sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Você seria capaz de torturar alguém?

Lembro-me do caso do judeu que ia encontrar cara a cara num tribunal o carrasco nazista que o tinha torturado. Ao encontra-lo, desmaiou. Perguntaram-lhe porque tinha desmaiado, se por medo ou porque... Ao que ele respondeu: - "Desmaiei quando me dei conta de que seria capaz de fazer a ele tudo o que ele me fez...

Esta é a minha, a tua, a natureza humana...

Pessoas 'ainda estão dispostas a torturar', diz estudo

Pesquisa repete polêmica experiência dos anos 60 e vê mesma reação de voluntários.

- Mais de 40 anos depois de uma polêmica experiência sobre tortura realizada nos Estados Unidos, cientistas descobriram que voluntários ainda estariam dispostos a praticar o ato se recebessem uma ordem.

Pesquisadores da Universidade de Santa Clara, no Estado da Califórnia, repetiram o famoso "Teste Milgram", que em 1963 concluiu que 70% dos voluntários se mostraram dispostos a aumentar a voltagem de choques elétricos dados a outras pessoas.

Na ocasião, o professor Stanley Milgram, da Universidade de Yale, recrutou voluntários dizendo que ajudariam a realizar uma experiência médica, sem saber que na verdade eles seriam o objeto do estudo.

Eles também não sabiam que estavam aplicando choques falsos a atores. Mesmo depois de ouvirem os "gritos" de dor, a maioria dos voluntários se mostrou disposta a aumentar a voltagem dos choques - alguns chegaram a continuar aplicando os choques mesmo quando não havia mais resposta do ator.

'Pressão'

O estudo atual, divulgado na revista da Associação Americana de Psicologia, utilizou o mesmo formato. A maioria dos voluntários se mostrou disposta a realizar os choques, mesmo sabendo que iriam provocar dor em outro ser humano.

Segundo Jerry Burger, chefe da nova experiência, não há necessariamente "algo errado" com os voluntários. "Quando estão sob forte pressão, as pessoas fazem coisas desconcertantes".

Para o cientista, o experimento serve para explicar em parte por que, em tempos de guerra, pessoas comuns acabam cometendo atrocidades.

O "Teste Milgram" também foi recentemente replicado na Grã-Bretanha para um documentário da BBC, e os resultados também foram semelhantes.

"Não devemos concluir que esses voluntários não são mais boas pessoas - há uma enorme influência social também", explicou a psicóloga Abigail San, que coordenou a experiência.

Ela lembra que foi dito aos voluntários que os choques aplicados à outras pessoas faziam parte de uma complicada tarefa de uma pesquisa científica.

"Eles tendem a se identificar enormemente com a 'pesquisa' e deixam de prestar atenção nas súplicas dos 'torturados'", disse San. "Eles não se lembram de se perguntar qual sua posição moral diante de tudo isso." BBC Brasil
(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid296510,0.htm)

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

A ajuda para os pobres e a ajuda para os ricos...

Vejam o contraste:

1. Governo e democratas fecham acordo sobre resgate a montadoras nos EUA
da Folha Online

Negociadores da Casa Branca e congressistas democratas chegaram a um acordo na noite desta terça-feira (9) para aprovar o plano de resgate de US$ 15 bilhões para evitar quebras no setor automobilístico devido à crise financeira. Assessores do governo e do Partido Democrata declararam que ainda há alguns pontos em aberto, mas não definiram quais seriam os impasses.

Os pontos principais do plano de resgate foram aceitos e os políticos esperam votá-lo ainda nesta quarta-feira. Com isso, as fabricantes General Motors e Chrysler devem receber em poucos dias empréstimos do governo em troca da participação nas empresas. A Ford informou dispor ainda de dinheiro em caixa; a empresa pediu uma linha de crédito de US$ 9 bilhões como garantia em caso de piora do quadro em que a economia se encontra.

Os congressistas e a Casa Branca liberaram somente parte dos US$ 34 bilhões pedidos pelas companhias para reestruturação.

Entre os principais pontos que ainda faltam ser definidos estão a criação de uma autoridade responsável por controlar os fundos e acompanhar a reforma do setor e a garantia de viabilidade das empresas para o acesso aos recursos.

O senador democrata por Michigan, Carl Levin, confirmou que o Congresso visa à criação de um cargo equivalente ao de um "czar do automóvel", que teria a função de vigiar a reestruturação do setor de uma posição independente. O cargo estaria subordinado ao departamento de Comércio, deverá assegurar que "as condições de uso do dinheiro sejam respeitadas, que tenha uma autêntica vigilância e que de tudo isso sairá uma indústria mais reduzida e mais verde", disse.

Além disso, a Casa Branca e os republicanos querem que só recebam ajuda as empresas que comprovarem viabilidade a longo prazo. GM, Ford e Chrysler terão até 31 de março de 2009 para provar que conseguirão se manter em meio às quedas nas vendas do setor e à derrubada da produção.

Bronca de Obama

As montadoras se comprometeram a promover reestruturações para receber os aportes bilionários. Mesmo assim, o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, criticou duramente as administrações das empresas nesta semana.

"Devemos ter uma indústria automotiva que compreenda que não pode continuar trabalhando da mesma maneira", afirmou Obama durante uma coletiva de imprensa em Chicago. "Se os diretores atualmente em função não entenderem a emergência da situação e não quiserem fazer escolhas difíceis e se adaptar às novas circunstâncias, então deverão se afastar".

Para ele, quebrar não é uma opção. "Eu não acho que é uma opção simplesmente deixar que entre em colapso", disse. "O que nós temos que fazer é dar ao setor assistência, mas essa assistência é condicionada a significativos ajustes. Eles terão que reestruturar (o setor)."

Aprovação

Para as três fabricantes, que estão mergulhadas em uma grave crise de liquidez (dinheiro) e à beira da falência, a aprovação da ajuda gera tensão e ansiedade. Para os congressistas, que ainda precisam do apoio do Partido Republicano para aprovarem o projeto, acreditam que a medida deve entrar em votação ainda nesta quarta-feira.

Na última quinta-feira (4), os executivos das empresas apresentaram ao Congresso planos de reestruturação para suas companhias, duas semanas depois do primeiro apelo por verbas federais, que terminou em fracasso e humilhação perante os líderes do Congresso, que os mandaram embora com a missão de repensar seus planos de recuperação.

A administração Bush defende que o dinheiro para um eventual pacote destinado à indústria automobilística nacional não deve sair dos US$ 25 bilhões já aprovados pelo Congresso. Esse dinheiro, que a princípio foi liberado para ajudar os fabricantes a se adaptarem às novas exigências do mercado, depende da viabilidade das empresas, e permanece, por enquanto, inacessível.

A votação promete ser difícil, já que a maioria democrata depende dos votos dos republicanos. O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, afirmou que a proposta inicial é um fracasso porque "não dá garantias aos contribuintes, que, com razão, esperam que sejamos bons guardiões do dinheiro que ganharam com o suor de seu trabalho e que não pediremos a eles que desembolsem bilhões de dólares a mais, a curto ou longo prazo".

"Esta proposta não vai muito longe. Não exige prestação de contas nem dos diretores nem do sindicato", avaliou.

Com agências internacionais

Esta aí acima é a ajuda para os ricos... U$15,000,000,000.00

E a ajuda para o PAÍSES pobres?
Aí embaixo:

2. Banco Mundial abre linha de crédito de US$ 2 bi para países mais pobres

da France Presse, em Washington

O Banco Mundial anunciou nesta quarta-feira a abertura de uma linha de crédito de emergência e sem juros para os países mais pobres que terá valor total de US$ 2 bilhões.

"A linha de resposta de emergência à crise, da AID (Associaçao Internacional de Desenvolvimento), aprovada nesta terça-feira pelo conselho de administração do Banco Mundial, permitirá ao grupo dar financiamento rápido para programas sociais, infra-estruturas, educação e saúde", indica a instituição em um comunicado.



Fontes:
1. http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u477351.shtml
2. http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u477547.shtml

Uma voz sábia...

...num deserto...

Abertura de países árabes virá de dentro, diz libanês

SAMY ADGHIRNI
da Folha de S. Paulo

A abertura dos países árabes virá de dentro para fora e será capitaneada pela elite intelectualizada e pela sociedade civil. A previsão é do libanês Fouad Hamdan, um dos mais conhecidos militantes de direitos humanos do Oriente Médio, que qualifica a região como a menos democrática do mundo.

Declaração muda discurso mundial, mas não evita transgressões
Conheça fatos históricos marcantes para os direitos humanos
Leia mais sobre os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

"Governos autoritários só podem ser derrotados internamente. A mudança tem que vir de dentro. Se esperarmos até que tanques americanos invadam todos os países não-democráticos, só teremos mais desastres como o Iraque", disse à Folha Hamdan, fundador de uma ONG que ajuda a levantar fundos para movimentos civis nos países árabes.

O militante, que está em São Paulo como convidado do Fundo Brasil de Direitos Humanos, diz que mudanças já estão engatadas, embora ainda sejam discretas e silenciosas.

"As coisas estão evoluindo graças às pessoas que estudam no exterior e regressam aos países de origem para exercer altos cargos. Voltam com outra cabeça, e isso está mudando a região", afirma. Ele cita como exemplo os ultraconservadores países do golfo Pérsico, onde há cada vez mais mulheres no governo e nas empresas.

Hamdan também vê nas camadas populares uma crescente mobilização dos movimentos civis e afirma que os cidadãos, religiosos como laicos, se cansaram das décadas de opressão e "perderam o medo de confrontar as autoridades".

Segundo ele, os regimes sírio e egípcio, que estão entre os mais repressores, já não têm cadeias em número suficiente para prender opositores cada vez mais arrojados. Ele cita ainda os gays libaneses, que vêm afirmando abertamente sua sexualidade, apesar da proibição.

"Precisamos de centenas de "[Nelson] Mandela" (ativista sul-africano que liderou a luta pelo fim do regime segregacionista do apartheid) e pessoas dispostas a se arriscar, a ser presas e torturadas, ou até mesmo mortas', diz Hamdan.

Sem democracia

Apesar dos avanços, o libanês afirma que a situação dos direitos humanos na região ainda "é um desastre". "Não há um governo árabe democrático sequer. São todos regimes ditatoriais. Todos matam, uns mais e outros menos."

O militante diz que nem países onde há eleições livres, como Iraque e Líbano, podem ser considerados democracias por causa da violência sectária, que se sobrepõe sistematicamente aos interesses comuns.

O pior regime árabe, segundo ele, é o do Sudão, acusado por alguns governos de cometer massacres deliberados de civis na região separatista de Darfur.

Ex-jornalista e fundador da seção libanesa da ONG ambiental Greenpeace, ele atribui o atraso democrático dos árabes a dois fatores: sistemas educacionais falidos e o incessante clima de guerra.

"Os 400 anos de ocupação otomana deixaram uma região sem educação e muito pobre. Depois, houve até os anos 50 a colonização francesa e britânica, que inventou fronteiras malucas e criou Israel. Aí a guerra se instalou de vez, tornando-se desculpa para os regimes árabes imporem leis especiais e massacrar a oposição", diz Hamdan, que vê o extremismo islâmico como um agravante nesse contexto.

Segundo o libanês, a região é a única a regredir social e economicamente. "A pobreza está aumentando, assim como o analfabetismo. Metade das mulheres na região não sabe ler."

Aos céticos segundo os quais a abertura do mundo árabe poderia levar ao poder grupos como o Hamas, Hamdan manda um recado: "Se islâmicos ganham uma eleição, os deixemos governar, conforme o povo escolheu. Se fizerem coisas boas, ótimo. Se não, serão desalojados no pleito seguinte".




quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Podemos exigir que outros se comportem como queremos?

Acho que não. Vamos respeitar as diferenças.

Programa de TV muçulmano gera polêmica na Suécia

CLAUDIA VAREJÃO WALLIN
da BBC

Um novo programa da televisão estatal sueca SVT, apresentado por três jovens muçulmanas cobertas com o tradicional véu islâmico, está provocando um forte debate sobre o choque entre normas culturais diversas e a integração da população muçulmana na Suécia.

O audacioso "Halal TV" leva ao ar em horário nobre as opiniões de três jovens muçulmanas nascidas na Suécia mas de fé profundamente islâmica, vindas de famílias que emigraram de países do Oriente Médio e do Norte da África. O objetivo do programa é mostrar como as três muçulmanas vêem a Suécia e seus valores, a fim de propiciar uma maior compreensão dos suecos sobre uma parcela da crescente população muçulmana do país.

Os programas abordam temas como sexo, álcool, igualdade e padrões de beleza, com um elemento ocasional de humor. As apresentadoras são Dalia Azzam Kassem, uma estudante de Medicina de 22 anos, a higienista dentária Khadiga El Khabiry, 25, e Cherin Awad, 23.

Compreensão

Durante os programas, elas recebem convidados suecos para debater os temas abordados e entrevistam pessoas nas ruas.

As controvérsias em torno da "Halal TV" surgiram antes mesmo de o primeiro episódio da série ir ao ar, quando a autora e imigrante curda Dilsa Demirbag-Sten revelou uma entrevista gravada em que uma das apresentadoras do novo programa defendia a condenação de mulheres à morte por apedrejamento como uma punição apropriada para o adultério.

Embora a apresentadora Awad tenha se distanciado dos comentários feitos há cinco anos sobre o apedrejamento de mulheres, Demirbag-Sten questionou a decisão da SVT de permitir que a jovem liderasse um programa sobre mulheres muçulmanas na Suécia.

"Há várias maneiras de a televisão estatal usar altos padrões de jornalismo para abordar questões que afetam a população muçulmana do país, sem reduzi-la a um grupo de fanáticos religiosos que acreditam que as mulheres devem manter a virgindade até o casamento e que apóiam o apedrejamento por adultério", argumentou Demirbag-Sten em artigo publicado no jornal sueco "Svenska Dagbladet".

Em um debate na SVT sobre as controvérsias geradas pelo programa, os diretores da série salientaram que Cherin se distanciou das declarações, e defenderam a concepção do programa de apresentar o ponto de vista de jovens muçulmanas como forma de a sociedade ter maior compreensão acerca da população muçulmana no país, que aumentou significativamente desde a guerra no Iraque.

A Suécia recebeu mais imigrantes iraquianos do que o total de refugiados recebidos pelos Estados Unidos e a Europa como um todo --só no ano passado, mais de 19 mil iraquianos entraram no país.

Aperto de mão

No primeiro episódio da "Halal TV", mais uma controvérsia foi levantada: as apresentadoras se recusaram a cumprimentar um convidado do programa, o colunista de jornal Carl Hamilton, com um aperto de mão. A lei islâmica proíbe qualquer contato físico entre homens e mulheres que não sejam casados.

As apresentadoras optaram por cumprimentar Hamilton com o gesto de levar as mãos junto ao peito, deixando a mão estendida do jornalista pairando no ar. O resultado foi uma ríspida troca de palavras: "Desculpe, mas você precisa apertar minha mão", disse o jornalista. "Isto sou eu quem decide", retrucou Khadiga, perguntando a ele como um sueco que se convertesse ao Islã deveria proceder.

"Na Suécia as pessoas cumprimentam-se com um aperto de mãos. Se essa pessoa não for capaz de fazer isso, que se mude para uma caverna e se torne um eremita", respondeu Hamilton, acrescentando: "O problema não somos nós [os suecos]. O problema é que vocês vêm para a Suécia e não querem nos cumprimentar com um aperto de mãos. O problema são vocês". "Eu não vim para a Suécia. Eu nasci aqui", lembrou Khadiga.

O debate se expandiu na mídia sueca, com vários suecos manifestando sua divergência em relação à postura do jornalista.

Em sua coluna no jornal "Aftonbladet", Hamilton indagou se "querer cumprimentar muçulmanos com um aperto de mãos é racismo": "Quem deve se adaptar a quem?", indaga o jornalista. "Para as apresentadoras do programa "Halal TV', a resposta é óbvia. A maioria sueca que aperta as mãos deve se adaptar à minoria muçulmana que não faz isso."

Virgindade

No episódio mais recente do programa, o tema foi a revolução sexual. Dalia quer esperar se casar para ter relações sexuais, o que faz dela uma sueca atípica: segundo um relatório divulgado na semana passada, os suecos têm atualmente mais parceiros sexuais por ano do que a geração de 1968 teve durante uma vida inteira.

No blog do programa, Dalia escreve o seguinte: "O objetivo da revolução sexual foi nos liberar das normas autoritárias e da moral sexual. Será que a revolução atingiu seus objetivos?"

Segundo o Smittskyddinstitutet (instituto sueco de doenças infecciosas), o número de pessoas infectadas com o vírus HIV em 2007 cresceu 20% em relação a 2006. "A lista de desvantagens da revolução sexual não pára aqui. Ela é muito maior. Mas a revolução também criou vantagens. A questão é: qual o preço que estamos dispostos a pagar para continuar a lutar por liberdade?"

A direção da SVT ressalta que as opiniões expressadas no programa se referem exclusivamente às opiniões pessoais das apresentadoras, e que as três jovens muçulmanas não representam nenhum grupo em particular.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u475030.shtml)

Alguém mais entende!

É assim que eu penso! Perdoar!

Americana que perdeu parentes em ataques na Índia diz que perdoa terroristas

colaboração para a Folha Online

A americana Kia Scherr, que teve o marido e a filha assassinados nos atentados em Mumbai, na Índia, no último dia 26, disse que perdoa os terroristas. A declaração foi dada nesta quinta-feira pela rede de TV americana CNN. Nos ataques, 196 pessoas morreram e cerca de 300 foram feridos.

"Nós precisamos mandar para eles [terroristas] o nosso amor, o perdão e compaixão", afirmou Kia que citou Jesus Cristo para expressar a tristeza. "Cristo já dizia: perdoe, eles não sabem o que fazem".

Saurabh Das/AP
Mulher vende balões em frente ao hotel Taj Mahal, um dos locais atingidos nos atentados que mataram 195 pessoas em Mumbai
Mulher vende balões em frente ao hotel Taj Mahal, um dos locais atingidos nos atentados que mataram 195 pessoas em Mumbai

Nos ataques, terroristas do grupo Mujahedin de Deccan --grupo desconhecido que assumiu a autoria dos atentados-- atingiram diversos pontos de concentração de turistas ocidentais. Os hotéis Taj Mahal e Oberoi Trident, além do aeroporto internacional, foram alguns alvos.

Explosões também foram registradas em outros pontos, como a estação de trem Chhatrapati Shivaji, uma das mais movimentadas da Índia, um cinema, delegacias, um hospital que atendia feridos nos ataques e o popular Café Leopoldo, muito freqüentado por turistas e gente de Bollywoody, a indústria cinematográfica indiana.

De acordo com o relato divulgado pela emissora, a mulher disse que os terroristas são "ignorantes e que estão encobertos por revolta e medo". "Nós precisamos mostrar que o amor é possível e que ele é capaz de vencer o medo. Essa é a minha escolha", disse a americana.

O marido Alan Scherr, 58, e a filha, Naomi Scherr, 13, estavam no grupo de 25 pessoas que viajaram para a Índia para um retiro de meditação espiritual. Autoridades disseram que o pai e a filha foram encontrados mortos em um restaurante do hotel Oberoi Tridente, onde o grupo estava hospedado.

Kia Scherr, que não estava na viagem, disse que está enfrentando "uma profunda tristeza e dor". O fundador do grupo de meditação, Charles Cannon, que estava com o marido de Kia nos ataques-- no hotel Oberoi Trident-- afirmou que Alan estava discutindo o próximo dia de atividades para o grupo quando foi baleado.


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u475143.shtml)


sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Por que não tirar vantagem da pirataria?

Vejam só!

Tecnobrega revolution

Nelson Motta

Assim como a bossa nova, que além de um estilo musical se tornou um estado de espírito de uma época, o tecnobrega de Belém do Pará, mais do que uma música, criou um novo modelo de negócios na era digital.

A novidade, anunciada pelo antropólogo musical Hermano Vianna, agora é confirmada e desenvolvida pelo advogado Ronaldo Lemos, representante da Creative Commons no Brasil, no livro Tecnobrega: Reinventando o Evento da Música.

Em três viagens a Belém, encontrei uma cena musical vibrante e diversificada, que não é só tecnobrega: tem muito merengue, carimbó, guitarrada, rap, funk, rock. São milhares de pessoas trabalhando numa vasta cadeia de produção, distribuição e consumo de música popular que ignora gravadoras, lojas de discos, a prefeitura, o Estado e a União.

O americano Chris Anderson, editor da revista Wired e autor do best seller planetário A Cauda Longa (The Long Tail), referência máxima para o presente das mídias digitais e para os modelos de negócio na internet, esteve em Belém no ano passado, mergulhou na novidade e, em seu novo livro, dedicou um capítulo inteiro à revolução do tecnobrega - como modelo de negócios do século 21.

Entre a selva e o rio, com tecnologia digital barata, estúdios trabalham dia e noite produzindo as músicas que vão animar as rádios, as ruas e as festas. Os discos são promovidos e vendidos no tentacular circuito de camelôs da cidade, ao preço de uma cerveja: o que mais importa é a divulgação.

Onde os artistas, DJs e produtores vão ganhar dinheiro, e muito, é nos shows em bares, clubes e arenas - onde ficam com a parte do leão nas bilheterias, e os compositores recebem seus direitos autorais, quando o ECAD arrecada.

O tecnobrega inovou instituindo a pirataria de si mesmo, como meio barato de popularizar artistas e fazer dinheiro com apresentações ao vivo. O resultado é um estrondoso sucesso local, regional e até nacional, de bandas e artistas originários do tecnobrega, que souberam conquistar milhares de consumidores vendendo a preços acessíveis a música que eles desejavam. Viraram "case" internacional e um modelo de sucesso.

(de http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20081121/not_imp281232,0.php)

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Vamos parar de crescer (II)?

Mais um indício forte neste sentido:

Crescimento rápido pode reduzir satisfação com a vida, diz BID

Estudo revela que Costa Rica tem maior nível de satisfação na América Latina.

- Moradores de países que registraram rápido crescimento econômico nos últimos anos estão menos satisfeitos com a vida do que aqueles que vivem em nações que cresceram menos, revela um estudo sobre a América Latina divulgado nesta terça-feira pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

De acordo com o documento, os moradores da Costa Rica são os que têm maior satisfação com a vida em um ranking de 23 nações da região da América Latina e Caribe, com índice de 7,4 (em uma escala de 1 a 10). Em último lugar aparece o Haiti, com 3,8. O Brasil obteve índice de 6,2 e divide a 7ª posição com a Colômbia e a Jamaica.

"A América Latina declarou um nível médio de satisfação com a vida de 5,8, mais do que a Europa e a Ásia Central, mas menos que os 7,5 registrados na América do Norte e 7,2 na Europa Ocidental", diz o BID.

Segundo o documento, há um paradoxo, e quanto mais rápido um país cresce, mais rapidamente crescem as expectativas de consumo e status econômico e social de seus habitantes.

Conforme o estudo, as mudanças aceleradas na economia, e não apenas o nível de renda ou de consumo, acabam afetando o nível de satisfação no curto prazo.

"No geral, os latino-americanos estão satisfeitos com sua vida, mas é interessante notar que as pessoas de alguns dos países mais pobres são as mais otimistas, enquanto cidadãos de alguns dos países mais desenvolvidos são os mais pessimistas", diz o presidente do BID, Luis Alberto Moreno.

"Não é surpresa que as pessoas com renda mais alta sejam mais satisfeitas com a vida do que as de renda mais baixa, mas o crescimento econômico, na verdade, produz descontentamento em vez de uma felicidade maior, pelo menos no curto prazo", afirma.

O documento revela que a satisfação em países com altas taxas de crescimento nos últimos anos, como Trinidad e Tobago, Chile, Peru e Equador, é menor do que em países cujas economias apresentaram pouco crescimento, como Guiana, El Salvador, Paraguai e Guatemala.

De acordo com o BID, "países da região com alta renda per capita, como Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, apresentaram níveis moderados de satisfação com a vida, ficando atrás de países com renda per capita mais baixa, como Guatemala, Colômbia e Jamaica".

O BID afirma que, "individualmente, os cidadãos pobres de todos os países declararam níveis mais altos de satisfação com educação, moradia, emprego e saúde, o que é uma indicação de que eles podem ter aspirações mais baixas do que os ricos".

Governos

"Governos que centram suas políticas exclusivamente no crescimento tendem a perder apoio no longo prazo se não responderem às expectativas mais elevadas que acompanham o crescimento, em áreas que vão de educação e saúde à distribuição de renda", diz o economista-chefe do BID e coordenador do estudo, Eduardo Lora.

Segundo Lora, "a dificuldade está em responder a essas demandas sem sufocar o crescimento".

O BID afirma que apesar de alguns dos fatores que afetam a satisfação das pessoas oferecerem pouco espaço de ação de políticas públicas, como relações familiares, amizades e crenças religiosas, outros podem ser alvo de políticas governamentais.

"Este relatório pode ser um excelente recurso para os governos da região que agora enfrentam decisões difíceis de cortes de gastos, porque a crise financeira está reduzindo o crescimento econômico e prejudicando a arrecadação tributária", diz Moreno.

O estudo é parte da série Desenvolvimento nas Américas, que neste ano é intitulada Além dos fatos: compreendendo a qualidade de vida e revela níveis "relativamente altos" de satisfação na América Latina e Caribe em comparação com outras regiões.

Os resultados foram calculados com base em dados da Pesquisa Mundial 2007 do Instituto Gallup, em que foram entrevistadas mais de 40 mil pessoas com mais de 15 anos na América Latina e no Caribe, entre novembro de 2005 e dezembro de 2007. A margem de erro dessa pesquisa é de 3,1% a 5,1% e varia de acordo com cada país.

O estudo também utilizou informações complementares encomendadas pelo BID. Os entrevistados responderam a perguntas sobre aspectos como qualidade da educação, atendimento de saúde, moradia e emprego. BBC Brasil

(de http://www.estadao.com.br/geral/not_ger279552,0.htm)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Hora de construir pontes.

Chegou a hora de construir pontes e esquecer os muros...

Em Detroit, o editor Brian Boyle, 43 anos, estava igualmente entusiasmado. "Eu me sinto muito melhor com o mundo hoje do que ontem. Acho que o mundo se sente muito melhor com o nosso país hoje do que ontem. Foi uma noite realmente incrível."

"Acho que Barack realmente tem uma qualificação ímpar para construir pontes e construir uma aliança com líderes mundiais que estejam comprometidos em melhorar o mundo", acrescentou.
(de http://www.estadao.com.br/geral/not_ger272957,0.htm)

Esperamos que seja verdade. O Muro de Berlim caiu há muito tempo. Mas no governo que está acabando começaram a construir um muro na fronteira com o México... :-(

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Allah

Importante.

PUBLIFOLHA: Entenda os preceitos do islamismo e os mitos e generalizações que envolvem o Islã; leia capítulo

da Folha Online

O número de católicos e muçulmanos no mundo está quase em empate. Isso, de acordo com dados do Vaticano, que pesquisou os números em 2005.

Divulgação
Livro fala de origens, fontes, profetas e divisões do islamismo
Livro fala de origens, fontes, profetas e divisões do islamismo

Na Europa, o Islã é uma das religiões do dia-a-dia de um grande número de imigrantes e convertidos, ao mesmo tempo a expansão da religião vem acompanhada de dúvidas e sofre com preconceitos e estigmas. Para compreender o mundo hoje, é necessário entender o islamismo. Leia a seguir a introdução do livro.

O "O Islã", da série Folha Explica esclarece de forma sintética as origens do islamismo, suas fontes sagradas, seus profetas e suas divisões ao longo da história. Escrito por Paulo Daniel Farah, o volume discute também os conflitos atuais e dedica um capítulo à presença muçulmana no Brasil.

-Leia resenha "O diálogo desarmando o choque de civilizações", de Jaime Spitzcovsky, publicada à época do lançamento do livro.

Farah é professor doutor para graduação e pós-graduação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Escreveu também "Glossário de Termos Islâmicos" e "ABC do Mundo Árabe", entre outras obras.

Viveu no Oriente Médio e na África durante vários anos e dirige o Centro de Estudos Árabes da USP e o Centro de Pesquisa América do Sul / Países Árabes, do qual participam acadêmicos de 34 países.

*

Confira o capítulo de "Folha Explica O Islã":

No dia 11 de setembro de 2001, três aviões norte-americanos mudaram o rumo da história. Os atentados contra o World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, nos arredores de Washington, provocaram a morte de aproximadamente 3.700 pessoas e reforçaram o cerco de preconceitos e mal-entendidos em torno da segunda maior religião do mundo: o Islã.

Todos os países muçulmanos e seus principais líderes religiosos condenaram as ações terroristas. "Matar homens, mulheres e crianças inocentes é um ato horrível que nenhuma religião monoteísta aprova e que é rejeitado por todo espírito humano são", afirmou o xeque Muhammad Sayyd Tantawi, da Universidade de Al Azhar (fundada no século 10, no Egito), a mais prestigiosa instituição teológica sunita.

Apesar disso, o saudita Ussama bin Laden, acusado de orquestrar os ataques, e defensores da confusa e frágil teoria do "choque de civilizações" anunciaram tratar-se de um embate entre o Islã e o Ocidente, como se fosse possível reduzir conceitos complexos --e, por isso, temas de divergências-- a dois campos excludentes. As tentativas de polarizar o conflito logo renderam resultados. O discurso maniqueísta do presidente George W. Bush, que anunciou uma "luta do bem contra o mal", a aprovação em Washington de leis que permitem a detenção de estrangeiros com base em critérios puramente étnicos ou religiosos e as declarações do premiê da Itália, Silvio Berlusconi, sobre a "superioridade da civilização ocidental" serviram de pretexto para ações de xenofobia e intolerância religiosa.

Nos Estados Unidos, estrangeiros confundidos com muçulmanos foram assassinados porque tinham feições árabes ou usavam turbante --entre eles, um indiano sikh e um egípcio copta (cristão). A ignorância sobre o islamismo nesse caso foi fatal. Vinte e cinco dias após os atentados, o Conselho de Relações Americano-Islâmicas já registrava 1.500 atos de hostilidade contra muçulmanos. As vítimas islâmicas dos atentados à Costa Leste norte-americana --entre 600 e 1.400, segundo estimativas-- praticamente não foram citadas. Rahma Salie, de 28 anos, grávida de sete meses, estava no vôo da American Airlines que ia de Los Angeles a Boston no dia 11. Salie morreu no atentado, e o FBI --a polícia federal dos EUA - incluiu seu nome, que soa islâmico, numa "lista de observação" de pessoas com possíveis conexões terroristas. Mais tarde, ela foi retirada da listagem, mas não antes de que vários de seus parentes tivessem sido impedidos de tomar um avião quando tentavam viajar para Boston a fim de participar das cerimônias fúnebres.

Questionado por um jornalista norte-americano sobre como se sentia ao compartilhar da religião dos terroristas que atacaram o World Trade Center, o pugilista Muhammad Ali - nome adotado por Cassius Marcelus Clay após sua conversão - respondeu: "E você, como se sente professando a mesma fé que Hitler?"

Generalizações indevidas caracterizam, na maior parte das vezes, a visão que o Ocidente tem do islamismo; e vice-versa. Supostos especialistas, que nunca estiveram nas sociedades que analisam nem jamais abriram o Alcorão, contribuem para uma interpretação quase sempre enviesada dos vários mundos muçulmanos. Quem foi a dois ou três países dessa órbita compreende que eles são bastante diversos.

O Islã não é um bloco monolítico, nem muito menos estanque. Religião predominante no Oriente Médio e em vastas porções da África e da Ásia, reúne hoje cerca de 1,3 bilhão de pessoas, de diferentes origens étnicas, culturais e sociais. São árabes, iranianos, afegãos, paquistaneses, turcos, chineses, indonésios (89% dos 204 milhões de habitantes do maior país muçulmano), africanos, europeus e americanos. Participam da Organização da Conferência Islâmica, que pretende "assegurar o progresso e o bem-estar de todos os muçulmanos do mundo", 56 Estados 1. A presença dos muçulmanos se faz notar cada vez mais na Europa, onde são por volta de 15 milhões, sobretudo na França (5 milhões). Nos Estados Unidos, com seus 7 milhões de muçulmanos, o Pentágono permite aos soldados jejuar no mês sagrado do Ramadã, libera os praticantes para rezar as cinco orações diárias e põe à disposição alimentos em concordância com os preceitos islâmicos.

No Brasil, muçulmanos organizaram o principal levante urbano contra a escravidão na América --a Revolta dos Malês, em 1835. Atualmente, o país possui cerca de 1,5 milhão de adeptos, muitos sem ascendência árabe.

A palavra "islamismo", ou "Islã", vem de Islam, que significa "submissão [a Deus]". A raiz (slm, em árabe) é a mesma que originou "muçulmano" (de muslim, "aquele que se submete a Deus") e salâm ("paz"). A doutrina islâmica se baseia no livro sagrado Alcorão e nos atos, ditos e ensinamentos de Muhammad 2, considerado o último mensageiro enviado por Deus. Os muçulmanos acreditam nos profetas anteriores a ele, inclusive Jesus Cristo. O islamismo não nega o judaísmo nem o cristianismo, mas se considera a religião que completa as mensagens anteriores e sela o período das profecias numa síntese final.

Os muçulmanos crêem num único Deus (Allah, termo usado também por árabes cristãos), onipotente, que criou a natureza por meio de um ato de misericórdia. Consciente da debilidade moral da humanidade, Deus enviou profetas à Terra. Adão foi o primeiro e recebeu o perdão divino --o islamismo não aceita a doutrina do pecado original.

A visão que países como França, Reino Unido e, mais recentemente, Estados Unidos apresentam do Oriente Médio --berço do Islã - muitas vezes visa referendar práticas político-econômicas de cunho colonialista. Conceitos difundidos por orientalistas, como "mentalidade árabe" e "caráter tipicamente islâmico", por exemplo, são fruto de ignorância, ingenuidade ou má-fé deliberada, além de um complexo de superioridade que está no cerne de historiografias infelizes. Essa mistificação também serve de base, com freqüência, para intervenções militares que poderiam ser evitadas com uma análise mais profunda.

A absoluta maioria das escolas da Europa e da América - Brasil incluso - não dedica nem sequer uma aula ao Islã. Quando o presidente George W. Bush deu um rosto árabe e islâmico ao terrorismo, ao incluir exclusivamente muçulmanos em sua lista de "procurados", e anunciou uma nova "cruzada", reproduziu o que Hollywood mostrava bem antes do trágico 11 de Setembro. Em filmes norte-americanos como Nova York Sitiada (The Siege, em que a comunidade árabe da cidade é aprisionada em campos de concentração para evitar atentados) e centenas de outros, os muçulmanos são retratados como seres irracionais que precisam ser domesticados e podem ser facilmente exterminados.

É fato que alguns países de maioria islâmica possuem grupos extremistas, em geral com uma motivação de fundo político, especialmente a ocupação israelense de territórios palestinos, que "inspira" movimentos no mundo inteiro. Basta, porém, espelhar-se no multiculturalismo que floresceu na península Ibérica durante os quase nove séculos de influência árabe e muçulmana (a partir de 711), entre outros exemplos, para compreender que tolerância e islamismo são compatíveis.

O fundamentalismo, conceito surgido entre protestantes norte-americanos (em algumas cidades do sul dos EUA, o ensino do darwinismo ainda é proibido), e o extremismo não são exclusividade de muçulmanos. Envolvem também cristãos, judeus, hindus e budistas.

A Europa e os Estados Unidos podem optar por uma permanente paz armada, sob a égide da "justiça infinita" preconizada por Bush e da inevitável ressuscitação da Guerra Fria, ou por uma revisão completa das relações com os muçulmanos que priorize o co-desenvolvimento econômico, o respeito aos direitos humanos e a liberdade de expressão. Não se pode permitir que a globalização, a geopolítica ou o petróleo passem por cima desses pré-requisitos. Oxalá prevaleça o dito atribuído a Muhammad: "a tinta do sábio vale mais que o sangue do mártir".

Nesse sentido, esta obra se propõe a lançar luz sobre as origens do islamismo, suas fontes sagradas, profetas e divisões políticas. Os avanços científicos e culturais que acompanharam sua evolução histórica, os conflitos atuais, inclusive a questão palestina e a crise no Afeganistão, além da presença muçulmana no Brasil, explicam-se em capítulos específicos. A intenção é despertar o interesse do leitor, como um primeiro passo para compreender o Islã e evitar discriminações, não críticas.


1 Ver o site: www.oic-oci.org
2 Em geral transliterado incorretamente como "Maomé".

"Folha Explica o Islã"
Autor: Paulo Daniel Farah
Editora: Publifolha
Páginas: 112
Quanto: R$ 17,90
Onde comprar: nas principais livrarias, pelo televendas 0800-140090 ou pelo site da Publifolha

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u338745.shtml)

George W. Bush: Mission Complete II./ Mission Accomplished II

Yes! George W. Bush is the man!

EUA retrocederam sob governo Bush, diz ex-assessor do governo

ANDREA MURTA
da Folha de S. Paulo, em Nova York

Após três anos como chefe-de-gabinete do ex-secretário de Estado dos EUA Colin Powell, o coronel Lawrence Wilkerson, um republicano conservador, chegou à conclusão de que o governo de George W. Bush estava errado. Em quase tudo. Em 2005, Wilkerson, 63, não só abandonou postos públicos como se tornou um dos maiores críticos da administração e da Guerra do Iraque.

"Sob Bush, os EUA retrocederam mais do que em qualquer outra época na história, em todos os sentidos", afirma. "Ele e o 'co-presidente' Dick Cheney são os mais incompetentes que já tivemos, e já houve muita gente incompetente no poder nos EUA."

Para o general, o Partido Republicano está tomado por uma liderança "neo-jacobina" que está levando o país a um caminho radical. Ele favorece a retirada das tropas americanas do Iraque em até 30 meses, e crê que "mesmo [o candidato republicano à Casa Branca, John] McCain será forçado a entender isso".

Em entrevista à Folha, Wilkerson ainda denuncia a falência do Paquistão e explica porque um ditador no Afeganistão pode ser a melhor opção. Leia os principais trechos a seguir.

Folha - Nos últimos momentos do governo Bush, como o sr. avalia seus oito anos em termos de suas conseqüências para a posição dos EUA no mundo?

Lawrence Wilkerson - Os EUA retrocederam mais do que em qualquer outra época na história. George W. Bush e Richard [Dick] Bruce Cheney, nosso co-presidente (ao menos nos primeiros quatro anos) entrarão para a história como o presidente e o vice mais incompetentes que já tivemos. E olha que já tivemos muita gente incompetente no poder. Eles andaram para trás internacionalmente, nacionalmente, em quase todas as áreas possíveis. O único campo em que fizeram algo de bom foi quando Bush apoiou em discursos e com dinheiro fundos contra o HIV e a Aids pelo planeta, mais do que outros presidentes. Mas é muito pouco para desculpar todo o mal que causaram.

Folha - O fim do governo Bush será o fim da doutrina Bush (de ataques preventivos)?

Wilkerson - Sim. Certamente espero que ela seja rechaçada por completo. Nossa reputação está manchada e continuará assim por muito tempo, porque esse governo não só desafia a lei como declara leis como se fosse um rei francês dizendo "l'Etat, c'est moi" [o Estado sou Eu, símbolo do absolutismo].

A república democrática que são os EUA não é radical, mas seus líderes sim. Eu gosto de chamá-los de "neo-jacobinos", em alusão ao grupo que poluiu a Revolução Francesa e levou à ascensão de Napoleão Bonaparte. Eu sou conservador, mas o governo americano é radical. Esse pessoal é messiânico em seu desejo de trazer liberdade e democracia para o mundo, mesmo à bala. Essa não é a política externa tradicional americana e é errada.

Folha - O sr. é republicano. Como vê a atuação de seu partido nesta eleição?

Wilkerson - É terrível. O Partido Republicano vai ficar moribundo, se não morto, por uma década. Talvez nesse período ganhe a Casa Branca de novo, mas se isso ocorrer será por causa de algum candidato que assim como John McCain inicialmente repudia valores neoconservadores fundamentais. Acho que Barack Obama vai ganhar a Presidência e o Senado e a Câmara vão ter enormes maiorias democratas.

Folha - O que o sr. estabeleceria como prioridades para o próximo presidente?

Wilkerson - No primeiro dia eu fecharia a prisão de Guantánamo e assinaria uma ordem executiva banindo a tortura por qualquer pessoa em qualquer lugar dos EUA. Aí começaria a abordar a crise econômica, que não acho que vai acabar durante a próxima década.

Folha - A crise poderá afetar as Forças Armadas?

Wilkerson - Se o tamanho das Forças Armadas diminuir, esse poderá ser um desenvolvimento muito positivo para os EUA. Estamos dependentes demais de nosso braço militar. Apesar de achar que temos menos força militar hoje do que já tivemos no passado, foi criado nos EUA um desequilíbrio muito grande entre o "soft power" e o "hard power", com o Exército sendo o último ponto do "hard power". É preciso trazer esse equilíbrio de volta, usar a diplomacia, nosso poder econômico, cultural, nossa liderança política, muito mais do que o Exército.

Folha - Um dos pontos de desacordo de McCain e Obama é sobre o Iraque. O sr. favorece um prazo rápido de retirada?

Wilkerson - Obama está provavelmente certo. Em 24 ou 30 meses, os americanos podem sair do Iraque e servir de juiz, ficando entre sunitas e curdos e etc. Podemos ter quase todos os nossos soldados fora do país nesse prazo. Não faz nenhum sentido estratégico manter a ocupação de um país árabe, e tenho certeza que o general [David] Petraeus [que assume como líder do Comando Central dos EUA, responsável pelas forças no Oriente Médio, em 31 de outubro], vai chegar a essa conclusão, se é que não chegou ainda.

Folha - O sr. acha que ele se cala por pressão política?

Wilkerson - Ele é um general que entende a política. A política é a arte do possível, você faz o que pode, e seria impossível dizer sob o governo atual [que é preciso sair do Iraque]. Mas não será impossível fazer isso no próximo regime, particularmente se o presidente for Obama. Mas mesmo McCain perceberia, estando no governo, que é a coisa a fazer. Não posso garantir, mas conheço o processo de informação bem o suficiente para entender que McCain ouviria pessoas e provavelmente seria forçado a rever suas opiniões, ainda que o faça de maneira bastante política. Agora, Obama já está predisposto a isso, e na questão do Iraque prefiro Obama a McCain.

Folha - O foco da "guerra ao terror" deveria estar no Afeganistão, como Obama diz?

Wilkerson - O foco da chamada "guerra ao terror" deveria ser mudar a idéia de que isso é uma guerra. Como declarar guerra contra algo que não pode ser derrotado completamente? É tão estúpido quanto declarar guerra às drogas ou à pobreza.

Precisamos nos focar na Al Qaeda, e é preciso em parte ter tropas no Afeganistão, mas é muito mais importante recrutarmos o máximo possível do mundo muçulmano, gastando retórica e o dinheiro necessário, e convencê-los de que Bin Laden e organizações como a dele não são o futuro.

O Afeganistão é um problema que está presente há anos e anos, possivelmente desde Alexandre, o Grande, e no final sempre resolve seus problemas políticos, econômicos e etc. sozinho. Temos que ajudar tanto quando pudermos, a Otan [aliança militar ocidental] também, mas a resposta não é militar. A resposta é liderança. E [o presidente afegão] Hamid Karzai não é a liderança que o país precisa. Ele é chamado de prefeito da cidade.

Há quatro revisões da estratégia americana no país em curso atualmente --por parte de Petraeus, do Pentágono, do Conselho Nacional de Segurança e do comando da Otan na Europa. Com sorte, vão chegar a essas conclusões. Mas vai ser algo demorado, difícil e caro, e estou muito preocupado com a chance de os parceiros da Otan não apoiarem uma estratégia de longo prazo.

Folha - O comandante militar das tropas britânicas no país disse que a melhor solução pode ser um "ditador aceitável". O que o sr. acha disso?

Wilkerson - Não discordo necessariamente. Certamente não é uma solução sustentável. Mas se houvesse uma liderança em Cabul que fizesse as coisas acontecerem... Poderia haver uma pessoa como Pervez Musharraf [ex-ditador do Paquistão] em um momento de crise, e não sei se teria muita objeção a isso. Mas depois, como tirar depois o ditador e trazer instituições, leis, uma sociedade civil, educação... todo tipo de coisa que vai consertar o Afeganistão ao longo prazo? É uma transição muito difícil de ser feita. Eu preferia ver uma solução sustentável.

Folha - Seria difícil vender essa idéia internacionalmente?

Wilkerson - Você ficaria surpresa com o que se pode vender se for seguro e funcionar. Não estou defendendo isso, só estou dizendo que é possível.

Folha - Quanto ao Paquistão, o sr. acha que os EUA contribuem para sua instabilidade?

Wilkerson - Acho que o Paquistão é mais problemático e perigoso que o Afeganistão. O Paquistão tem interesses em manter o vizinho instável, sem uma liderança forte em Cabul, porque Islamabad considera a Índia seu maior inimigo e quer ter o Afeganistão como apoio estratégico e militar contra eles. A situação é crítica, estão falindo, tem uma liderança civil sem energia, um movimento islâmico crescente e cada vez mais radical etc. A existência do Paquistão como Estado viável está ameaçada. Mas espero que Petraeus, quando estiver no Comando Central, entenda como todo o Leste Asiático está conectado e crie estratégias para lidar com Paquistão, Afeganistão, Iraque, Síria e etc. simultaneamente.



(from http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u457906.shtml)

George W. Bush: Mission Complete/Mission Accomplished.

Hello, people from USA! Are you happy? George W. Bush is a very good president, hum?

Bush: missão cumprida


WASHINGTON - Entre a eleição americana em 4 de novembro e a posse do novo presidente, o mundo ainda terá 77 dias de George W. Bush.

Felizmente, Bush não vai escapar tão fácil da História: no mundo das imagens, ou da "indústria cultural", como inventaram Horkheimer e Adorno, Bush acaba de ser escancarado para o grande público no ótimo "W.", novo filme do diretor Oliver Stone ("JFK", "Doors", entre outros). Com uma espetacular e comovente atuação de Josh Brolin no papel do presidente.

Presidência dos EUA
Bush a bordo de porta-avião em maio de 2003, quando declarou "missão cumprida" no Iraque; o país árabe vive em meio ao caos até hoje
Bush a bordo de porta-avião em 2003, quando declarou "missão cumprida" no Iraque; o país árabe vive em meio ao caos até hoje

Mesmo sem ser antipático a Bush (ao contrário), o filme acaba funcionando como mais um prego no caixão do presidente e de sua família, há 200 anos ciscando ao redor do poder nos EUA.

É também um tapa na cara dos americanos que o elegeram duas vezes. Na segunda, por sinal, Bush e os republicanos tiveram uma vitória completa em 2004: no voto popular, no Colégio Eleitoral, na Câmara e no Senado e na maioria dos Estados.

Entre a reeleição de Bush e o final de seu segundo termo agora, os EUA passaram do auge do unilateralismo, da arrogância e do uso da força para um apelo para a cooperação internacional sem precedentes. Se países falissem, a América de Bush seria o mais espetacular caso de quebra da história contemporânea.

Em quatro anos, a sorte dos EUA e de Bush mudaram da água para o vinho, com forte impulso negativo dado pelo comando presidencial e seu pequeno e obtuso núcleo de poder.

Em 2003 e 2004, tive o privilégio de acompanhar em Washington tanto os fatos que precederam a Guerra do Iraque quanto, mais à frente, a reeleição de Bush.

Os EUA eram outro país. Os grandes jornais acreditavam piamente em quase tudo o que o presidente dizia. As pessoas estocavam água, alimentos e pilhas em suas casas a cada sinal de uma nova catástrofe terrorista. O Patriot Act permitia o monitoramento de milhões de telefonemas entre americanos comuns, e o governo enchia a atmosfera com o mais potente medo que pudesse criar.

Assim Bush se reelegeu, ludibriando os fáceis de ludibriar norte-americanos médios com histórias de terror.

O filme de Stone é apenas um sinal do fim melancólico da era Bush. Os então todo-poderosos assessores do presidente --com poder para gravar, interrogar e prender-- são agora expostos de forma inimaginável há quatro anos. A ponto de o principal jornal gay (e gratuito) de Washington, "Blade", questionar em manchete nesta semana: "Is Condie Gay", em referência à nada menos que a secretária de Estado dos EUA, Condollezza Rice --solteirona assumida como o nosso prefeito Kassab.

Os anos Bush também deixaram que uma indelével rachadura aparecesse na maior economia do mundo. Descobriu-se que os EUA mal teriam crescido nos últimos cinco anos não fosse a propulsão do consumo. Surpresa: ele era financiado por créditos sem lastro que giravam no vazio. O país está quebrado.

A nação mais rica(?) e militarmente poderosa está de calças curtas ao final do reinado de Bush. Mesmo a solução mais coerente para a atual crise --injetar capitais diretamente nos bancos-- partiu de além-mar, do Reino Unido, e foi replicada nos EUA. É tudo incrível.

Mas, por mais extraordinário que pareça, com sua arrogância e ignorância, Bush talvez tenha prestado um imenso serviço.

Se os EUA crescerem muito próximo de zero nos próximos dois ou três anos, o que é muito possível, o tamanho da economia chinesa terá passado de 1/3 da americana para mais da metade. Outros vários emergentes também ganharão nacos maiores nessa participação global. Ao menos em termos econômicos, o mundo será outro.

Esse talvez seja o principal legado de Bush.

*

Veja vídeo sobre o mercado de trabalho nos EUA em 2009 --feito por algum mexicano.

Fernando Canzian, 42, é repórter especial da Folha. Foi secretário de Redação, editor de Brasil e do Painel e correspondente em Washington e Nova York. Ganhou um Prêmio Esso em 2006.Escreve às segundas-feiras.

E-mail: fcanzian@folhasp.com.br

(from http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/fernandocanzian/ult1470u457997.shtml)

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Até que enfim! Donos de cães são responsabilizados!

Donos de pit bull que matou criança são condenados à prisão

Essa é a primeira condenação sob a nova lei do Texas que responsabiliza por danos causados por seus cães

AP

GRAHAM, EUA - Um casal cujo pit bull atacou e matou seu vizinho de sete anos de idade foi sentenciado a sete anos de prisão, a primeira condenação sob a nova lei do Texas que responsabiliza os donos caso seus cachorros machuquem ou matem alguém.

Crystal Michelle Watson, de 28 anos, e Jack Wayne Smith, de 45 anos, foram condenados nesta terça-feira, 14, pelo ataque que resultou em morte. A lei diz que os donos são culpados se seus cachorros sem segurança machucarem ou matarem alguém fora de sua propriedade; a condenação pode chegar a 20 anos de prisão.

"Eu comparei o ocorrido com alguém deixando uma arma na frente de crianças", disse o advogado Stephen Bristow, lembrando o que disse ao júri durante o julgamento na semana passada.

Depois de terem sido sentenciados na sexta-feira, 10, o juiz Stephen Crawford disse que os dois poderiam sair mediante o pagamento de fiança de US$ 150 mil. O casal não tinha a quantia e permaneceu sob custódia até segunda-feira, 13.

Testemunhas disseram que no dia 18 de maio Tanner Joshua Monk caminhou em direção à casa de Smith e Watson para brincar com algumas crianças. Naquela tarde, seu corpo foi encontrado cercado por quatro pit bulls, disseram as autoridades.

(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid259826,0.htm)

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Mais uma nos EUA do N - One more in USA

Vejam mais esta:

Milhares de eleitores são impedidos de se registrar nos EUA

da Efe, em Washington
da Folha Online

Milhares de pessoas habilitadas a votar em pelo menos seis Estados cruciais para as próximas eleições presidenciais dos Estados Unidos não puderam se registrar ou tiveram seus registros eleitorais apagados, informou nesta quinta-feira o jornal "The New York Times".

O diário, que afirmou ter revisado os censos estaduais, acrescentou que essas pessoas foram impedidas de se registrar, algo que aparentemente "viola a lei federal".

"Estas ações não parecem coordenadas por um ou outro partido nem são conseqüência de uma infração proposital às regras por parte dos funcionários eleitorais", acrescentou.

"Aparentemente, são resultado de erros no manejo de registros e antecedentes dos eleitores", continua.

Estes erros podem causar problemas no pleito. A eleição presidencial de 2000 foi decidida após uma apuração de um mês e meio devido a recontagens de poucos milhares de votos na Flórida.

Também poderia haver problemas no dia da eleição, em 4 de novembro, acrescentou o jornal.

"A exclusão dos registros de eleitores nesses seis Estados poderia levar as pessoas excluídas das listas a se apresentarem para votar e serem rejeitadas pelos funcionários eleitorais, o que geraria confusão, demora e disputa", concluiu o jornal.

A eleição presidencial nos EUA não é decidida pelo voto direto, mas sim por colégios eleitorais onde cada Estado é representado por um número de delegados proporcional à sua população.

As eleições passadas e as pesquisas atuais indicam que alguns Estados podem ser cruciais para a escolha do novo presidente, já que seus eleitores ainda não demonstraram preferência clara pelo democrata Barack Obama nem pelo republicano John McCain.

Os impedimentos para o registro de eleitores, segundo o jornal, ocorreram em seis Estados: Colorado, Indiana, Ohio, Michigan, Nevada e Carolina do Norte.

Registros apagados

O "NY Times" ainda destaca que embora tenha sido dada muita atenção este ano para os milhões de novos eleitores, que se registraram para votar por causa de Obama, há poucas notícias sobre o número de eleitores, cujos registros estão sendo excluídos.

Os Estados tentam cumprir uma lei de 2002, que determina a remoção do registro de eleitores que não votarão nas próximas eleições, "mas para cada eleitor que se registrou nos últimos dois meses em alguns Estados, autoridades eleitorais locais excluíram, em média, dois outros nomes", mostram os números analisados pelo jornal.

Essa postura por parte dos seis Estados viola a legislação federal de duas maneiras. Michigan e Colorado estão excluindo o registro de eleitores a menos de 90 dias da eleição presidencial, o que não é permitido exceto quando o eleitor morreu, notificou as autoridades que se mudou do Estado em que era registrado ou foi declarado incapaz de votar.

Segundo o jornal, os Estados de Indiana, Nevada, Carolina do Norte e Ohio incorrem em outro desrespeito; estão usando dados do Seguro Social para verificar o registro de novos eleitores.


(fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u454364.shtml)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

...é mais barato para o Condado financiar parte das estações de água que pagar pelas autópsias dos imigrantes que morrem...

Capitalismo hipócrita: Custa mais caro o atestado de óbito...

Condado americano financiará água para imigrantes que cruzam deserto

da Efe, em Tucson

O Condado de Pima, nos Estados Unidos, aprovou nesta terça-feira a volta de um fundo anual de US$ 25 mil (R$ 55 mil) para financiar as estações de água instaladas no deserto do Arizona, local de travessia de imigrantes ilegais que tentam chegar ao país.

Com quatro votos a favor e um contra, a Junta de Supervisores do Condado garantiu a entrega da verba à organização humanitária Fronteiras Humanas, que mantém cerca de 90 estações de água na fronteira entre o Arizona e Sonora, no México.

"Os supervisores fizeram o correto. Estamos muito satisfeitos com a decisão deles", disse Robin Hoover, diretor e fundador da ONG.

Segundo o ativista, já está comprovado que as mortes de imigrantes ilegais diminuíram nas áreas onde essas estações foram instaladas.

A primeira vez em que a Junta de Supervisores de Pima reservou fundos para a iniciativa foi em 2001, meses depois que um grupo de 14 mexicanos em situação irregular morreu de desidratação durante uma travessia.

Wes Bramhall, ex-presidente de um grupo estadual para o controle da imigração, disse que os supervisores de Pima violam a lei ao "ajudar" os imigrantes ilegais a atravessarem a fronteira ilegalmente. "Nossos impostos não devem ser utilizados com este propósito", afirmou.

Os defensores da idéia argumentam que é mais barato para o Condado financiar parte das estações de água que pagar pelas autópsias dos imigrantes que morrem cruzando a região.


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u453643.shtml)

Bush, George W. Bush: lier!

Bush: one more time: a lier!

Justiça nos EUA ordena primeira libertação de presos em Guantánamo


da Efe, em Washington

A Justiça dos Estados Unidos ordenou nesta terça-feira pela primeira vez a libertação em território americano de um grupo de prisioneiros da base de Guantánamo, em Cuba.

O juiz Ricardo Urbina, da Corte Federal do Distrito de Columbia, entendeu que não havia provas de que esse grupo, composto por 17 muçulmanos chineses da etnia uigur, contivesse "combatentes inimigos" ou que constituíssem um risco para os EUA.

A sentença é um revés para a administração do presidente George W. Bush, que argumentava que os juízes federais não teriam autoridade para ordenar a libertação em território dos EUA de presos em Guantánamo.

O grupo de muçulmanos chineses, detido há quase sete anos, aguardava desde 2004 por sua libertação.

O Pentágono já não os considerava "combatentes inimigos", mas eles permaneciam detidos na base naval porque os Estados Unidos não haviam encontrado um país que os acolhesse.

Chineses muçulmanos

O governo chinês pediu aos EUA a transferência da custódia deles, mas o governo americano e organizações de direitos humanos temem que os detidos possam ser torturados se voltarem a seu país de origem.

Os muçulmanos chineses estavam detidos em Guantánamo desde 2001, quando foram capturados no Paquistão e no Afeganistão.

Os esforços do governo americano para encontrar um país que aceitasse essa minoria foram infrutíferos pelo medo de muitos Estados de receber represálias diplomáticas por parte da China.

Em 2006, a Albânia deu refúgio a cinco membros da minoria uigur presos em Guantánamo, apesar dos protestos da China.

Após conhecer a decisão do juiz Urbina, a organização Human Rights Watch (HRW) celebrou a libertação dos 17 detidos em Guantánamo.

"Mais uma vez uma corte federal rejeitou a teoria da administração de Bush de que sua decisão pode triunfar sobre a revisão judicial e os direitos constitucionais", afirmou Jennifer Daskal, principal advogada em assuntos de luta contra o terrorismo da HRW.

População barsileira fica mais rica!

Graças a isso (quem sabe me dizer porque? Dou um premio!):

Estudo indica queda na fecundidade e envelhecimento da população brasileira


da Agência Brasil

A queda acelerada das taxas de fecundidade e da mortalidade registradas no Brasil provoca mudanças rápidas no ritmo de crescimento da população. A mais importante, de acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), é o envelhecimento dos brasileiros. Os dados fazem parte de um estudo divulgado nesta terça-feira pelo instituto, elaborado com base na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2007.

De acordo com a pesquisa "Pnad 2007: Primeiras Análises", a taxa de fecundidade total no ano passado foi de 1,83 filho por mulher. A média foi inferior à chamada taxa de reposição (de 2,1), que significa o mínimo de filhos que cada brasileira deveria gerar para que, no período de 30 anos, a população total do país seja mantida.

A queda teve início na segunda metade dos anos 60 e poderá, a partir de 2030, refletir em uma população "super envelhecida" no Brasil, reproduzindo experiências de países da Europa Ocidental, além de Rússia e Japão.

A projeção é que a população brasileira irá atingir o seu máximo em 2030, com um contingente de aproximadamente 204,3 milhões de habitantes. Para 2035, a expectativa cai para 200,1 milhões.

Como conseqüência direta, a população com idade inferior a 15 anos, que representou 33,8% da população total em 1992, passou a responder por 25,2% em 2007. Já a população idosa que, em 1992 representava 7,9% da população, passou a responder por 10,6% no ano passado.

O estudo mostra que, além do envelhecimento da população total, a proporção de pessoas com idade superior a 80 anos está aumentando. O percentual de brasileiros nesse grupo passou de 1%, em 1992, para 1,4%, no ano passado, o que representa um universo de 1,6 milhões de pessoas.

Os dados, de acordo com o Ipea, indicam uma maior demanda por cuidados de longa duração e por pagamento de benefícios previdenciários e assistenciais por um período de tempo também mais longo.

Segundo o instituto, alguns grupos populacionais no país já experimentam taxas negativas de crescimento, como as pessoas com menos de 3 anos de idade. Entre 2030 e 2035, os únicos grupos populacionais que deverão apresentar crescimento positivo, de acordo com o estudo, são formados por pessoas com idade superior a 45 anos.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u453433.shtml)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Y usteds en Mexico? Lo que hacen?

México lembra 40 anos de massacre que marcou história

da BBC

O México relembra nesta quinta-feira os 40 anos de um dos episódios mais marcantes de sua história recente --o massacre de uma manifestação estudantil na praça das Três Culturas, ou Tlatelolco, na capital do país, em 2 de outubro de 1968.

A organização Anistia Internacional divulgou uma nota pedindo que o governo do presidente Felipe Calderón dê fôlego novo a uma investigação para esclarecer "questões inquietantes que permanecem sem resposta".

Quatro décadas depois do ocorrido, ainda não há consenso sobre os mortos. À época, o governo de Gustavo Díaz Ordan afirmou que 30 pessoas morreram. Mas organizações internacionais e correspondentes estrangeiros que testemunharam os eventos dizem ter contado mais de 300 cadáveres.

O massacre ocorreu dias antes da abertura dos Jogos de Verão na cidade do México. Por volta das 18h, policiais, militares e homens à paisana rodearam a praça e abriram fogo utilizando veículos armados, tanques de guerra e armas pesadas.

Guerra Fria

O governo acusava os estudantes de envolvimento com o bloco comunista, em plena era da Guerra Fria e da disputa das duas superpotências Estados Unidos e União Soviética por influência na América Latina e em outras partes do globo.

Ignorando a geopolítica internacional, acadêmicos consideram que o massacre foi um ponto de inflexão na história política do país, que evidenciou a falta de conexão entre o Partido Revolucionário Institucional (PRI) e o povo mexicano.

Para muitos, ao denunciar esta falta de compasso, o movimento estudantil de 1968 assentou as bases da democratização do país, que viria muito depois com a derrota do PRI nas eleições de 2000, após 71 anos no poder.

O governo do presidente Vicente Fox, que sucedeu o regime revolucionário, estabeleceu uma comissão especial para investigar o massacre. Entretanto, até hoje ninguém foi condenado pelo ocorrido.

"O fracasso do governo mexicano em estabelecer a verdade sobre o que ocorreu na noite do dia 2 de outubro de 1968 deixou uma grande cicatriz na sociedade mexicana", disse a vice-diretora de Américas da Anistia Internacional, said Kerrie Howard.

Para ela, tal ferida "só pode ser curada através do completo esclarecimento (do episódio), o julgamento dos responsáveis e as reparações às famílias das vítimas".

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u451461.shtml)

The USA and the big trap. OS EUAN caíram na armadilha....

Não é mesmo? Vejam só:

Simpatizantes da Al Qaeda comemoram "colapso" dos EUA

da BBC Brasil

Simpatizantes da rede terrorista Al Qaeda vêm comemorando a crise financeira nos mercados mundiais como se fosse um "castigo divino".

Em mensagens anônimas postadas em vários sites, internautas afirmam que a crise que começou nos Estados Unidos é conseqüência das políticas americanas no Oriente Médio, consideradas por eles como anti-muçulmanas.

"Os EUA estão entrando em colapso", dizem algumas mensagens.

Internautas especulam que o país deva perder seu posto de superpotência econômica, sugerindo que os gastos militares excessivos no Iraque e no Afeganistão tenham contribuído para a situação.

"Embora as mensagens de jihadistas representem apenas uma minoria pequena e extremista, os EUA são tão impopulares hoje no Oriente Médio que é provável que esses sentimentos sejam compartilhados por muitas pessoas", afirmou o analista da BBC Frank Gardner.

Bin Laden

No passado, a Al Qaeda e organizações alinhadas ideologicamente com a rede já haviam pedido para que interesses econômicos americanos fossem atacados.

"Se a economia americana for destruída, eles vão se tornar muito ocupados para escravizar outros povos", disse em 2001 Osama Bin Laden, considerado o líder mundial da rede e o mentor dos ataques aos EUA de 11 de setembro daquele ano.

Calcula-se que a operação da Al Qaeda contra os prédios do World Trade Center e o Pentágono tenha custado US$ 500 mil e causado um prejuízo de US$ 500 bilhões.

"Cada dólar da Al Qaeda fez os EUA gastarem US$ 1 milhão", teria dito Bin Laden após os ataques.

O ex-agente da CIA e especialista em Al Qaeda Michael Scheuher afirmou que "da mesma mesma forma que Bin Laden viu a Al Qaeda como inspiradora de jihads e não a jihad em si, ele viu que os ataques do grupo não causariam a falência econômica dos EUA, mas poderiam causá-lo se eles piorassem os problemas econômicos americanos".

"Assim, o maior estrago econômico causado pelos ataques de 11 de Setembro foram as guerras no Iraque e no Afeganistão, não os ataques em Manhattan e Washington", disse.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u451397.shtml)

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A quem pertence o conhecimento humano?

À humanidade, é claro! Então, se tudo o que se faz hoje em dia é baseado neste acúmulo de conhecimento... Deve-se beneficiar à humanidade. Em primeiro lugar quem tem menos condições, não?

Para "botar lenha na fogueira":

Brasil rejeita patente do medicamento anti-Aids da Gilead

REUTERS

RIO DE JANEIRO - O Brasil rejeitou um pedido de patente para um medicamento anti-Aids do laboratório norte-americano Gilead, o que abre caminho para a produção de versões genéricas da droga, para uso no programa nacional de combate à doença.

Um porta-voz do Ministério da Saúde confirmou na quarta-feira à Reuters que o pedido para o medicamento Tenofovir foi rejeitado. O departamento de patentes do país emitiu uma nota na noite de terça-feira atribuindo a rejeição à falta de inovação tecnológica e ao interesse público.

"A não-concessão da patente atende à legislação e ao interesse público, pois estabelece condições mais favoráveis para comprar medicamento de qualidade por melhores preços", disse a diretora do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão.

O ministério disse em abril que a droga, usada por 31.300 pacientes no Brasil a um custo de 43,4 milhões de dólares, como parte de um programa gratuito, era de "interesse público", o que já prenunciava a rejeição da patente.

Agora, o Brasil pode optar por importar os medicamentos genéricos, valendo-se de uma regra da Organização Mundial do Comércio que autoriza exceções nos direitos de propriedade intelectual dos medicamentos em nome da saúde pública.

O laboratório tem prazo de 60 dias para recorrer, contados a partir do último dia 26 de agosto. Nenhum representante da Gilead estava disponível imediatamente para comentar o assunto.

A entidade Médicos Sem Fronteira disse que a decisão do Brasil pode ampliar o acesso a remédios contra a Aids no mundo em desenvolvimento. "Garantir um acesso mais amplo ao TDF [Tenofovir] é absolutamente crucial", disse nota assinada por Tido von Schoen-Angerer, diretor-executivo da campanha do grupo por acesso a medicamentos.

"No passado, a produção brasileira de ARV [drogas anti-retrovirais] ajudou a derrubar os preços das ARVs globalmente. Esperamos que isso se repita novamente."

O grupo disse que empresas da Índia produzem uma versão do Tenofovir aprovada pela Organização Mundial da Saúde ao custo de 158 dólares por paciente por ano. No Brasil, a Gilead cobra 1.387 dólares por paciente/ano.

Após crescer na década de 1990, a prevalência do vírus HIV no Brasil se estabilizou em torno de 0,5 por cento da população, e o número de novos casos de Aids e de mortes pela doença vem caindo. Especialistas atribuem o sucesso a campanhas de prevenção, à gratuidade do tratamento e ao uso de medicamentos genéricos.

Em 2007, o Brasil quebrou a patente do medicamento anti-Aids Efavirenz, da Merck, para importar uma versão genérica mais barata da Índia.

(Reportagem de Stuart Grudgings)

(de http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid235775,0.htm)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Enquanto o Daniel Dantas é solto duas vezes pelo Mendes...

...(agaaaaaaaarra Gilmar!)...

Vejam só! Nossa justiça é como trapos de imundície!

País tem 9 mil presos com pena já cumprida

LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo

As duas decisões favoráveis obtidas pelo banqueiro Daniel Dantas em menos de 48 horas junto à mais alta corte do país contrastam com a realidade do sistema carcerário brasileiro. Estima-se que até 9.000 pessoas estejam atrás das grades apesar de já terem cumprido pena condenatória.

Na maior parte dos casos, a soltura só não ocorreu ainda porque muitos não têm defensores que comuniquem ao juiz o cumprimento da pena.

Se forem levados em conta os que aguardam julgamento em prisão preventiva --a mesma modalidade imposta a Dantas--, o abismo é ainda maior.

O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça estima que o país tenha hoje cerca de 133 mil pessoas em preventiva, ou seja, 30% da população carcerária.

Apesar de o tempo máximo da preventiva ser de 81 dias, não é raro encontrar presos há mais de dois anos, que dividem cela com condenados e não têm data de julgamento.

O banqueiro Dantas, investigado por uma movimentação ilegal de cerca de R$ 3 bilhões para fora do Brasil, foi preso duas vezes pela Justiça Federal em menos de dois dias. Em questão de horas, as ordens foram anuladas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes.

"Colarinho-preto"

O deputado federal Domingos Dutra (PT-MA), que vistoriou, durante oito meses, 62 estabelecimentos penais em 18 Estados em nome da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Sistema Carcerário, diz que a situação do banqueiro contrasta com a realidade carcerária do país.

"Não encontramos nenhum colarinho-branco, só "colarinho-preto". Muitos jovens, pobres e negros. Ao contrário de Dantas, que tem uma carrada de advogados, são pessoas sem nenhuma assistência jurídica", diz Dutra. O número de defensores públicos é pequeno. Em São Paulo, por exemplo, cada profissional é responsável pela defesa de 5.478 presos.

Segundo Dutra, em alguns presídios, como no Rio de Janeiro e em Pernambuco, o controle de presos é feito de forma manual, com fichários de papel "empoeirados e impraticáveis", o que faz com que eles sejam "esquecidos lá dentro".

"Sem advogado, a pena é mais dura. Sem advogado e com um sistema de dados caótico, não existe progressão de regime. Há ainda os que dizem já terem cumprido pena, mas que não têm ninguém que verifique isso na Justiça", afirmou.

Para o advogado da Pastoral Carcerária, Pedro Yamaguchi Ferreira, a situação do sistema prisional seria menos injusta se o Judiciário aplicasse a mesma celeridade do caso Daniel Dantas ao preso pobre. "Temos dois irmãos presos preventivamente há mais de três anos, sob acusação de homicídio. E eles nem têm ainda data de júri. A Justiça deveria ter uma atuação similar para casos não midiáticos", afirma Ferreira.

Para o juiz federal Fausto Martin de Sanctis, que decretou as duas prisões de Dantas, a diferença de tratamento entre os réus é um reflexo do sentimento da própria sociedade.

"Não há uma consciência de reprovação acentuada com o crime de colarinho-branco. Um homicídio é visto como mais grave, apesar de o crime financeiro atingir muitas vezes milhares de pessoas e até o Estado. O bom é que essa situação está mudando, as pessoas estão cada vez mais conscientes."

"Vergonha"

O presidente do Supremo e presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Gilmar Mendes, afirma que o índice de 30% de prisões preventivas é "vergonhoso". Sobre a existência de dois pesos e duas medidas para ricos e pobres, diz que sempre defendeu a execução de mutirões carcerários para "dar uma resposta a essa questão".

Na semana passada, o presídio Plácido de Sá Carvalho, em Bangu (RJ), passou pelo primeiro mutirão do CNJ. Dos 258 casos analisados de presos que teriam direito a algum tipo de benefício, seis foram soltos por cumprimento de pena --o Tribunal de Justiça do Rio não revelou os nomes.

Airton Michels, diretor-geral do Depen, diz que também considera muito alto o número de prisões preventivas, mas entende que isso reflete a realidade do país, que é um dos campeões em violência urbana.

A juíza Nídea Sorsi, 38, da 2ª Vara de Execução Criminal do Estado de São Paulo, é responsável por cerca de 4.000 presas. Todo mês ele visita as penitenciárias. "Não tenho nenhuma presa que já tenha cumprido pena. Tenho prisões preventivas. E, para esses casos, aplico o princípio da razoabilidade. Tomo o cuidado de analisar a gravidade do crime. Dependendo do caso, mantenho a prisão."


(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u440846.shtml)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Enterrem meu coração na curva do rio.

Quem leu esta obra? Pois o discurso desta advogada, infelizmente, está se parecendo com a defesa de tantos que tombaram frente à ganância e à inconsciência do homem branco...

D´O Estadão on-line:

Quarta-feira, 27 de agosto de 2008, 15:24 | Online

Advogada indígena defende fim da violência contra índios

VANNILDO MENDES - Agencia Estado

BRASÍLIA - Em defesa das seis etnias que residem na reserva Raposa Serra do Sol, a advogada Joênia Batista Carvalho, uma índia da etnia Wapichana, disse que é preciso que o Supremo Tribunal Federal dê um ponto final na violência que há décadas é cometida contra os povos indígenas na região. Joênia Batista Carvalho, 34 anos, é a primeira mulher índia que recebeu registro na Ordem dos Advogados do Brasil(OAB). Ela é formada em direito pela Universidade Federal de Roraima.



Em sua sustentação oral durante o julgamento no Supremo, Joênia - que exibia pintura no rosto e indumentária de sua etnia , reservada a ocasiões solenes - fez uma saudação em dialeto indígena aos ministros do Supremo. Ressaltou os valores espirituais e culturais dos povos indígenas previstos na Constituição que espera ver reafirmados na decisão do STF.



Joênia mencionou a contribuição econômica que os seis povos da reserva dão à economia do Estado de Roraima. Disse que a região é a maior produtora de gado da região e que possui uma produção agrícola expressiva. Ela estimou em R$ 14 milhões o volume de recursos movimentados pela produção agrícola e pecuária da reserva. "Vivemos da troca, mas participamos ativamente da economia do estado", afirmou.



Emocionada, citou as agressões desencadeadas contra os indígenas desde que começou o processo de demarcação da reserva, na década de 70, por iniciativa da União. Conforme seu relato, desde então, foram assassinados 21 índios e até agora ninguém foi punido, dezenas de casas foram queimadas, e as populações indígenas vivem em permanente ameaça. "Somos acusados de ladrões, invasores, na nossa própria terra. Somos caluniados, e difamados dentro de casa" afirmou.



E definiu: "a terra indígena não é só casa para morar, mas o local onde se caça , onde pesca, onde se caminha e onde os povos indígenas vivem e preservam sua cultura. A terra não é um espaço de agora, mas um espaço para sempre. Queremos viver conforme nossos usos e costumes. Conforme nossas tradições, num ambiente de harmonia e respeito com todos".



Posse



Ao defender a manutenção da reserva continua na área da Raposa Serra do Sol, a advogada indígena ainda questionou, no final de sua sustentação: "Que crime praticamos para ter a nossa terra retalhada? Não está em jogo aqui a definição de posse administrativa de uma terra. Já nos tiraram muito. Hoje querem nos tirar 10 mil hectares. Amanhã, mais dez mil. Depois, mais dez mil. Até que um dia só nos restará um lote. Já nos tiraram muito".

(de http://www.estadao.com.br/geral/not_ger231755,0.htm)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Porque os EUA não enxergam...

...que diminuindo a emissão de CO2 a economia recebe estímulos?

Pois pode-se entender o "como" e o "porque" analisando o ótimo texto abaixo, publicado na "ValorOnLine". Nele se descobre que até O Petróleo Caro Pode Ter Seu Lado Bom.

O petróleo caro pode ter seu lado bom?
John Carey, BusinessWeek
25/08/2008

A Amite Foundry & Machine é uma daquelas companhias que estão no coração do poder industrial americano. As fornalhas dessa empresa da Louisiana derretem grandes pedaços de aço reciclável, remodelando-os em peças para caminhões, plataformas de petróleo e outros equipamentos. A Amite chegou mesmo a transformar 30 toneladas de metal do World Trade Center na proa do navio USS New York. Mas a companhia sofreu com a transferência de produção de bens em grande escala para fora do país, e a cidade de Amite, 67 km de Nova Orleans, com suas igrejas de madeira branca desbotadas e uma rua principal que o tempo esqueceu, vinha sofrendo junto.


Mas isso mudou. As encomendas da Amite Foundry cresceram 25% em 2007 e 30% neste ano, levando a companhia a contratar dezenas de trabalhadores. Qual o motivo da recuperação? O preço do petróleo. Com o custo de um barril acima dos US$ 110, qualquer coisa que possa fornecer suprimentos adicionais, alternativas ou ganhos em eficiência energética vem prosperando. Um exemplo: as rochas porosas saturadas de petróleo do Canadá. Elas estão aumentando as vendas dos caminhões de mineração com capacidade de 380 toneladas da Caterpillar - e a Caterpillar usa quase 50 toneladas de peças fundidas de aço da Amite por veículo. É claro que o aumento dos preços da energia e das commodities tornam mais caro produzir e distribuir aço, diz Roy Roux, diretor de vendas da controladora Ameri-Cast Technologies, mas "os altos preços do petróleo na maior parte das vezes são bons para nós".


Obviamente, a disparada dos custos da energia está provocando muitos problemas para os americanos, especialmente no momento em que eles sofrem com a queda dos preços das moradias e a alta dos preços dos alimentos. E ao que parece esse problema não vai diminuir. "Ainda não estamos vendo o aumento dos custos do aquecimento residencial", alerta R. Neal Elliott do American Council for em Energy-Efficient Economy. Isso começará acontecer neste final de ano, outono e inverno no Hemisfério Norte, com aumentos dramáticos nos preços do óleo para aquecimento, do gás natural e até mesmo da eletricidade.


Mas o ressurgimento da Amite Foundry é apenas um dos exemplos de uma verdade mais profunda: de muitas maneiras, a energia cara é algo bom. Por quê? Quando o preço do petróleo sobe, as pessoas usam menos, encontram substitutos e desenvolvem novos materiais. Esses efeitos são apenas economia básica. As coisas estão tão dolorosas no momento, segundo muitos economistas, por causa das duas últimas décadas de petróleo barato. Os preços permaneceram baixos em parte porque não refletiam o custo total de extras como a poluição, de modo que não havia muito incentivo para se usar a energia de uma maneira mais sensata. Se esses extras tivessem sido computados, os EUA estariam melhor preparados para a atual disparada dos preços e para o dia em que a produção mundial de petróleo começar a cair.


É por isso que há um interesse crescente, tanto da direita como da esquerda, numa política que use os impostos para colocar um piso nos preços do petróleo. Acima de um certo nível - digamos US$ 90 -, não haveria impostos. Mas se o preço no mercado mundial caísse abaixo disso, os americanos passariam a pagar impostos.


A energia cara é um medicamento poderoso. Ele pode ser doloroso quando ingerido, mas no longo prazo traz a cura para um grande número de doenças. Ele induz as empresas e as pessoas a usarem menos os automóveis, venderem os utilitários-esportivos (SUVs) ou instalarem sistemas de aquecimento mais eficientes. Os custos maiores começam a afastar aos poucos os EUA de seus subúrbios tradicionalmente congestionados em direção a comunidades mais densas e menos dependentes do automóvel. Utah possui um programa patrocinado pelo governo que estimula o uso das bicicletas no caminho para o trabalho. "Quando o governador republicano do Estado mais republicano da União promove a bicicleta como meio de transporte preferido, você sabe que as pessoas estão prestando atenção aos sinais emitidos pelos preços", afirma Keith Bartholomew, professor de urbanismo da Universidade de Utah.


Essas mudanças estão salvando vidas - menos mortes no trânsito - e melhorando a saúde das pessoas, na medida em que elas deixam o carro de lado. Um estudo da Universidade Washington, de St. Louis, sugere que 8% do aumento das taxas de obesidade nos EUA desde a década de 1980 se devem aos baixos preços da gasolina, que levaram as pessoas a andar menos, pedalar menos e comer mais em restaurantes. Andy King, um engenheiro do Vale do Silício, passou a usar uma bicicleta para ir trabalhar, e diz que perdeu 15 Kg desde fevereiro. "É bom para o meu corpo e a minha alma", diz King.


Os preços altos da energia também estimulam a inovação, os investimentos em remunerações alternativas e incentivam a busca por mais petróleo. Pesquisadores financiados pelos militares americanos vêm produzindo combustíveis para jatos a partir de plantas. A Toyota e a General Motors (GM) estão testando carros híbridos que podem rodar 65 km somente com eletricidade e podem ser recarregados em uma tomada comum. Empresas estão construindo enormes painéis de espelhos no deserto para gerar vapor, e desse modo eletricidade, a partir da energia solar. Há novos sistemas para controlar o consumo de energia nas residências e fábricas, e programas para isolar áreas mais pobres nos centros das cidades, proporcionando a economia de energia - e empregos. Os EUA usam pouco mais de 20 milhões de barris de petróleo por dia para aquecer moradias, movimentar a indústria e abastecer automóveis, caminhões e aviões. Iniciativas de economia de energia "poderiam facilmente reduzir essa demanda em 4 milhões ou 5 milhões de barris/dia em dez anos", afirma Hillard Huntington, professor da Universidade Stanford e diretor-executivo do Energy Modeling Forum, um grupo de especialistas em energia.


Essas reduções, por sua vez, possuem virtudes poderosas. Elas reduzem a poluição e as emissões de dióxido de carbono, que provocam o aquecimento global. Elas reduzem a necessidade de uma presença militar para garantir o comércio mundial de petróleo. E elas diminuem a enxurrada de dólares para o Oriente Médio, Rússia e Venezuela, mantendo mais riqueza nos EUA, em vez de transferi-la para fornecedores que freqüentemente não são amigáveis. Esse efeito cresceria com um imposto que estabelecesse um piso nos preços, reduzindo a demanda. E a receita tributária - a diferença entre o piso e os preços mundiais - permaneceria nos EUA para incentivar os investimentos. "Acho que ninguém pode negar que estaríamos melhor se não estivéssemos enviando bilhões de dólares para Chávez, Putin e os sauditas, e estivéssemos desenvolvendo produtos e serviços que poderíamos vender para outros países", diz Andrew J. Hoffman, professor de empreendimentos sustentáveis da Universidade de Michigan.


Os EUA já estiveram nesse ponto antes. Embora o país tenha sido moldado por uma total falta de preocupação com os custos da energia, os choques do petróleo da década de 1970 mudaram isso. "Nós nunca pensamos no fato de que tudo depende da energia barata", diz Kenneth T. Jackson, professor da Universidade Columbia.


O mito da energia ilimitada sofreu um contratempo com a disparada dos preços do petróleo. Em 1980, o preço havia saltado para US$ 103 o barril (em dólares de hoje). O país respondeu comprando carros menores, aprovando padrões rígidos de economia de combustíveis, tornando a indústria mais eficiente e aumentando a exploração de petróleo. Os americanos aprenderam a usar meta de energia por dólar do PIB, como fizeram antes da crise - ganhos que foram bem satisfatórios. "Todos os grandes esforços que fizemos nos anos 80 para reduzir a dependência energética nos tornaram menos vulneráveis aos atuais choques energéticos", diz Gilbert Metcalf, economista da Universidade Tufts.


Mas esse impulso rumo a uma maior eficiência energética logo foi perdido. Em cinco anos, por causa da redução substancial da demanda, o mundo estava inundado de petróleo. Os sauditas cortaram a produção de 9,9 milhões de barris por dia em 1980 para 3,4 milhões em 1985 - e ainda assim não conseguiram impedir o preço de cair abaixo de US$ 11 em 1986 (o equivalente hoje a US$ 22).


Durante duas décadas os preços do petróleo permaneceram relativamente baixos - com resultados previsíveis. Os americanos compraram milhões de veículos utilitários-esportivos (SUVs). Os investimentos em alternativas, exploração de petróleo e eficiência secaram. O Laboratório Nacional de Energia Renovável acabou com seu programa de biocombustível produzido a partir de algas.



Energia cara é um remédio poderoso. Pode ser doloroso quando ingerido, mas no longo prazo cura muitas doenças"


Os preços estão muito altos novamente e a mão invisível está empurrando com força. Os americanos estão usando menos o carro - o consumo de gasolina caiu 5,2% no começo de julho, comparado ao mesmo período do ano passado. As vendas das picapes grandes da Ford, há muito tempo o veículo mais vendido nos EUA, caíram 22% este ano; as vendas do Honda Fit aumentaram 69%.


Os preços da gasolina chegaram a um ponto crucial para Dikran Khanian, proprietário d uma oficina mecânica de Ann Arbor, Michigan. Sua picape Chevy Silverado de cabine dupla "era muito potente", diz ele. Mas quando ele sofreu um acidente no ano passado e a seguradora deu perda total no veículo, junto com o choque ele se sentiu aliviado. O acidente abriu caminho para ele comprar um Honda Element, um carro econômico que ele vinha "namorando". "Eu era apaixonado pelo motor grande da Silverado, mas algumas coisas precisam ter um fim", diz. Khanian está dirigindo menos, levando seu lixo reciclável para o supermercado quando vai fazer compras, em vez de fazer duas viagens, e está pisando menos no acelerador. "Meus amigos dizem: 'Dick, você dirige como uma velha'", diz ele. "Eu digo: 'Vocês não sabem que podem economizar 20% apenas pisando menos forte no acelerador ?'" Agora seus gastos com gasolina são de US$ 200 por mês, um terço do que ele gastava com a Silverado.


Pegue as iniciativas de milhões de motoristas como Khanian. Adicione a transferência do transporte de alguns produtos de tecnologia de companhias aéreas para empresas de navegação, um novo sistema de remessas aéreas da UPS que reduz o tempo ocioso e uma variedade de outras iniciativas. Aí acrescente a demanda mais baixa ao redor do mundo e acrescente o aumento da oferta de areias impregnadas de betume do Canadá e a crescente produção de petróleo da Opep e de outros países.


Dá para ver para onde a coisa está caminhando. Wall Street já viu. Com a demanda por petróleo caindo e a oferta em alta, os preços já caíram mais de US$ 20 desde o recorde de US$ 147,27 registrado em 11 de julho. "Acho que ninguém acredita que preços tão altos como aquele haviam chegado para ficar", diz Denny Ellerman, economista do Massachusetts Institute of Technology (MIT).


Assim como os preços baixos do final da década de 1980 e dos anos 1990 desfizeram alguns efeitos positivos do petróleo caro, a simples possibilidade dos preços caírem está enfraquecendo as forças do mercado que pressionam para uma maior eficiência energética. O que realmente motiva o comportamento não é o preço de fato, e sim a percepção de onde os custos estarão no longo prazo. Isso ajuda a explicar por que os americanos não recuaram enquanto os preços da gasolina subiam, poucos anos atrás. "Depois do [furacão] Katrina, a gasolina chegou perto de US$ 3 o galão (R$ 1,30 o litro) e então os preços deram uma caída", diz Rajjev Dhawan, diretor do Centro de Previsões Econômicas da Universidade Estadual da Georgia. Somente quando a gasolina começou a romper a barreira dos US$ 4 (R$ 1,70 o litro), sem nenhum sinal de alívio à vista, o alarme soou.


Por mais forte que seja, esse alarme está sendo abafado pela incerteza em relação ao rumo dos preços. Alguns especialistas vêem US$ 200 por barril em suas bolas de cristal; outros prevêem US$ 75 ou menos. Como resultado, tecnologias que deveriam fazer sentido econômico com o barril a US$ 100 não estão sendo financiadas, segundo afirma o capitalista de risco Vinod Khosla. "Estamos ficando com o pior de dois mundos - preços altos e investimentos baixos", diz Khosla, co-fundador da Sun Microsystems e hoje apoiador de empreendimentos que buscam alternativas energéticas.


É por isso que Khosla e muitos economistas e especialistas em energia estão tentando vender a idéia do piso no preço do petróleo. A certeza de um preço relativamente alto estimularia o suficiente os investimentos em alternativas, eficiência e novas ofertas para impedir que os preços subissem muito acima desse nível no futuro, afirma Khosla. Isso não cria nenhum problema novo, uma vez que o imposto começaria a ser cobrado apenas depois que consumidores e empresas já tivessem um alívio considerável dos preços atuais. Teria sido melhor taxar os cidadãos décadas atrás, mas isso era quase impossível politicamente. Mas, como as forças externas agora conseguiram a mesma coisa, economistas afirmam que um piso seria uma boa ajuda.


Mas é claro que não é tão simples assim. Alguns grandes setores serão afetados por qualquer política que aumente os preços da energia: as companhias aéreas, as companhias de navegação, companhias do setor industrial, serviços públicos - na verdade, todas aquelas que não conseguirem reduzir o consumo facilmente. E se o petróleo fosse o único combustível fóssil a ser taxado, isso poderia criar uma distorção em relação ao gás natural e ao carvão. Portanto, alguns economistas dizem que seria melhor instituir esse tributo como parte de uma política energética mais ampla. Com o aumento da preocupação com o aquecimento global, um imposto sobre as emissões de CO2 faz mais sentido.


Outro perigo é o Tio Sam esbanjar essa nova receita. Alguns economistas sugerem usar o dinheiro em alternativas ao petróleo, enquanto outros gostariam de devolvê-lo à população na forma de, digamos, imposto de renda menor. Mais uma vez, trata-se de economia básica: usar impostos para manter altos os preços de uma coisa que queremos que se use menos - petróleo -, e usar o dinheiro para reduzir os custos de coisas que queremos mais - crescimento e produtividade. Há uma discussão sobre os benefícios de uma estratégia de transferência de impostos desse tipo. Teme-se que eles possam ser anulados pela perda de inovações que pode resultar da intervenção governamental. Mas muitos economistas afirmam que quaisquer efeitos negativos seriam relativamente pequenos. "Pode não ser um almoço grátis, mas certamente é um almoço pelo qual vale a pena pagar', diz Lawrence H. Goulder, economista de Stanford.


Se os EUA conseguirem a difícil façanha de manter os preços da energia consistentemente altos, como será o futuro? Para se ter uma idéia, dê uma volta pelo sistema de transporte público de Atlanta com Kerri Hochgesang. O custo das viagens diárias ao trabalho em seu Nissan Xterra havia disparado para US$ 460 por mês. Portanto, no fim de junho essa advogada de 32 anos passou a ir trabalhar de trem. "Imaginava que seria um tormento e demoraria demais", diz ela. Não foi nada disso: o percurso diário de 40 km agora é feito em 25 minutos, em vez de 1h20, e ela pode ler alguma coisa durante esse tempo, em vez se sofrer com o stress do trânsito.


Graças a novos usuários como Hochgesang, a utilização do sistema de transporte público de Atlanta aumentou 13% em junho e julho, sobre o mesmo período do ano passado. Beverly Scott, diretora do sistema, diz: "Meu marido brinca comigo: 'Você é a única pessoa que conheço que pula de alegria quando os preços da gasolina aumentam'". O trânsito em Atlanta na hora do rush diminuiu até 15%, diz Mark Demidovich, engenheiro do Departamento de Transporte da Georgia. "Isso quer dizer de 10 mil a 12 mil carros a menos circulando nas ruas", diz ele.


Ninguém ignora os problemas dos altos custos da energia. Mas isso também pode trazer vantagens reais. O jornal "The New York Times" relata que adolescentes de todo o país estão saindo menos com seus automóveis. A Whirlpool diz que as vendas de máquinas de lavar roupa altamente econômicas estão em crescendo - elas economizam tanto água como energia. No Laboratório Nacional de Energias Renováveis, as pesquisas para a produção de biocombustível a partir de algas foram retomadas, bancadas desta vez não pelo governo, e sim pela Chevron e pela ConocoPhillips, que poderão usar esses combustíveis.


De qualquer modo, idéias políticas inteligentes, como o crédito tributário para acabar com os SUVs e o uso do aço na produção de automóveis mais econômicos, estão pipocando.

(de http://www.valoronline.com.br/valoreconomico/285/primeirocaderno/especial/O+petroleo+caro+pode+ter+seu+lado+bom,08258,,59,5112516.html)