terça-feira, 15 de setembro de 2009

Políticos estúpidos!

Só sabem construir viadutos! E os fazem mal-feitos!

Leiam abaixo este editorial:

DC - 14 de setembro de 2009 | N° 8561

EDITORIAIS

Devagar quase parando

Um estudo elaborado pela Fundação Getúlio Vargas calcula que a cidade de São Paulo perde R$ 26,8 bilhões por ano se o tempo que, hoje, os paulistanos desperdiçam no trânsito fosse investido no trabalho. Na capital paulista são comuns engarrafamento de mais de cem quilômetros. As estimativas indicam que os habitantes da metrópole e seu entorno desperdiçam entre duas e três horas diárias paralisados no trânsito. Em um mês, dois dias são perdidos dentro de um carro ou de um ônibus paralisados no meio do nada. Embora não ocorra na mesma proporção, o problema afeta, prejudica a atividade produtiva e degrada a qualidade de vida em todas as capitais e em quase todos os demais aglomerados urbanos de maior porte do país. Até mesmo em Brasília, a cidade projetada como modelo para jamais enfrentar problemas de trânsito, há quem perca, também, mais de duas horas para chegar ao trabalho, como ocorre com os moradores de Taguatinga, que fica a apenas 30 quilômetros do Plano Piloto.

Situações como essas oferecem a definitiva prova do esgotamento do padrão de transporte individual adotado no Brasil em detrimento do transporte coletivo de qualidade e de alternativas inovadoras de deslocamento nos cenários urbanos. Florianópolis enquadra-se à perfeição neste caso. Também a capital dos catarinenses, que conta hoje com cerca de 400 mil habitantes, sofre com intensidade a síndrome da paralisia do trânsito, e ocupa lugar de ponta no ranking das cidades com pior mobilidade. O estudo intitulado Sinais Vitais, elaborado pelo Instituto Comunitário Grande Florianópolis (ICom), com base em dados coletados este ano em organismos como o Ipuf, Santur, IBGE, Detran e prefeitura, sinaliza que a população atual de Florianópolis – cerca de 400 mil moradores – vai dobrar nos próximos 25 anos. Se nada for feito, serão 800 mil habitantes, disputando um espaço cada vez mais acanhado e serviços deficitários com mais de 400 mil turistas, que para cá acorrerão nas temporadas de sol e mar – uma antecipada visão do caos que nos espera e da definitiva derrocada da qualidade de vida e do poder de sedução que, apesar de tudo, a cidade ainda consegue manter.

O levantamento do ICom também dá conta de que a frota de veículos em circulação na Capital cresceu em um percentual três vezes maior que a população entre 2004 e 2008, período em que o número de carros aumentou 22% e o de motos, 52%. Hoje, a cidade tem um automóvel para cada 2,3 habitantes.

O crescimento explosivo da frota de veículos particulares não contribui apenas para paralisar o trânsito nas cidades. Acelera a poluição atmosférica pela emissão de CO2, veneno que resulta em mais gente doente, mais internações hospitalares, remédios, mortes prematuras e menos produtividade no trabalho. Tem mais: o Ministério da Saúde calculou que, em 2006, o impacto econômico causado pelos acidentes de trânsito no sistema de saúde foi de R$ 24,6 bilhões.

São os trágicos efeitos colaterais do transporte individual que hoje dá as cartas. Há que buscar alternativas modernas, eficientes, seguras e econômicas de transporte de massas nos cenários urbanos. Florianópolis, cujo trânsito anda devagar quase parando, parece estar a caminho de um último e definitivo engarrafamento.

(de http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2652579.xml&template=3898.dwt&edition=13119&section=130)

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