segunda-feira, 17 de março de 2008

Israelense se disfarça de palestina e relata experiência

Estive lendo os comentários à reportagem do jornal español "El Pais" sobre a braileira-española que foi impedida de voltar para a españa por não ter autorização do pai da menina (http://www.elpais.com/articulo/espana/nino/vuela/Espana/elpepuesp/20080317elpepinac_10/Tes). Vejo ignorância e preconceito em toda a parte, desde meus vizinhos e parentes até os confins do mundo...

Vejam mais esta. Seria cômico se não fosse trágico!

Israelense se disfarça de palestina e relata experiência
GUILA FLINT
de Tel Aviv para a BBC Brasil

A israelense Liad Kantorowicz, de 30 anos, ativista política formada em estudos do Oriente Médio, resolveu usar a si mesma como cobaia de um experimento sociológico: durante um mês ela circulou em Tel Aviv disfarçada de palestina muçulmana.

Seu objetivo era verificar quais seriam as reações de israelenses, habitantes de Tel Aviv, a uma mulher palestina que estivese circulando em diversos lugares da cidade normalmente freqüentados apenas por israelenses.

Liad, que relatou a experiência no semanário Ha'ir, de Tel Aviv, disse que foi objeto de várias reações hostis-- e que ficou surpresa com a intolerância que encontrou na cidade onde vive.

Durante um mês, Liad saiu de casa todos os dias com a cabeça coberta por um hijab - um lenço que cobre os cabelos e o pescoço, usado freqüentemente por palestinas muçulmanas - e se vestiu de forma "a combinar com o hijab", ou seja, com roupas bastante conservadoras, segundo as tradições palestinas.

"Meu plano era continuar vivendo a minha vida normal e freqüentar os mesmos lugares que costumo freqüentar, mas usando o hijab, e registrar as reações das pessoas", disse Liad à BBC Brasil.

"Também queria tentar sentir o que sente uma mulher palestina que circula em Tel Aviv".

Liad imaginava que fosse enfrentar manifestações de racismo. Mas ela conta que ficou chocada com a intensidade das reações negativas.

Disfarce

Durante a experiência, ela circulou nas ruas da cidade, foi ao banco e ao supermercado, almoçou em restaurantes e freqüentou bares e clubes noturnos.

Chegou até a publicar um anúncio na internet, oferecendo um quarto para alugar e recebeu inquilinas potenciais em seu apartamento, sempre vestindo o hijab.

"Uma mulher me telefonou. Conversamos um pouco por telefone, ela ouviu meu sotaque israelense típico e combinamos que viria ver o apartamento".

"Abri a porta usando o hijab e percebi que ela levou um susto".

Segundo Liad, a mulher desistiu de alugar o quarto alegando que "não era racista, mas seria difícil morar com alguem tão diferente".

"Ela quase teve um ataque de histeria e não parava de dizer que não era racista".

A israelense conta que a potencial inquilina voltou a contactá-la dias depois, afirmando que estaria disposta a alugar o quarto se ela deixasse de usar o hijab e retirasse os cartazes em árabe que ela tinha pendurados nas paredes do apartamento.

Em outra ocasião, Liad combinou um encontro em um restaurante com um amigo, soldado, que chegou vestido com seu uniforme militar.

"Foi um momento bem cômico, nosso encontro causou a maior confusão no restaurante, todas as pessoas pararam de comer quando trocamos beijos e abraços", relatou Liad.

Olhares

Para ela, uma das coisas mais difíceis era andar na rua.

"Sentia que todos os olhares se concentravam em mim, e havia muitos olhares hostis".

Em algumas ocasiões ela conta que chegou a sofrer violência física.

Quando participou em uma manifestação de grupos de esquerda contra o bloqueio de Israel à faixa de Gaza, ela diz ter sido agredida por pessoas que passavam na rua.

"Éramos cerca de cem manifestantes, mas eu fui a única que sofreu agressões fisicas, algumas pessoas me empurraram, cuspiram em mim e gritaram 'desapareça deste país, não queremos vê-la por aqui!'."

Boate

De acordo com Liad, o momento mais doloroso da experiência ocorreu em uma boate gay.

"Dava para cortar o ar de tanta tensão, todos os olhares se voltaram para mim quando entrei na boate, que supostamente deve ser um lugar de tolerância".

Liad diz ter sentido olhares hostis, que claramente diziam que ela não era bem-vinda e dois homens jovens chegaram a agredí-la verbalmente, gritando: "como você ousa usar o símbolo do islã neste lugar impuro?".

Segundo ela, eram dois gays palestinos, que se faziam passar por israelenses, que quase a agrediram fisicamente.

"Eu os levei para fora (da boate) e expliquei o objetivo da minha experiência. Um deles começou a chorar, acho que o fiz perceber a contradição em que vivia".

Experiência

Embora tenha passado por momentos dificeis, Liad não se arrepende da experiência.

"Foi fascinante", disse, "aprendi muito durante este mês".

"Com o hijab e as roupas que vesti, estava coberta da cabeça aos pés, mas me senti mais exposta do que nunca a todos os tipos de violência" disse Liad.

"A experiência me fez perceber o quanto eu não sei sobre as mulheres palestinas", afirmou a jovem. "Tentei entrar em um personagem imaginário, mas não posso saber realmente como uma mulher palestina se sente".

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u382672.shtml)

E alguns dos comentários no El Pais, uns coerentes e ponderados, outros de ignorantes e preconceituosos:
#197
Patricia - 17-03-2008 - 16:40:43h
Yo he vivido en España durante muchos años, soy brasileña, con nacionalidad española y todas las veces que venía a Brasil sin el padre de mis hijos, mi marido tenía que hacer una autorización junto al Consulado, para que mis hijos viajaran solo conmigo. Esto es un requisito desde hace mucho tiempo para entrar y salir de Brasil con menores, es la Ley y no tiene nada que ver con la pelea entre los Ministerios de Asuntos Exteriores de España y Brasil de las últimas semanas.


#195
Alonso Martinez - 17-03-2008 - 16:33:35h
Bueno, como universitario bastante internacional que soy y viajero empedernido. He entrado y salido de muchos países, pero con control de entrada... USA, CANADA, UK, Italia, Brasil, etc. En el único lugar donde consistentemente me tratan mal, el único lugar donde la policía ha sido para mi una amenza, es España. Cuando les pregunto por qué el mal trato diferenciado hacia mi, siempre me dicen "Todos dicen lo mismo". Será lo que sea, pero no me parece casualidad la actual crisis, salvo un gobierno latinoamericano digno que considera a sus ciuidadanos iguales que a los españoles. Lamentablemente en México no es así.


Preconceituosos:

#149
juan - 17-03-2008 - 13:41:35h
O Brasil: La mayor republica bananera del mundo. sin comentarios. Con no ir basta. Para ver miseria, grandeza y selva hay 6 paises mas....y Africa queda mas cerca


Esta, abaixo, é ridicula! "ajustemonos a la estricta legalidad vigente"... Que legalidade, homem branco? As arbitrariedade dos agentes de Barajas???

#144
Antonio de Málaga - 17-03-2008 - 13:09:31h
El gobierno español debería mostrar mas seriedad y sobre todo mucha más firmeza con este asunto. Si los brasileños se quieren acoger a la legalidad para perjudicar a los españoles. Hagamos lo mismo, ajustemonos a la estricta legalidad vigente y devolvamos 200 cada mes. Leña al mono hasta que hable... español.


Recado para o autor do post aí embaixo: "Não fazes falta nenhuma aqui!! Saludos!

#135
iñaki - 17-03-2008 - 12:56:29h
Pensaba haber ido a Rio de Janeiro, Iguassu y Buenos Aires este verano; pero he decidido pasar de Rio e ir sólo a Buenos Aires e Iguazu. Gobierno Español: caña al Gobierno brasileño hasta que entienda que no es lo mismo putear a turistas y empresarios españoles que intentar detectar inmigrantes ilegales.


Pobres ignorantes! Vejam isso abaixo:
#119
Hutch - 17-03-2008 - 12:31:22h
La verdad que si tienen pasaporte español y todos los papeles en regla supongo que se podría denunciar al estado brasileño por secuestro o detención ilegal o el término legal apropiado ¿no?

#116
ESTHER - 17-03-2008 - 12:28:02h
Este caso es muy grave. No debe quedarse en nada por el bien la humanidad. No es lo mismo que un Estado impida a un persona acceder a su territorio a que no la deje salir del mismo, en este último caso hay una violación criminal de derechos que debe hacer actuar a la comunidad internacional.

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