é mera coincidência. Sua Majestade, a título de curiosidade, é casado com quatro mulheres, todas irmãs. Sua FIB deve ser muito alta.

Por outro lado, a New Economics Foundation e a ONG Friends of Earth criaram o Happy Planet Index, segundo o qual a felicidade teria estabelecido sua morada no arquipélago de Vanuatu – 83 ilhas no Pacífico, com 209 mil habitantes, na maioria pescadores e agricultores que vivem numa economia pouco além do nível da subsistência. Os vanuatuenses tiveram a melhor média de três indicadores básicos: esperança de vida ao nascer, bem-estar humano e nível dos danos ambientais causados ao país. Nesse índice, o Brasil ficou em 65º lugar, atrás da Colômbia, da Argentina, do Chile e do Paraguai – até de Bangladesh. Os Estados Unidos ficaram com o 150º lugar, um dos últimos entre 178 países. O Happy Planet Index quer evidenciar que "não é necessário esgotar os recursos naturais da Terra para se ter uma vida relativamente longa e feliz". Seus critérios são, no fundo, um panfleto contra tudo o que de bom o Ocidente oferece.

Se os vanuatenses se sentem felizes numa economia que vai pouco além da subsistência, estão confundindo ignorância do mundo contemporâneo com felicidade. “Se estamos em um quarto escuro e dizemos que não há luz é porque alguma vez vimos a luz. Algo parecido acontece com a felicidade”, escreveu Swami Tilak. A pesquisa cheira à estratégia dos ecochatos que, uma vez morto o socialismo, querem empunhar novas bandeiras contra o capitalismo triunfante. Ora, uma comunidade de 200 mil pessoas isoladas num mar oceano, que vivem numa agricultura de mão pra boca, jamais reunirá aqueles elementos que tornam a vida prazerosa.

A universidade britânica de Leicester, por sua vez, elaborou o que seria o primeiro mapa mundial da felicidade, em estudo que reúne 177 países. Segundo este, os dinamarqueses e os suíços são os mais felizes. Depois destes, vêm os cidadãos da Áustria, Islândia, Bahamas, Finlândia e Suécia. Zimbabuanos e burundineses estão nos postos mais baixos e os brasileiros em 81º lugar. Dentro de meu conceito, já não digo de felicidade, que é muito relativo, mas de bem-estar, parece-me um mapa sensato. Que a vida é agradável na Dinamarca e Suíça, disto estou ciente. Que deve ser dura no Zimbábue e Burundi, disto também estou ciente, mesmo sem jamais ter postos os pés naquelas plagas.

Ao que tudo indica, as ideologias invadiram a geografia da felicidade e a disputam palmo a palmo. Como se felicidade tivesse geografia. Sentimento personalíssimo e subjetivo, não vejo muito bem como possa ser mensurada. Para populações que desconhecem uma gastronomia elaborada, qualquer gororoba que mate a fome deve dar uma sensação de paraíso. A gastronomia, a meu ver, é algo altamente espiritualizado. O gastrônomo não come para satisfazer a vil premência física, mas a uma necessidade do espírito. Para civilizações que desconhecem bons vinhos, suco de laranja deve saber a néctar dos deuses. Faltou a prova dos nove nas três pesquisas: investigar se os vanuatenses ou os butaneses continuariam sendo felizes em suas economias precárias após degustar os requintes do Ocidente.

Não vejo grandes FIBs sem altos PIBs. Os rosseaunianos adoradores da vida frugal que me desculpem. Altos PIBs significam mais opções de lazer, mais conforto no dia-a-dia, mais acesso à cultura e à saúde, medicina de ponta na hora da doença. E essa grande aventura do espírito – as viagens – ao dispor de qualquer veneta. Quanto à felicidade, é uma questão de ambições. Já vi mendigos rindo sozinhos em uma noite gelada, felizes com uma garrafinha de cachaça. E conheço não poucas pessoas, de muitas posses e com altos saldos bancários, mergulhadas na depressão e próximas ao suicídio. Conheço inclusive pessoa que comprou carro blindado para proteger sua vida e hoje teme olhar para o revólver, por medo de não resistir a matá-la.

Certa vez, no aeroporto de Cumbica, puxei conversa com uma moça que servia cafezinho. O trabalho é duro, oito horas em pé, circulando dentro de um brete. “Eu estou feliz da vida” – me dizia a moça – “Não fosse este trabalho, eu estaria na roça, no cabo da enxada”.

Conheci o cabo da enxada e já fui feliz com uma bicicleta. Cresci, me eduquei, zanzei pelo mundo e hoje, meu conceito de paraíso mudou, mas não deixa de ser singelo: uma manhã de inverno ensolarada, na terrasse de um café em Paris – pode ser também em Copenhague ou Zurique. Ou Madri ou Roma – temperatura de uns dez graus, jornais de dois ou três países, dois ou três livros para dar as primeiras folheadas e uma Leffe radieuse. Detesto a idéia de eternidade. Mas se for assim, topo. Buñuel tinha um desejo parecido. Gostaria de, depois de morto, sair de vez em quando da tumba, esgueirar-se lívido pelos muros, ir até uma banca de jornais e voltar com alguns debaixo do braço.

Claro que PIB não significa automaticamente felicidade. Prova disto são os altos índices de suicídio dos países desenvolvidos. Mas sem altos PIBs, a tal de FIB não passa de mais uma utopia das esquerdas. Há gentes de todo azimute tentando vender a idéia de que há virtudes na pobreza. São em geral pessoas ricas, que jamais viram a miséria de perto. Ou que só a viram como turistas.

(http://www.baguete.com.br/colunasDetalhes.php?id=2153)

FIB x PIB (II)

Da revista "Época":

SUSAN ANDREWS

20/12/2007 - 22:39 | Edição nº 501

PIB ou FIB: as lições do Butão

Conheça o reino de Butão, onde a Felicidade Interna Bruta é o fator mais importante.


SUSAN ANDREWS
é psicóloga e monja iogue. Autora do livro Stress a Seu Favor, ela coordena a ecovila Parque Ecológico Visão Futuro e escreve quinzenalmente em ÉPOCA. www.visaofuturo.org.br susan@edglobo.com.br

Visualize um reino de deslumbrantes cumes nevados, com leopardos e iaques vagando pelas montanhas. Com vastas florestas intocadas, onde o contentamento é mais valorizado que o comércio, e um sábio rei que declara que a felicidade de seus súditos é mais importante que a produção econômica.

Um conto de fadas? Um sonho da imaginação? Um reino virtual no Second Life? Nada disso. Estou falando de um lugar real, com pessoas verdadeiras – o reino do Butão, no Himalaia.

O Butão tem capturado a atenção mundial por sua inovadora mensuração da FIB (Felicidade Interna Bruta), em vez de PIB (Produto Interno Bruto). Por décadas, o PIB, índice de progresso que soma todas as transações econômicas de uma nação, tem sido criticado, mais recentemente numa conferência da Comissão Européia, em Bruxelas. O PIB não somente falha em contabilizar os custos ambientais, mas também inclui formas de crescimento econômico que são prejudiciais ao bem-estar da sociedade. Por exemplo, despesas com atendimento médico, crime, divórcio e até desastres como o Katrina são computadas como um aumento do PIB!

A FIB vai um passo além. Ela situa a felicidade como o pivô do desenvolvimento. Desde a época de Aristóteles, e indo até a Declaração da Independência dos Estados Unidos, muitas sociedades consideraram a busca da felicidade um direito fundamental de todos os cidadãos. E agora, em pleno século XXI, o rei do Butão, Jigme Singye Wangchuk – uma das cem pessoas mais influentes do mundo, segundo a lista da revista Time –, disse que a FIB é o alicerce de todas as políticas de desenvolvimento do governo.

Fui convidada para participar da 3a Conferência Internacional sobre Felicidade Interna Bruta, na semana passada, em Bangcoc, Tailândia. Numerosos palestrantes enfatizaram que, enquanto o PIB se baseou na crença de que a acumulação da produção econômica leva a um maior bem-estar, as pesquisas mostram que, após certo nível de renda, o aumento da riqueza não conduz a um correspondente aumento da felicidade.

Imagine um reino onde a felicidade dos súditos é mais importante que a produção econômica. Um conto de fadas?

“O acelerado crescimento da Ásia nas últimas décadas alcançou o impressionante índice de 10% ao ano”, disse Surin Pitsuwan, ex-ministro do Exterior da Tailândia. “Mas será que estamos mais felizes que antes, com nossa renda aumentando cada vez mais rápido? Muitos dizem que não.” De fato, quando olhei a minha volta em Bangcoc, os graciosos pináculos dos templos tailandeses, com suas douradas telhas cintilando ao sol, foram obscurecidos pelos colossais shopping centers que parecem gigantescas espaçonaves. “Nós aqui do sudeste da Ásia”, afirmou Pitsuwan, “apesar dos nossos milhões de rúpias, de ringgits e de bahts, nos sentimos mais inseguros com relação a nossa vida, a nossa família, a nosso futuro do que jamais sentimos antes.”

O Butão proveu uma alternativa. Os delegados butaneses na conferência atraíram a atenção não apenas por suas distintas túnicas bordadas, mas também por sua aura de júbilo interno. As decisões políticas nesse país, de acordo com Dasho Karma Ura, diretor para o Centro de Estudos do Butão, são tomadas a partir dos indicadores da FIB, que são os seguintes: padrão de vida, saúde, educação, resiliência ecológica, bem-estar psicológico, diversidade cultural, uso equilibrado do tempo, boa governança e vitalidade comunitária. “A renda não é buscada pelo seu bem em si, mas para aumentar a qualidade de vida, para obter a felicidade”, diz ele. “Felicidade baseada na ética, em cultivar relacionamentos entre as pessoas e com a natureza. E também uma felicidade interior baseada na espiritualidade.”

Num mundo de aceleradas rupturas ecológicas, sociais e psicológicas, talvez os butaneses, com sua sabedoria dos Himalaias, tenham algo a nos ensinar. Que possamos alcançar a prosperidade em harmonia com o planeta sem perder a verdadeira fonte da felicidade: nossas conexões uns com os outros, com a Terra e com o espírito dentro de nós.

(http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG80676-6048-501,00.html)

FIB x PIB - Felicidade versus Produtividade

Quer ser feliz?

O índice de felicidade e o mundo a seu redor - Artigo

Que se deve pensar quando se chega à conclusão de que é preciso ensinar às crianças o que é felicidade e como buscá-la? Não é mais uma possibilidade implícita nos nossos modos de viver? É preciso ir buscar fora do cotidiano?

Washington Novaes - Jornalista especializado em meio ambiente

Há duas semanas, ganhou muito destaque na comunicação a notícia de que o Arquipélago de Vanuatu - 83 ilhas no Pacífico, com 209 mil habitantes, na maioria pescadores e agricultores que vivem numa economia pouco além do nível da subsistência - foi considerado pelo Happy Planet Index "o lugar mais feliz do planeta".

Criado pela New Economics Foundation e pela ONG Friends of Earth, o índice quer evidenciar que "não é necessário esgotar os recursos naturais da Terra para se ter uma vida relativamente longa e feliz".

E os habitantes de Vanuatu tiveram a melhor média de três indicadores básicos - esperança de vida ao nascer, bem-estar humano e nível dos danos ambientais causados ao país.

Nesse índice, o Brasil ficou em 65º lugar, atrás da Colômbia, da Argentina, do Chile e do Paraguai - até de Bangladesh. Os Estados Unidos ficaram com o 150º lugar, um dos últimos entre 178 países (Estado, 13/7).

Curiosamente, o noticiário não informou que Vanuatu é um dos países mais ameaçados do planeta - por mudanças climáticas.

Quem freqüenta as reuniões da Convenção do Clima certamente se tem encontrado ali com os representantes de Vanuatu, Tuvalu e outros dos mais de 30 países-ilhas ameaçados de desaparecimento pela elevação do nível dos oceanos em conseqüência da intensificação do efeito estufa.

Eles se cansam de mostrar que sua contribuição para as mudanças climáticas é praticamente zero - mas serão os que mais caro pagarão.

Da mesma forma, o noticiário pouca ênfase deu ao modestíssimo nível de consumo dos habitantes de Vanuatu - que, por isso mesmo, em quase nada contribuem para o segundo grande problema planetário do nosso tempo, a insustentabilidade dos padrões de produção e consumo, além da capacidade de reposição da biosfera terrestre.

Teria sido oportuno porque ainda recentemente se divulgou o estudo de 1.300 cientistas de 95 países, apoiados pelo Banco Mundial e pelo World Research Institute no projeto Millenium Ecosystem Assessment, mostrando que "60% dos serviços dos ecossistemas terrestres estão sendo degradados ou usados insustentavelmente", de uma forma que acentua os riscos de mudanças climáticas, colapso das reservas pesqueiras e muitos outros dramas.

Entre várias coisas, o estudo sugere eliminar por completo subsídios à agricultura, pagar a proprietários pela conservação e criar impostos proporcionais aos custos ambientais gerados.

Um terceiro relatório, do WorldWatch Institute (Vital Signs), acentua que o uso de recursos e serviços naturais já está 23% acima da capacidade de reposição, neste mundo em que o produto bruto chegou, em 2005, a US$ 59,6 trilhões.

Para dotar todos os habitantes do planeta do padrão de consumo dos países industrializados - diz o relatório - a população teria de ser reduzida para 1,8 bilhão de pessoas (está acima de 6,5 bilhões).

São advertências que se multiplicam e fazer pensar no recém-lançado livro O Mito do Progresso (Editora Unesp), do professor Gilberto Dupas, coordenador-geral do Grupo de Conjuntura Internacional da USP e co-editor da revista Política Externa.

Diz ele que "o progresso parece ter perdido o rumo", o que estaria evidenciado pela exclusão social, pela concentração da renda e pela degradação ambiental que esse progresso produz, juntamente com os riscos da microbiologia, da engenharia genética, da robótica, da nanotecnologia.

E tudo ameaçando a própria governabilidade no nosso mundo, onde a venda de armamentos já supera a casa de US$ 1,1 trilhão.

Há todo um capítulo do livro dedicado ao "meio ambiente e ao futuro da humanidade", no qual afirma que "são inúmeras as evidências das relações entre padrão tecnológico, lógicas da produção humana e danos ao meio ambiente".

Chega a incursionar até por um terreno pouco freqüentado, em que lembra que "o planeta foi-se tornando um imenso emissor de ondas eletromagnéticas, produto das múltiplas emissões de rádio, televisão, telefone celular e radar, cujas conseqüências sobre o meio ambiente e a saúde humana estão por ser determinadas".

No início de tudo, diz o autor, está a "naturalização da idéia de progresso" como algo em que é preciso "aceitar riscos", onde "não se pode voltar atrás", por maiores que sejam as ameaças.

Faz lembrar a famosa escritora norte-americana Hazel Henderson, para quem "economia é política disfarçada". "Urge uma nova ética da responsabilidade", diz o professor Dupas, depois de examinar a evolução do conceito de progresso e a "economia política como ciência do progresso".

Talvez uma evidência de quanto procedem essas preocupações esteja em outra notícia (Estado, 11/7), a de que 2 mil alunos de escolas públicas britânicas, na faixa dos 11 anos, começarão a ter "aulas de felicidade" (técnicas de respiração, jogos em grupo, entre outras), numa tentativa de enfrentar comportamentos anti-sociais e depressão (esta já atinge 10% das crianças inglesas nessa faixa de idade).

Que se deve pensar quando se chega à conclusão de que é preciso ensinar às crianças o que é felicidade e como buscá-la? Não é mais uma possibilidade implícita nos nossos modos de viver? É preciso ir buscar fora do cotidiano?

Ou a questão já estará muito mais agravada, a ponto de levar o famoso físico Stephen Hawking (autor de Uma Breve História do Tempo) a dizer, há poucos dias, que a humanidade precisará migrar para outros planetas (e para isso precisaria começar imediatamente a buscar esses lugares)?

Qualquer que seja a visão que se tenha, não é possível escapar da questão fundamental: já não se trata de "proteger o meio ambiente"; trata-se de limites à ação humana, já evidenciados e que, se não forem respeitados, porão tudo em risco, como tem advertido o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Se as nossas lógicas se contrapõem a essas evidências, terão de ser modificadas.


(de http://www.ufcg.edu.br/prt_ufcg/assessoria_imprensa/mostra_noticia.php?codigo=2837)

Matar ou pagar?

Para mim não restam dúvidas.

Ex-general britânico diz que dinheiro pode comprar Taliban

REUTERS

LONDRES - Um general britânico reformado, enviado ao Afeganistão para pesquisar maneiras de se negociar com os integrantes do Taliban, disse nesta quinta-feira que o dinheiro pode convencer jovens combatentes a desistir das armas.

O general Graeme Lamb, ex-comandante das Forças Especiais que serviu no Iraque e trabalhou perto do general norte-americano David Petraeus, responsável pela estratégia ocidental no Afeganistão, afirmou que comprar os combatentes já funcionou em outros lugares.

"Eu sempre disse no Iraque, você pode comprar a insurgência se tiver dinheiro suficiente", disse Lamb à rádio pública BBC em entrevista.

"São pessoas que poderiam escolher uma vida melhor", comentou sobre os jovens pashtuns que lutam pelo Taliban.

Perguntado sobre se tem dinheiro à disposição e se pretende comprar combatentes, Lamb não se comprometeu.

"Não é o caso de pagar um dólar e tirá-lo do combate por um mês ou dois", mas dar oportunidades melhores de emprego e uma melhor qualidade de vida, disse.

(Reportagem de Luke Baker)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Políticos estúpidos!

Só sabem construir viadutos! E os fazem mal-feitos!

Leiam abaixo este editorial:

DC - 14 de setembro de 2009 | N° 8561

EDITORIAIS

Devagar quase parando

Um estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas calcula que a cidade de São Paulo perde R$ 26,8 bilhões por ano se o tempo que, hoje, os paulistanos desperdiçam no trânsito fosse investido no trabalho. Na capital paulista são comuns engarrafamento de mais de cem quilômetros. As estimativas indicam que os habitantes da metrópole e seu entorno desperdiçam entre duas e três horas diárias paralisados no trânsito. Em um mês, dois dias são perdidos dentro de um carro ou de um ônibus paralisados no meio do nada. Embora não ocorra na mesma proporção, o problema afeta, prejudica a atividade produtiva e degrada a qualidade de vida em todas as capitais e em quase todos os demais aglomerados urbanos de maior porte do país. Até mesmo em Brasília, a cidade projetada como modelo para jamais enfrentar problemas de trânsito, há quem perca, também, mais de duas horas para chegar ao trabalho, como ocorre com os moradores de Taguatinga, que fica a apenas 30 quilômetros do Plano Piloto.

Situações como essas oferecem a definitiva prova do esgotamento do padrão de transporte individual adotado no Brasil em detrimento do transporte coletivo de qualidade e de alternativas inovadoras de deslocamento nos cenários urbanos. Florianópolis enquadra-se à perfeição neste caso. Também a capital dos catarinenses, que conta hoje com cerca de 400 mil habitantes, sofre com intensidade a síndrome da paralisia do trânsito, e ocupa lugar de ponta no ranking das cidades com pior mobilidade. O estudo intitulado Sinais Vitais, elaborado pelo Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom), com base em dados coletados este ano em organismos como o Ipuf, Santur, IBGE, Detran e prefeitura, sinaliza que a população atual de Florianópolis – cerca de 400 mil moradores – vai dobrar nos próximos 25 anos. Se nada for feito, serão 800 mil habitantes, disputando um espaço cada vez mais acanhado e serviços deficitários com mais de 400 mil turistas, que para cá acorrerão nas temporadas de sol e mar – uma antecipada visão do caos que nos espera e da definitiva derrocada da qualidade de vida e do poder de sedução que, apesar de tudo, a cidade ainda consegue manter.

O levantamento do ICom também dá conta de que a frota de veículos em circulação na Capital cresceu em um percentual três vezes maior que a população entre 2004 e 2008, período em que o número de carros aumentou 22% e o de motos, 52%. Hoje, a cidade tem um automóvel para cada 2,3 habitantes.

O crescimento explosivo da frota de veículos particulares não contribui apenas para paralisar o trânsito nas cidades. Acelera a poluição atmosférica pela emissão de CO2, veneno que resulta em mais gente doente, mais internações hospitalares, remédios, mortes prematuras e menos produtividade no trabalho. Tem mais: o Ministério da Saúde calculou que, em 2006, o impacto econômico causado pelos acidentes de trânsito no sistema de saúde foi de R$ 24,6 bilhões.

São os trágicos efeitos colaterais do transporte individual que hoje dá as cartas. Há que buscar alternativas modernas, eficientes, seguras e econômicas de transporte de massas nos cenários urbanos. Florianópolis, cujo trânsito anda devagar quase parando, parece estar a caminho de um último e definitivo engarrafamento.

(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2652579.xml&template=3898.dwt&edition=13119&section=130)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Li "O Futuro da Humanidade" do Cury. Gostei meeeesmo!

Guru de Marina, Cury diz que vai contribuir com programa de governo do PV

CÁTIA SEABRA
PAULO SAMPAIO
da Folha de S.Paulo

"Cada ser humano é único no teatro da existência". A asserção é do psicanalista Augusto Cury, 50, conselheiro da potencial candidata a presidente pelo Partido Verde, Marina Silva (AC).

Há seis anos, Marina é leitora fiel de seus livros. Recentemente, deu provas da admiração reforçando o convite para que ele se filiasse ao PV.

Cury --20 livros publicados e 10 milhões vendidos-- aceitou, apesar dos apelos de sua caçula. "Vertendo em lágrimas, ela pediu: "Não vai, não, papai"." Ao que ele respondeu: "Tô pensando no futuro dos seus filhos e netos."

Cury nega rumores de que quer ser deputado. Admite, porém, a intenção de ajudar a fazer o programa de governo, especialmente na educação.

Ele defende que todo ensino médio seja profissionalizante; que a universidade à distância chegue às cidades com mais de 10 mil habitantes, e que a disposição das cadeiras nas classe seja em "u".

"Os professores devem ser bem treinados, para que o teatro da sala de aula não seja apenas um monólogo, mas que todos sejam coadjuvantes no processo do conhecimento", formula.

Túmulo

Ao justificar sua estreia na cena política, Cury usa um texto recorrente. "Em breve encenaremos o último ato de nossa exitência no pequeno palco de um túmulo."

Para ele, tudo é teatro. Em uma palestra televisionada para 260 cidades, na sexta-feira, usou mãos, olhos e voz ao proferir máximas como: "nosso eu tem de ser muito bem formado para atuar na grande peça social"; "é preciso desenvolver a arte de pensar" e "o inconsciente é um imenso bastidor".

Centro da floresta

Dono de uma reserva de 180 mil m em São Paulo, ele mora com a mulher e três filhas no "centro de uma floresta", segundo sua definição.

A casa fica em uma área desmatada de 2 mil m. Perguntado se pratica o ambientalismo, diz: "Sou apaixonado pela natureza. Desde cedo, ensinei minhas filhas a contemplar o belo. A fazerem das pequenas coisas um espetáculo aos olhos. Quando uma flor abria, levava-as a perceber sua anatomia, suas cores."

Ao responder se temia desgaste na imagem ao entrar na política, disse em tom tonitruante: "Quem vence sem risco triunfa sem glória!".

(de )

terça-feira, 28 de julho de 2009

Proibido amar?

Absurdo! Esta deu na FolhaOnLine:

Asilo proíbe casal de idosos de manter romance na Bolívia

MERY VACA
da BBC Mundo, em La Paz (Bolívia)

Um casal de idosos foi proibido de manter seu relacionamento em um asilo de La Paz, na Bolívia. Irma Rodríguez, 73, e Jorge Carrillo, 63, se conheceram na cantina da residência de San Ramón, onde viviam em alas separadas e só se viam na hora de comer. Uma vez por mês, eles saíam para buscar o pagamento da aposentadoria e aproveitavam para almoçar ou tomar um sorvete juntos.

Depois de dois anos e meio de namoro, uma funcionária do asilo os surpreendeu se beijando e a administração impôs que eles não se falassem mais.

Em maio passado, após uma série de incidentes envolvendo agressões verbais entre o casal e os funcionários, Jorge e Irma decidiram sair do asilo, e foram obrigados a assinar uma declaração de que não voltariam a procurar o local.

Sem dinheiro

"Como Romeu e Julieta, não pensamos nas consequências", disse Irma à BBC.
Uma vez fora da residência, o casal passou de alojamento a alojamento em La Paz tentando encontrar um endereço fixo, com as poucas economias que tinham.

Jorge e Irma tentaram ainda se instalar em Cochabamba, sem sucesso. "O coitadinho não tinha dinheiro nem para comprar os comprimidos que toma para sua úlcera, mas mesmo assim o amo", disse Irma.

"Me sinto como uma adolescente desde que o conheci."

Separados

Vendendo todos os seus pertences, eles voltaram à capital boliviana e procuraram uma rádio local para contar sua história.

Irma conseguiu um lugar em um asilo feminino, e Jorge voltou a viver com a família.

Uma prima de Jorge disse à BBC que ele foi recriminado por seus familiares por ter se envolvido no romance.
Como os dois tiveram de se desfazer de seus celulares por causa de dinheiro, eles ainda não haviam se reencontrado quando Irma foi entrevistada pela BBC.

"Não quero ter que deixá-lo, porque eu morreria. Nem ele quer me deixar. Eu o amo. Não sei mais o que fazer. Ele é o único ser humano que me ama", contou ela.

A diretora do Serviço de Gestão Social de La Paz, Miriam Cope, disse à BBC que já pediu uma investigação sobre o ocorrido no primeiro asilo em que o casal viveu.

Segundo ela, a nova residência de Irma também está tentando encontrar uma maneira para que ela e Jorge finalmente morem juntos.

(http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u601391.shtml)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Hamas ordena advogadas a usar lenços na cabeça em tribunal

Da mesma forma, a obrigatoriedade do uso de detrminadas vestimentas nos foruns e nos tribunais aqui no Brasil, não é absurda?

Hamas ordena advogadas a usar lenços na cabeça em tribunal

REUTERS

GAZA - O chefe de Justiça do Hamas na Faixa de Gaza ordenou a advogadas que usem lenços na cabeça no tribunal.

A medida recebeu críticas dos grupos de direitos humanos no território controlado pelo grupo islâmico.

Hamdi Shaqoura, do Centro Palestino para os Direitos Humanos, disse nesta segunda-feira que o decreto de Abdel-Raouf al-Halabi "viola as liberdades individuais" e aumenta o temor de que o Hamas pretenda impor leis religiosas islâmicas.

O Hamas, que tomou o controle da Faixa de Gaza da facção Fatah, do presidente palestino Mahmoud Abbas, em confronto em 2007, negou tais alegações.

Halabi ordenou a todos os advogados a vestir-se de preto nas cortes de Gaza e as mulheres a usar lenços que cubram seus cabelos.

Muitos grupos de direitos humanos no território questionaram por meio de comunicados a lei, que entrará em vigência em 1o de setembro, uma violação das liberdades públicas e individuais.

O Sindicato dos Advogados Palestinos, que representa os advogados na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, pediu que a decisão fosse revertida.

(Por Nidal al-Mughrabi)
( de http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,hamas-ordena-advogadas-a-usar-lencos-na-cabeca-em-tribunal,408998,0.htm)


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Imposto sobre a maconha aprovado na Califórnia.

É isso aí! Não que eu seja usuário, mas acho que tem que acabar com o preconceito! Ou então criminalizem o álcool e o fumo para ver o que acontece!

Cidade da Califórnia aprova imposto sobre maconha

da Associated Press, em Oakland (Califórnia)

Os moradores de Oakland, no Estado americano da Califórnia, votaram nesta terça-feira a favor de uma taxa inédita sobre maconha medicinal vendida em quatro lojas na cidade. Os resultados preliminares da votação indica que a medida foi aprovada com 80% dos votos, segundo órgão local eleitoral.

A taxa foi uma das quatro medidas votadas por e-mail em um pleito especial com objetivo de arrecadar dinheiro para os cofres da cidade. As quatro medidas foram aprovadas, mas o imposto sobre a maconha teve o maior índice de aprovação.

Programada para o próximo ano, a medida cria uma taxa especial de comércio da maconha --que passará de US$ 1,20 para cada US$ 1.000 vendidos para US$ 18.

As autoridades de Oakland estimam que a medida vai gerar uma renda anual de US$ 294 mil para a cidade.

Os donos dos clubes de maconha da cidade, que vendem legalmente o produto graças a uma medida aprovada por referendo em 1996 que legalizou seu uso no Estado, afirmam que a medida vai ajudar a legitimar seus estabelecimentos.

fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u598665.shtml

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Descriminalizem!

Ou criminalizem o álcool!

10/07/2009 - 08h27

Comercial que defende taxação de maconha causa polêmica nos EUA

da BBC

Um anúncio encomendado por uma organização que defende a legalização e taxação da maconha está causando polêmica nos Estados Unidos.

O comercial, protagonizado por uma usuária de meia-idade, defende a solução da taxação de impostos sobre maconha como forma de ajudar a combalida economia do Estado da Califórnia.

Algumas das principais emissoras do país aceitaram veicular o comercial, outras recusaram.

Marijuana Policy Project
Mulher aparece em comercial que defende taxação de maconha e causa polêmica
Mulher aparece em comercial que defende taxação de maconha e causa polêmica

No anúncio, a funcionária pública Nadene Herndon, 58, que vive em Fair Oaks, na Califórnia, afirma que as autoridades locais "estão ignorando milhões de californianos que querem pagar impostos".

"Somos usuários de maconha. Em vez de sermos tratados como criminosos por consumir uma substância mais segura do que o álcool, nós queremos pagar nossa quantia justa", afirma Herndon.

Produzida pelo grupo Marijuana Policy Project (MPP), a propaganda tem 30 segundos e começou a ser transmitida na quarta-feira.

O objetivo da campanha é reforçar o lobby pela aprovação de um projeto-lei apresentado em fevereiro por um deputado estadual da Califórnia, que prevê a legalização da maconha e cobra impostos sobre sua venda, em uma tentativa de ajudar a reduzir o alto déficit do Estado americano.

O projeto do representante democrata de San Francisco, Tom Ammiano, legalizaria o cultivo, a posse e a venda de maconha para maiores de 21 anos. A utilização medicinal da maconha já é legal na Califórnia, mas a nova legislação iria além disto, permitindo o uso da substância para consumidores comuns.

Cultivadores da erva e atacadistas pagariam uma taxa inicial de franquia de US$ 5.000, além de um imposto anual de US$ 2.500. Já os revendedores pagariam US$ 50 por cada onça (28 gramas) do produto.

De acordo com o MPP, estimativas baseadas em estatísticas do governo federal indicam que a erva é o produto agrícola mais rentável da Califórnia, gerando rendimentos de cerca de US$ 14 bilhões em 2006, praticamente o dobro do valor dos produtos que estão em segundo e terceiro lugar na lista (verduras e uvas, respectivamente).

Crise

Durante o comercial, Herndon ainda ressalta os planos de cortes de gastos em escolas, serviços policiais e parques estaduais por conta da crise no orçamento do Estado da Califórnia.

Em fevereiro, o governador, Arnold Schwarzenegger, aprovou um orçamento de US$ 130 bilhões que elevou os impostos sobre rendimentos e fez cortes profundos nos gastos.

Desde a crise global econômica, vários Estados americanos enfrentam déficits históricos provocados por queda na arrecadação de impostos de imóveis e pelo aumento de gastos com seguro-desemprego e assistência médica.

"Os 2 milhões de californianos que usam maconha devem ser ouvidos --e suas contribuições em impostos devem ajudar a solucionar a emergência fiscal que ameaça nossas escolas, polícia e parques", afirmou Aaron Smith, diretor do MPP.

A propaganda encerra com a usuária afirmando que o dinheiro de impostos arrecadados com a indústria da maconha na Califórnia poderia pagar o salário de 20 mil professores.

"Já não é tempo?", questiona.

Resistência

O comercial começou a ser exibido em seis emissoras de televisão norte-americanas nesta semana.
Entre os canais que concordaram em transmitir o anúncio estão a CNN, CNN Headline News, MSNBC, CNBC, CBS e KLON.

Algumas emissoras, no entanto, se recusaram a exibir o comercial pago em sua grade de programação.

De acordo com a diretoria do MPP, algumas delas afirmaram que os padrões da emissora rejeitaram o comercial, enquanto outras disseram que não "se sentiam confortáveis" em exibir o anúncio.

"Estamos surpresos. Esse é um debate que o governador da Califórnia já disse que o Estado precisa ter", afirmou Bruce Mirken, diretor de comunicações do MPP.



(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u593229.shtml)

Abram suas mentes!

Sou um dinossauro, mas não estou ultrapassado... Muito pelo contrario: sou um utopista - todos tem direito à cultura, à diversão... Comida e habitação, nem se fala!

10/07/2009 - 08h15

Estudo aponta que troca de arquivos na web impulsiona economia


DANIELA ARRAIS
da Folha de S.Paulo

Ouvir, baixar e comprar música na internet é um hábito cada vez mais comum. Difícil é chegar a um modelo de negócios que agrade a artistas, produtores, gravadoras e, claro, internautas que nem sempre querem pagar pelo conteúdo.

Ao contrário das alegações da indústria do entretenimento, a troca de arquivos digitais causa menos prejuízo do que se pensa --a afirmação é de um estudo publicado pela Harvard Business School.

Jacques Brinon/AP
Troca de arquivos digitais causa menos prejuízo do que se pensa, segundo estudo
Troca de arquivos digitais causa menos prejuízo do que se pensa, segundo estudo

Conduzida pelos economistas Felix Oberholzer-Gee e Koleman Strumpf, a pesquisa aponta que, apesar de a venda de discos ter caído desde 2000, o número de álbuns criados mais que dobrou -em 2000, foram lançados 35,5 mil títulos, enquanto, em 2007, o número chegou a 79,6 mil, incluindo 25,1 mil álbuns digitais.

O estudo também aponta que a troca de arquivos protegidos por direitos autorais não tem efeitos econômicos drásticos. "Não vemos evidência alguma de que o compartilhamento de arquivos desencorajou a produção artística. (...) A tecnologia digital diminuiu os custos de produção de filmes e músicas e permitiu que os artistas alcançassem seu público de novas maneiras", diz o texto.

O download não representaria, portanto, uma venda perdida -remixes e mashups (músicas misturadas) podem até incentivar a venda de canções originais. Além disso, aumentou a demanda por shows.

Na conclusão, os pesquisadores apontam que o maior acesso do público às músicas e uma proteção mais fraca dos direitos autorais, aparentemente, beneficiaram a sociedade.

Para Ronaldo Lemos, professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e diretor do Creative Commons no Brasil, o consumidor de hoje quer preço baixo, catálogo ilimitado e portabilidade. "Uma vez que esses três itens sejam oferecidos, a indústria finalmente terá condições de competir com a pirataria, pois terá migrado do modelo de mercadoria para o de serviço, que é o que faz sentido econômico desde 2001 [quando o Napster foi fechado]", diz.

Números

Ao longo dos últimos cinco anos, a venda de música on-line e por dispositivos móveis passou de zero a US$ 2,9 bilhões --representando 15% das vendas da indústria fonográfica, aponta o Digital Music Report de 2008, divulgado pela IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica, na tradução do inglês).

"O negócio fonográfico no Brasil e no mundo passa por um período de transição e reinvenção", afirma Paulo Rosa, presidente da ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos).

Em relatório sobre o desempenho em 2008, a ABPD apontou que o mercado de música digital, que engloba internet e telefonia móvel, cresceu 79,1%, em comparação a 2007.

As companhias que reportam estatísticas para a ABPD faturaram R$ 45,3 milhões nesse segmento -sendo R$ 9,68 milhões (22%) representados por receitas vindas da internet e R$ 33,82 milhões (78%) por vendas de música digital via telefone.



(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u592550.shtml)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Drogas: descriminalizem-nas!

Deu na Folha de São Paulo (fonte: BBC). Corrobora o que muita gente pensa, inclusive eu...

Portugal faz balanço positivo de lei que descriminaliza drogas

da BBC

Em uma barraca improvisada no bairro do Fim do Mundo, perto de Lisboa, Maria usa heroína cercada de seringas descartáveis abandonadas e manchas de sangue.

Portugal é um dos poucos países do mundo em que ela não corre risco de ser presa por isso, já que o uso e o porte de drogas é legal. Pelo contrário, no bairro do Fim do Mundo organizações de saúde e sociais ainda fornecem materiais limpos para o consumo das drogas.

Há exatos oito anos, quando a lei que descriminalizou as drogas foi aprovada no país, muitos disseram que Portugal se transformaria em um centro para viciados da Europa.

No entanto, estatísticas do governo português indicam que o consumo de drogas, em vez de aumentar, caiu 10%. Ainda assim, a heroína continua a ser um problema grave em Portugal, onde o consumo da droga está entre os maiores da Europa.

Mas hoje, em vez de prender os usuários de drogas, o governo os encaminha para comissões que tentam convencer o indivíduo a abandonar o uso ou, no caso de viciados, iniciar um tratamento. O que não mudou foram as leis para tráfico, que continua sendo um delito grave.

O governo português manifesta orgulho por sua política para as drogas. O primeiro-ministro José Sócrates destaca seu desempenho pessoal na introdução da lei, e diz que os resultados são conclusivos e que a filosofia é popular.

Resultados positivos

De acordo com o repórter da BBC Mark Easton, cada vez mais pessoas iniciam tratamentos para abandonar o vício no país. Outro indicador de que a guinada política está dando resultados positivos é a queda no uso de drogas entre jovens desde a aprovação da lei, em 2001.

Mesmo que alguns contestem a metodologia usada para chegar a essa conclusão, segundo Easton, não há qualquer indício de que o consumo tenha crescido desde a descriminação.

Easton afirma ainda que as previsões pessimistas de que Portugal se transformaria em um paraíso de "sol, praias e drogas liberadas", como previu um político, não se confirmaram.

Brendan Hughes, representante do Observatório Europeu de Drogas, com sede em Lisboa, afirma que não se pode saber qual a influência direta da lei nos números.

"Não sabemos o que é que faz as pessoas pararem de consumir drogas", diz Hughes. "O que sabemos é que não houve uma explosão no consumo. O senso comum pode dizer uma coisa, mas todas as estatísticas afirmam o contrário."

Menos mortes

A conclusão é confirmada por um relatório do centro de estudos americano Cato. O grupo afirma que "não se cumpriu qualquer dos horrores que os opositores da descriminalização em todo o mundo costumam invocar".

"Em muitos casos, aconteceu exatamente o contrário, já que o consumo caiu em algumas categorias chave e as doenças relacionadas ao consumo de drogas estão muito mais contidas", diz o relatório.

A impressão foi confirmada à BBC por Paula Vale de Andrade, integrante de uma das equipes sociais que prestam assistência aos viciados.

Segundo ela, o número de infectados pelo vírus HIV e de mortes provocadas pelo consumo de drogas caiu drasticamente.

"Quando se drogar era um crime, muitos tinham medo de se aproximar de nossas equipes, mas desde a descriminação, eles sabem que a polícia não vai se meter e vêm até nós. Esse foi um grande avanço", afirmou Andrade.

Mas nem todos aplaudem a iniciativa. Nas ruas de Lisboa, alguns relativizam os resultados e questionam as estatísticas e a mudança de tratamento dos usuários, que passaram de criminosos a vítimas.

Outros criticam o fato de um terço dos consumidores não se apresentarem às comissões. Até mesmo um viciado em heroína entrevistado pelo BBC disse estar cético diante da medida: "Se não é crime, vão continuar consumindo até morrer".

Atualmente, a posse de pequenas quantidades de drogas não é considerada crime em dez países europeus.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u590331.shtml)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Tributação imposta aos pobres é injusta.

Olha aí, senhor presidente Lula. Isto precisa ser alterado!

Tributação aos pobres é injusta

O estudo divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), denominado Receita Pública: Quem Paga e Como se Gasta no Brasil, deixa claro, em números, que os mais pobres são penalizados tanto no pagamento de impostos quanto no retorno destes tributos em serviços e assistência.

Em média, o brasileiro trabalhou 132 dias, no ano passado, para pagar impostos, mas os que recebem até dois salários mínimos (R$ 900) trabalharam 197 dias, enquanto os mais ricos, com 30 mínimos, dedicaram 106 dias.

Mas o retorno dessas cifras em serviços públicos é mais preocupante. Dos 132 dias médios trabalhados ao fisco, 24 foram para pagar os custos da Previdência Social, 7,7 dias a aposentadorias públicas e 20,5 dias para os juros da dívida pública. A saúde recebeu apenas 13 dias, e a educação, 15,7.

Os pobres são penalizados com elevados impostos indiretos sobre os alimentos, vestuário e serviços como telefonia, energia e transporte. A tributação do país, a exemplo do Primeiro Mundo, deveria ser mais direta, com alíquotas maiores a quem ganha mais. O país também deveria tributar mais as fortunas.

(fonte: Diário Catarinense de 01/07/2009 - http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2564331.xml&template=3916.dwt&edition=12625&section=1328)


segunda-feira, 29 de junho de 2009

A maconha e seus efeitos medicinais

Quem escreveu isto é uma pessoa séria. Assim como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso... E eu.

Descriminalizem a maconha

Estou ao telefone aprendendo uma receita de manteiga de haxixe. Não com um traficante, mas com Lester Grinspoon, professor emérito de Psiquiatria da Escola de Medicina de Harvard. E não é para uma festa, mas para meu filho de 9 anos, que sofre de autismo, ansiedade e problemas digestivos, que são aliviados pelas propriedades analgésicas e psicoativas da maconha. Não lhe daria se não achasse seguro.

Descobri a maconha quando procurava uma alternativa mais segura aos fortes remédios antipsicóticos, como o Risperdal, habitualmente receitados para crianças com autismo e outros distúrbios de comportamento. Há poucos estudos sobre os efeitos desses medicamentos, a longo prazo, no cérebro de uma criança em crescimento, em especial sobre o autismo, distúrbio cujos mecanismos bioquímicos são pouco compreendidos. Mas existe farta documentação sobre riscos, o que levou a Food and Drug Administration (FDA) a exigir nas embalagens o alerta máximo, a "tarja preta", informando possíveis efeitos colaterais, que incluem tremores permanentes como os do mal de Parkinson, distúrbios metabólicos e morte. Um painel de especialistas federais em remédios, em 2008, insistiu que os médicos sejam cautelosos ao receitar esses remédios a crianças, mais suscetíveis aos efeitos colaterais.

Moramos em Rhode Island, um dos mais de 12 Estados - incluindo a Califórnia - que têm leis para uso medicinal da maconha. Isso nos permite dá-la a nosso filho, para uso médico, legalmente. Mas nos limita seu uso. Não podemos levá-la de avião numa visita à avó em Minnesota.

Embora não violemos a lei, pergunto-me o que os vizinhos pensariam se soubessem que damos a nosso filho o que a maioria das pessoas encara como droga "recreativa" ilegal. A maconha sempre carregou o estigma do perigo ilícito - A Porta da Loucura e cartéis estrangeiros do tráfico. Mas em 1988, após dois anos de audiências, o juiz Francis L. Young, da Drug Enforcement Administration (DEA), considerou-a "uma das substâncias terapêuticas mais seguras entre as conhecidas pelo homem. (...) Em termos estritamente medicinais, a maconha é muito mais segura que muitos alimentos que comumente consumimos".

Além de ajudar pessoas como meu filho, são muitas as razões para legalizar a maconha em nível federal. Depoimentos de pacientes atestam suas propriedades analgésicas. E os benefícios no combate ao enjoo da quimioterapia e à debilitação decorrente estão bem documentados. Estudos futuros podem descobrir empregos medicinais ainda mais importantes.

Incluir a maconha na guerra às drogas mostrou-se temerário - e caro. Ao manter a maconha ilegal e os preços altos, o dinheiro da droga ilícita dos EUA sustenta os traficantes assassinos no México e em outros países. Na verdade, depois de perceber como a proximidade dos cultivadores de maconha afetava a pequena vila mexicana de Alamos, onde meu marido passou boa parte da infância, sempre fui inflexível em nunca entrar nessa economia da violência.

Como em Rhode Island não há postos fornecedores, como na Califórnia, o paciente precisa pedir uma licença para uso medicinal de maconha e então achar um jeito de obtê-la. Tivemos de improvisar até finalmente contatarmos um horticultor local graduado que concordou em fornecer maconha orgânica a nosso filho. Mas, em razão do degradado submundo do comércio de drogas ilegais, somado ao colapso econômico atual, até nosso plantador precisa ficar atento para não se expor a furtos.

Legalizar a maconha não só elimina o incentivo a essa economia subterrânea, como permite a regularização e tributação do produto, tal como o cigarro e o álcool. Potencial para abusos existe, como com qualquer substância, mas estudos toxicológicos não foram sequer capazes de estabelecer uma dosagem letal nos níveis típicos de consumo. De fato, em 1988, Young ainda disse: "Estima-se que um fumante teoricamente teria de consumir cerca de 680 kg de maconha em quase 15 minutos para induzir uma reação letal." E a maconha nem provoca dependência física, diferente do cafezinho do Starbucks, como pode atestar quem já sofreu de dores de cabeça por abstinência de café.

Apesar de demonizada por anos, não faz tanto tempo que a maconha é ilegal nos EUA. Ela foi criminalizada no nível federal em 1937, pelos esforços de um só homem, Harry Anslinger, comissário do recém-formado Birô de Narcóticos, e por meio de histórias sensacionalistas de assassinatos e violência supostamente cometidos sob o efeito da Canabis. A planta continuou relacionada na farmacopeia dos EUA até 1941 como droga nativa útil para tratar dores de cabeça e de dente, depressão e cólicas menstruais, e as empresas farmacêuticas trabalhavam para desenvolver variedades mais fortes.

Em 1938, um cético Fiorello Laguardia, prefeito de Nova York, nomeou um comitê para fazer o primeiro estudo em profundidade dos verdadeiros efeitos da maconha. Ele concluiu que, apesar das acaloradas alegações do governo, a maconha não causa insanidade nem age como porta de entrada de outras drogas. Tampouco encontrou razões científicas para sua criminalização. Em 1972, a comissão Shafer, do governo Nixon, concluiu que a Canabis devia ser legalizada de novo.

Ambas as recomendações foram ignoradas e desde então bilhões de dólares foram gastos para sustentar a proibição. O analista de políticas públicas Jon Gettman, autor do relatório Receitas perdidas e outros custos das leis antimaconha, de 2007, estimou o custo anual da repressão à maconha em US$ 10,7 bilhões.

Fiquei animada ao ouvir o recente apelo do governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, para que os EUA observem as experiências de outros países com a legalização da maconha e abram um debate. E, dadas as reais ameaças à segurança do país, foi prudente o anúncio do procurador-geral Eric H. Holder Jr. de que o governo federal não faria mais batidas contra fornecedores legais de maconha medicinal. A descriminalização é o próximo passo nessa lógica.

Marie Myung-Ok Lee, professora da Universidade Brown, trabalha num livro sobre imperícia médica

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Riquezas

Manutenção de privilégios. Os recursos naturais geram as riquezas. A Terra é nossa mãe. A quem pertencem os recursos naturais? À humanidade! Todos têm direito a comer, se vestir morar...

Ajuda a bancos em um ano supera a para países pobres em 50, diz relatório

da BBC Brasil

A indústria financeira internacional recebeu no último ano quase dez vezes mais dinheiro público em ajuda do que todos os países pobres em meio século, segundo aponta um relatório divulgado nesta quarta-feira pela Campanha da ONU pelas Metas do Milênio.

Segundo a organização, que promove o cumprimento das metas das Nações Unidas para o combate à pobreza no mundo, os países em desenvolvimento receberam em 49 anos o equivalente a US$ 2 bilhões em doações de países ricos.

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Apenas no último ano, os bancos e outras instituições financeiras ameaçadas pela crise global receberam US$ 18 bilhões em ajuda pública.

A divulgação do relatório coincide com o início de uma conferência entre países ricos e pobres na sede da ONU, em Nova York, para discutir o impacto da pior crise econômica mundial desde os anos 1930.

O encontro, que acontece até o dia 26, tem como principal objetivo "identificar as respostas de emergência para mitigar o impacto da crise a longo prazo", segundo a convocação das Nações Unidas.

Um dos principais desafios da reunião será conseguir um compromisso que permita unir países industrializados e em desenvolvimento para definir uma nova estrutura financeira mundial, prestando atenção especial às populações mais vulneráveis.

Vontade política

O relatório da Campanha pelas Metas do Milênio argumenta que a destinação de dinheiro ao desenvolvimento dos países mais pobres não é uma questão de falta de recursos, mas sim de vontade política.

"Sempre digo que se você fizer uma promessa e não cumprir, é quase um pecado, mas se fizer uma promessa a pessoas pobres e não cumprir, então é praticamente um crime", disse à BBC o diretor da Campanha pelas Metas do Milênio, Salil Shetty.

"O que é ainda mais paradoxal é que esses compromissos (firmados pelos países ricos para ajudar os pobres) são voluntários. Ninguém os obriga a firmá-los, mas logo eles são renegados", lamentou.

"O que pedimos de verdade é que nas próximas reuniões, na ONU nesta semana, e na cúpula do G-8 (em julho), os países ricos apresentem uma agenda clara para cumprir com as promessas que fizeram", disse Shetty.

O relatório da organização observa ainda que a crise mundial piorará a situação dos países mais pobres. Na última semana, a FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação) afirmou que a crise deixará 1 bilhão de pessoas em todo o mundo passando fome.

Para Shetty, é importante que os países pobres também participem de qualquer discussão sobre a crise financeira global.

"Hoje eles não têm nenhuma voz nas principais instituições financeiras. Enquanto não participarem da tomada de decisões, as coisas nunca vão mudar", afirmou.


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u585625.shtml)