Pior do que animais
Nem bicho é tratado assim. Está mais do que na hora de invocar a lei de proteção aos animais para o que anda acontecendo com milhares de detentos nas penitenciárias e cadeias do país. No Departamento de Polícia Judiciária de Vila Velha, no Espírito Santo, uma cela com capacidade para 36 presos abriga 281. É isso mesmo, 281 pessoas.
Como conseguem? Redes são amarradas umas sobre as outras, mas ainda assim dezenas de presos têm de ficar agachados ou em pé, espremidos entre grades e paredes. Vários estão doentes e dividem apenas dois banheiros. A maioria é preso provisório, jovens que foram pegos no crime, informa a Agência Brasil. Os banheiros estão entupidos. Tem preso com tuberculose, gonorreia. Um dorme um dia, outro dorme no outro. Tem rato e barata na caixa d’água e infiltração. Uma coisa medieval, cruel, desumana.
Quer saber o que esse descaso da sociedade provoca. Jefersson Rodrigo, 22 anos, que cumpre pena por assalto a mão armada, responde: “Aqui só gera mais ódio e raiva. Nossa família vem aqui e nos vê nessa humilhação. Quem está aqui porque roubou vai sair querendo matar para descontar tudo”.
E depois a sociedade faz de conta que não entende toda essa violência.
Porque não se faz uma passeata cobrando mais penitenciárias e a instituição de Colônias Penais?
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