quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Enquanto isto, na França, retaliam Maurice Sinet

Não é só na França, Monsieur Sinet. Dois pesos e duas medidas. Duas velocidades para fazer o que deveria ser feito. É em todo o mundo. A justiça dos homens é como trapos de imundície.

Quem chega ao poder usufrui do poder a seu bel-prazer!

Viva o anarquismo!
Vive le anarchisme!

06/08/2008 - 11h09
Cartunista francês é demitido após criticar filho de Sarkozy

da Folha Online

O cartunista de esquerda, Maurice Sinet, foi demitido da revista satírica Charlie Hebdo depois de criticar o filho do presidente francês Jean Sarkozy por ter fugido após bater com sua scooter no carro de um árabe.

Em 2005, conta reportagem do jornal "The New York Times", o filho de Nicolas Sarkozy bateu sua scooter na traseira de uma BMW, dirigida por M'Hamed Bellouti, que pegou o número da placa enquanto ele fugia e fez uma reclamação na polícia.

Os policiais não conseguiram encontrar o dono da scooter, mas a seguradora de Bellouti conseguiu e levou o caso à justiça. No tribunal, em dezembro de 2007, a queixa contra Jean Sarkozy foi encerrada.

Também no ano passado, quando a scooter de Jean foi roubada, a polícia francesa rapidamente encontrou o veículo e usou até mesmo exame de DNA do capacete para prender o ladrão. "Por que há um sistema de justiça de duas velocidades? Quando roubam sua scooter, eles ficam cheios de zelo. Quando bate no meu carro, há menos vontade", questionou Bellouti.

Diante do caso, Siné, como o cartunista francês é conhecido, decidiu escrever sobre a história e como a influência de Sarkozy pode explicar a justiça de duas velocidades. Chamando Jean de "um filho merecedor de seu pai", Siné disse ser necessário destacar que o motorista da BMW é árabe.

"E isso não é tudo. Jean Sarkozy acabou de dizer que quer se converter ao judaísmo antes de se casar com sua noiva, judaica e herdeira dos fundadores da Darty. Ele vai longe na vida", disse Siné.

A coluna na revista causou furor na mídia francesa que logo rotulou o material de anti-semitista por sua mistura de judeus, política, riqueza e influência de poder, aponta o "NYT".

O editor da publicação, Philippe Val, pediu que Siné se retratasse e ele respondeu que preferia "ser castrado".

Val o demitiu e depois escreveu uma longa explicação garantindo que agia em nome da "assessoria de Jean Sarkozy". "Um amigo próximo de Jean Sarkozy me contatou e disse que as sua família e a de sua noiva estão ultrajados e pensam em um processo judicial", disse, citado pelo "NYT".

Siné, que nega ser um antisemitista, escreveu uma carta ao jornal francês "Libération". "sinto desapontar, mas eu não sou o autor de "Mein Kampf" [livro de Hitler]. Eu sou apenas, nos últimos 60 anos, um anit-imbecil de primeira ordem".

Para o governo francês, sobram as especulações sobre a identidade de tais assessores que pediram a demissão de Siné e se Nicolas Sarkozy realmente utiliza seu cargo para favorecimento de sua família e censura à imprensa.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u430239.shtml)

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